B: Ele não é meu namorado. Nem sei o que pensa que nós dois somos. Nunca cobrei dele um rótulo, mas está lá toda noite para transar comigo. Achei que ia ser apenas uma vez, estava bem com isso, mas se repetiu várias e várias vezes. Realmente pensei que pudéssemos ter algo especial, mas hoje ele jogou na minha cara várias vezes que sou só a babá.
C: Cruel.
B: Muito. — Esfreguei os olhos de novo.
Além de estar chateada com toda a atitude do Victor, o que mais me doía era lembrar a carinha de assustado do Michael.
Não gostava de saber que o tinha deixado com o ar perdido em meio a uma explosão inesperada do pai.
C: Você gosta dele, não gosta?
B: Gosto, mas ele foi um idiota. Não precisava ter gritado comigo nem com o filho daquele jeito.
C: Não do cara, mas do menino.
B: Eu me apeguei muito a ele. Vê-lo triste, parte o meu coração.
C: Mas estaria pronta para ser mãe dele?
B: Não quero me afastar dele, Carol.
C: Então não deixa o pai dele afastar vocês.
B: Queria que fosse tão simples. Ainda temos alguns trabalhos para entregar na semana que vem. Os meus já estão quase prontos. Posso deixar com você caso eu precise?
C: Por que está pedindo isso?
B: Estou com uma sensação ruim.
C: Ele não pode mandá-la embora assim.
B: Acha que está protegendo o filho e a memória da esposa.
C: Falta uma semana para o semestre acabar, você pode ficar em um hotel bem barato. Não tem algumas economias?
B: Não sei se é suficiente.
C: Espero que seja.
B: Talvez seja melhor voltar para minha casa.
Não foi uma surpresa quando voltei para a Sky House e encontrei a senhora Vitória acordada esperando para conversar comigo. Ao contrário dos demais dias em que o Victor aguardava ansioso para me ver e me levar para cama, hoje eu nem o vi. A mesma mulher que me trouxe para aquela mansão, foi a responsável por me mandar embora. Ela foi gentil comigo, me tratou com carinho, mas não permitiu que eu me despedisse do Michael. Se o meu coração já estava em frangalhos antes, naquele momento, estava destruído. O menino não era o único que havia se apegado.
Saber que nunca mais o veria, me deixou devastada.
Toda a gentileza da senhora Vitória e o dinheiro que me deu para que eu me mantivesse no país até a data da minha volta, não amenizou a sensação de ser tratada feito lixo pelo Victor.
Eu juro que tentava entender todo o luto dele com a esposa que havia partido, mas eu estava ali, viva, e meus sentimentos doíam para caramba. Será que em algum momento ele pensou no quanto poderia ferir a mim?
VICTOR
Algumas semanas depois...
M: Não quelo! — Michael chorava e esperneava enquanto a monitora da creche tentava pegá-lo do meu colo.— Não!
V: Você vai ficar bem, Mick. Venho buscá-lo a noite.
M: Não quelo ficá qui. Quelo ficá com ela. Quelo ela, papai.
V: Michael, ela não vai voltar.
Ele gritou, chorou, esperneou, até que a mulher da creche parou de tentar tirá-lo do meu colo e me encarou com seriedade, colocando a mão na cintura.
Mulher: Senhor Augusto, sei que divórcios não são fáceis, mas pode ser mais fácil se entrarem em um consenso para que o Michael passe mais tempo com a mãe. Aqui ele chora e não para de chamar por ela. É melhor que rotinas não sejam mudadas de forma tão abrupta.
V: Não é tão simples explicar.
Michael franziu o cenho, provavelmente não compreendendo ao que eu estava me referindo.
M: Quelo ela. Chama ela.
V: Eu não posso.
M: Podi.
V: Vamos trabalhar com o papai, hoje?
M: Quelo ouvir histolinha.
V: Mais tarde. — Ajeitei-o na cadeirinha e prendi com o cinto.
M: Papai, quelo a Bi.
Assumi o volante e deixei que a voz do Michael ecoasse pelo veículo e na minha mente. Meu filho tinha pouco mais de dois anos e parecia muito mais confiante do que queria do que eu.
BÁRBARA
Passei mais uma semana em Londres, hospedada em um hotel, enquanto terminava meu semestre na faculdade. Uma parte tola e esperançosa do meu ser imaginava que o Victor viria atrás de mim. Ele iria me envolver nos seus braços, me beijaria, iriamos transar na cama do hotel e depois ele me pediria para voltar.
Não aconteceu.
O tempo passou....
No dia de voltar para o Brasil, fui sozinha para o aeroporto e, ao embarcar, senti que nunca mais voltaria.
Puxei o meu celular e abri a galeria, procurando pelas fotos que havia tirado com o Michael. Ri ao me deparar com imagens do dia que havíamos brincado com tinta e ele havia se pintado todo. Não poderia prever que trabalhar como babá pudesse me fazer amar tanto uma criança.
Esfreguei os meus olhos, tentando espantar as lágrimas novamente. Era difícil conter o choro quando eu me lembrava de tudo, principalmente porque a saudade causava um buraco no meu peito.
Te amo, mamãe. Lembrei da voz doce e às vezes embolada dele.
Aq uma fotinha do Mick 👇
Fml tô chorando aq 🙁
Preparados pra um final triste?
Amanhã posto mais 🤝
✨Deixem a estrelinha ✨
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Amo vcs ❤️
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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...