EP 70

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B: Mas será por tempo limitado, pois, em duas semanas, vou começar o meu estágio no Tribunal de Justiça e não terei mais tempo.

Marta: Vamos sentir saudades, como sentimos quando você viajou.

B: Obrigada! — Sorri e ajeitei os bolinhos em uma caixinha antes de entregar para ela.

A: Já sabe, não é? — Meu pai saiu de trás da vitrine refrigerada e parou ao meu lado.

B: Sei o quê? — Franzi o cenho quando a vizinha se afastou.

A: Se não der certo como advogada, você pode abrir uma confeitaria.

F: Lá vem você com essas ideias, Adinam— recriminou a minha mãe.

A: Já pensou que a nossa filha só precisa ser feliz?

F: Ela será, mas como uma grande advogada.

B: Pai, vai dar tudo certo. — Afaguei o ombro dele.

A: Tenho certeza que sim. — Ele sorriu. Ao contrário da minha mãe, meu pai estava mais acostumado a acreditar nos sonhos e a segui-los.

Xxx: Momy! — A palavra mamãe sendo gritada em inglês chamou a minha atenção.

Virei para a entrada do açougue e vi o que me pareceu ser uma miragem ou um fruto da minha imaginação. Michael entrou correndo no açougue, e seus passos eram mais confiantes do que da última vez que nos vimos. Ele estava usando uma calça preta e uma camisa social branca que o fazia parecer um homem de negócios assim como o pai.

B: Mick! — Saí de trás da mesa e me ajoelhei, abrindo os braços para ele.

Só poderia estar sonhando acordada, pois ele envolveu meu pescoço com seus bracinhos roliços. O cheiro de talco ainda era exatamente como eu me lembrava, assim como seus cabelos escuros e os olhos azuis. Meu garotinho estava ali e eu não fazia ideia de como. Só conseguia ficar imensamente feliz e com os olhos marejados.

Não me lembrava de ter chorado de emoção como fiz naquele dia.

B: Mick! — Eu o beijei, eu o abracei, apertei, porque não conseguia acreditar que realmente estava ali comigo.

M: Machucando eu.

B: Desculpa, meu anjinho. — Acomodei-o nos meus braços. — Eu senti tanto a sua falta. Imaginei que meu coração ia explodir de saudades.

M: Saudade também. — Deu um beijinho na minha bochecha.

B: Como chegou aqui?

M: Papai.

Levantei a cabeça e olhei para a porta do açougue. Victor estava parado lá, olhando para mim com o seu filho. Vestido em seu típico terno preto, com o cabelo bem penteado e a postura altiva, o rico inglês era a última pessoa que eu esperava ver no Brasil.

Engoli em seco por conta do meu misto de surpresa e choque.

A: Quem é essa criança, Bárbara? — perguntou o meu pai, sem entender a minha conversa em inglês com o Michael.

B: Pai, preciso de alguns minutos. — Levantei com o Michael nos braços e caminhei até a porta, deixando os meus pais com confusão e surpresa estampadas no rosto.

B: Nunca imaginei que você fosse vir aqui.

V: É onde você está.

B: Sim, mas essa não é a questão.

V: Sei que deve estar chateada comigo. — Ele manteve as mãos nos bolsos e olhou para o chão. Por um segundo, imaginei que estivesse arrependido do que fez comigo.

B: Sim, estou chateada.

V: Peço desculpas, Babi. Sei que não deve ter sido fácil para você lidar com o que eu fiz...

Uuuuh ansiosos ??

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