B: Hoje não tenho aula.
V: Ah, não? — Ficou boquiaberto, e nem conseguiu disfarçar.
B: O professor ainda advoga em alguns casos importantes e precisou se preparar para o tribunal. Passou algumas informações para que nós estudemos também o processo e levantemos pontos a favor e contra o homem que ele está defendendo.
V: Isso é interessante.
B: Sim.
V: Michael já tomou banho?
Fiz que sim.
V: Ótimo! Então pode ir estudar.
B: Obrigada. — Passei por ele e segui para o meu quarto.
O que eu esperava que ele falasse? Vamos esperar que o Michael durma para transarmos a noite inteira?
Suspirei ao sentar na cama. Sabia que não poderia criar nenhuma expectativa, ainda assim era difícil.
Peguei o meu celular e vi algumas mensagens dos meus pais.
B: Oi, mãe — falei quando percebi que ela havia atendido a chamada.
F: Bárbara, como você está? Sumiu ontem. Menina, não pode fazer isso. O que aconteceu? Não tem ideia de quanto fico preocupada quando você some desse jeito.
B: Eu estou bem, mãe.
F: Por que não ligou?
B: Estava ocupada.
F: Tem que ter um tempo para nós também.
B: Foi só um dia, mãe.
A(Adrian): Deixa a menina estudar, Flávia.
B: Eu estou bem, mãe. Não há com o que se preocupar. Só estou estudando e cuidando do Michael
F: Não está precisando de nada? Lembre-se de comer direito.
B: Estou me alimentando bem.
F: Que bom.
B: Agora preciso estudar, mamãe.
F: Tudo bem, mas não esquece de ligar.
B: Não vou esquecer. Amo vocês.
F e A: Também amamos você.
Desliguei antes que ela prolongasse a conversa. Naquele dia eu queria estudar e ficar na minha. Precisaria de um pouco mais de tempo para aceitar que havia sido só sexo.
Abri os textos no celular e li dois antes de me levantar e ir ao banheiro tomar banho. Peguei roupas limpas, creme e segui até o banheiro. Tomei um banho demorado, lavei o cabelo e agi como se tivesse todo o tempo do mundo. Precisava relaxar, porque minha mente estava cheia de expectativas que precisavam ser lavadas com a água.
Abri a porta do banheiro, secando o meu cabelo com uma toalha quando me deparei com ele parado no corredor, olhando para mim. As mãos estavam no bolso do moletom e o cabelo estava molhado. Eu não era a única que havia escolhido aquele dia para lavá-lo.
V: Eu sou um viúvo.
B: Eu sei.
V: Minha esposa morreu quando o Michael mal tinha seis meses.
B: É, também sei disso.
V: Para mim é difícil.
B: Imagino que seja. Tento mesmo imaginar, mas não teria a audácia de dizer que acho que sei como é.
V: Dói todos os dias, principalmente porque eu não sei como levar a minha vida depois do que aconteceu.
B: Acho que com o tempo você vai descobrir.
V: Às vezes parece que sim, em outras, me vejo completamente perdido.
B: Queria poder ajudar.
V: Às vezes, sinto que pode, sim, me ajudar. Em outros parece que você me confunde ainda mais, me afasta do caminho que deveria estar seguindo.
B: Sinto muito por isso.
V: Não deve sentir, a culpa não é sua.
B: Mas parece que é.
V: Estou confuso e devo estar confundindo você também.
B: Um pouco...
V: Lamento por isso.
B: Já sou grandinha. Eu vou sobreviver.
V: Não quero ser um canalha brincando com você.
B: Então não seja.
V: Parece simples.
B: Mas é. — Dei um meio sorriso.
V: Não quando se tem o peso do mundo na consciência.
B: Você traiu sua esposa enquanto era viva, quando estava doente?
V: Não! Por que está me perguntando isso? — Mostrou os dentes, parecendo irritado.
B: Então por que tem o peso do mundo nas costas? Você foi um bom marido para ela enquanto pôde.
V: Acho que não o suficiente.
B: Por acaso tem um poder de cura especial que eu não sei?
Victor balançou a cabeça com o cenho franzido.
B: Então não tinha o que fazer.
V: Eu jurei.
B: Imagino que seja na saúde e na doença, todos os dias da sua vida...
V: Até que a morte os separe — ele completou, e percebi que lágrimas se acumulavam nos olhos dele.
Victor estava sofrendo. Parecia ser muito dolorosa a sua perda, mas eu não sabia o que fazer para ajudá-lo, a não ser agir de forma compreensiva.
V: Quando nos casamos não esperamos que essa parte aconteça.
B: Tenho certeza que não.
V: Você é linda! Juro que só queria pensar em você, no seu corpo e no quanto gostei de ter a sua bunda se mexendo no meu pau.
Tentei não ficar envergonhada diante do que ele disse, e apenas pensei no que estávamos conversando.
B: Mas não pode...
Ele balançou a cabeça em negativo.
B: Não posso culpá-lo por isso.
V: Ainda bem. — Deu um sutil sorriso amarelo.
M: Papai! — Ouvimos o Michael gritar.
B: Acho que ele acordou — comentei, sem tirar a mão do seu peito.
M: Papai!
V: É, acordou. — Victor se afastou, recuando alguns passos para trás e minha mão caiu, pendulando até parar ao lado do meu corpo.
V: Eu preciso ir.
B: Precisa.
Victor se curvou e tocou meus lábios com os seus em um doce, porém, breve, selinho. Não estava esperando por aquele beijo e senti como se a montanha-russa estivesse voltando a subir.
Fiquei parada na porta do banheiro enquanto esperava que ele se afastasse para ir cuidar do filho.
Tadinho do Victor 🙁
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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...