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EP 16

Maratona 06/10

— Senhor, por favor, me deixe tentar. Se o senhor não gostar da garota, podemos dar outro jeito, porém se não deixar que o Michael seja cuidado por outros, o menino vai crescer numa bolha e o senhor não conseguirá trabalhar direito.

— Não vou ficar longe dele. — Beijei-o no alto da cabeça.

— Nem precisa. Continuará com o menino à noite, como sempre fez antes do meu acidente acontecer. Delegar não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria. Nem sempre conseguimos fazer tudo sozinhos.

— Se ela machucar o Michael...

— Não vai.

Eu parecia um velho ranzinza que não conseguia dar o braço a torcer, mas parecia impossível deixar o meu único filho aos cuidados de uma desconhecida.

BÁRBARA

Confesso que eu senti medo. Assim que o avião levantou voo, meu estômago revirou e eu senti borboletas na barriga.

Quando o piloto avisou que havíamos pousado em solo inglês, eu respirei fundo e comemorei. Finalmente havia chegado, estava realizando um sonho. Ainda mal era capaz de acreditar.

Peguei a minha mala de mão no compartimento de bagagem e segui o fluxo de passageiros até o setor de desembarque.

Peguei a minha mala maior na esteira e segui a placa que direcionava o desembarque até identificar a imigração.

— Olá, senhorita — disse o homem em inglês.

— Oi!
— Passaporte, por favor.

— Aqui. — Tirei o documento do bolso e entreguei para ele.

— Por quanto tempo pretende ficar no Reino Unido?

— Seis meses. — Coloquei a minha pasta sobre o balcão e vasculhei até encontrar a minha passagem de volta, com a data estipulada que eu retornaria ao Brasil.

— Onde irá se hospedar? O que veio fazer aqui?
— Eu vim fazer um semestre do meu curso de Direito na Universidade de Londres.

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