EP 51

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Maratona 06/10

B: Não tinha espaço na mala, mãe.

F: Deveria ter organizado melhor.

B: Tem limite de peso, mãe! Não se preocupa, tudo bem? Não estou passando frio, comprei mais roupa aqui.

F: Você tinha dinheiro o suficiente?

B: Mãe! Eu estou bem.

F: Não me recrimine por me preocupar com você.

B: É que as vezes a senhora exagera.

F: Mães nunca exageram.

B: Tenho as minhas dúvidas. Como está o papai?

F: Se esparramou no sofá para ver o jogo, mas acabou dormindo.

B: É domingo, ele deve estar cansado.

F: Sim.

B: Eu preciso estudar, mãe. Amanhã, mais cedo, eu ligo para você, tudo bem?

F: Tudo bem. Não deixe de dar notícias, minha filha, ficamos preocupados.

B: Estou bem, mãe.

F: Mas não vou saber se você não falar.

B: Pode deixar.

F: Não vejo a hora de você voltar para casa e acabar com esse sofrimento.

B: Mãe, sem drama, por favor.

F: Assim parece que nem liga para gente.

B: Ligo, sim.

F: Deveria estar com saudades.

B: Eu estou.

F: Não parece.

B: Mãe, para de drama.

F: Vou deixar você estudar.

B: Obrigada.

F: Como está o menino que você cuida?

B: Bem.

F: Não some.

B: Pode deixar.

F: Amo você, Babi.

B: Também te amo, mamãe.

VICTOR

Eu fugi! Perdi a cabeça, o controle, e agora não sabia como reagir, tampouco conseguia presumir o que se passava pela mente da Bárbara, mas imaginava que ela estivesse com raiva de mim.

M: Zu, papai! O zu! — Michael puxou a minha camisa, atraindo a minha atenção para ele, e percebi que estava no quarto do meu filho.

Michael não entendia o que estava acontecendo comigo, como iria entender? Era só uma criança. Ele mal teve tempo de conhecer a mãe.

Sv: Victor?

Virei-me ao ouvir a Vitória.

Sv: Já voltaram?

Apenas fiz que sim com um movimento de cabeça.

M: Zu, papai!

V: O que é zu, meu filho?

M: O zu. — Ele apontou para um brinquedo na estante e enxerguei um bonequinho dos Smurfs na cor azul.

V: É esse? — Peguei e entreguei a ele.

Michael não respondeu, apenas abraçou o brinquedo e sentou no berço.

Sv: Por que estou com a sensação de que não foi um bom encontro?

M: Eu não deveria me envolver com outra mulher, Vitória.

Sv: O que aconteceu? Ela fez algo de errado?

V: Ela não, fui eu. Eu já não estava sabendo conduzir o encontro, e tudo estava indo por água abaixo. Aí uma mulher disse que parecíamos uma família linda e perdi o controle.
Victor! — Lançou-me um olhar recriminatório.

V: Eu sei, Vitória.

Sv: Parece que não.

V: A Tainá...

Sv: Pare de se culpar pelo o que aconteceu com ela. Não foi culpa sua.

V: Eu apoiei a decisão de esperar o Michael nascer para começar a quimioterapia.

Sv: Nenhum de vocês poderia prever que o câncer avançaria tão rápido, mas a vida é assim. Num momento estamos bem, mas no outro... — Ela apontou para o próprio corpo me lembrando do AVC.

V: Eu não deveria estar flertando com uma garota depois de tudo o que aconteceu.

Sv: Não volte para a estaca zero, Victor.

V: Às vezes, eu me sinto em uma montanha-russa, com mais momentos de baixa do que alta.

Sv: É você quem se derruba.

V: Sinto culpa — confessei.

Sv: Uma culpa que não é sua.

V: Será?

Sv: Você fez tudo o que pôde pela Tainá, faz tudo o que pode pelo Michael... precisa começar a fazer tudo o que pode por si mesmo.

V: Pode ficar de olho nele por um tempo? Vou só tomar um banho e já volto.

Sv: Pode ir. Qualquer coisa, eu grito.

V: Obrigado.

Saí do quarto do meu filho e segui para o meu. Fechei a porta e me despi, caminhando para o banheiro.

Eu não tinha o direito de ter outra família, de ter outra senhora Augusto.

Próximos capítulos vcs vão sentir tanta raiva do Victor...

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora