EP 66

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M: Um, doisi, tês... — Michael puxava os meus dedos enquanto eu o ensinava a contar.

B: Qual o próximo? — Balancei meu dedo anelar

M: Tês? — Franziu o cenho, pensativo.

B: Qual vem depois do três, Mick?

M: O tês? — Ele se ajeitou em cima do sofá onde estávamos na sala e ficou me encarando, como se esperasse de mim a resposta.

B: Depois do três vem o quatro, Mick.

M: Hum...

B: Vamos de novo?

M: Um. — Puxou meu dedo. — Doisi. — Abaixou o outro. — Tês...

B: Depois do três é?

M: Quato!

B: Muito bem! — Eu o abracei apertado e o enchi de beijos.

Michael gargalhou enquanto tentava me beijar de volta.

M: Te amo, mamãe. — Ele envolveu meu pescoço com os bracinhos e eu fiquei completamente sem reação.

Fiquei me perguntando de onde ele havia tirado aquela frase, talvez de um desenho que assistimos juntos ou de uma conversa entre mim e a minha mãe.

M: Bi? — Ele me chamou novamente quando percebeu que eu estava completamente atônita.

B: Também amo você, anjinho. — Retribuí o seu abraço.

Os cinco meses que eu havia passado com aquele garoto foram o suficiente para que eu apendesse a amá-lo. Faltava pouco para voltar para casa e não queria pensar em como seria a minha vida no momento que tivesse que abandonar Michael e Victor e voltar para a minha realidade.

O semestre na faculdade estava acabando, assim como o período de permanência do meu visto. Aquela declaração inocente do garotinho me fez pensar que em algum momento, não tão distante, eu teria que voltar para casa e deixá-lo, algo nada fácil para nenhum de nós.

M: Quato. — Ele continuou contando e eu me afastei para olhá-lo.

B: Depois do quatro vem qual, Mick?

M: Seis?

B: Seis, não.

M: Não?

B: Depois do quatro é o?

M: Oito.

B: Não, amorzinho, depois do quatro vem o cinco.

M: Cinco.

B: Isso! Vamos começar de novo?

M: Vamos!

Levantei as mãos e ele voltou a segurar os meus dedos.

M: Um... doisi... tês... quato... cinco...

B: E depois?

M: O seis!

B: Parabéns! — Voltei a enchê-lo de beijinhos.

Te amo, mamãe! Aquela frase ecoou novamente na minha cabeça, mas o que eu não sabia, naquele momento, era que ela iria mudar a minha vida inteira.

VICTOR

Havia um motivo a mais que me impulsionava a voltar para casa todos os dias. De certa forma, eu estava vivo de novo e havia me reconectado com uma parte de mim mesmo.

Desci do carro e entrei na mansão, passei direto pelo hall e segui até o quarto do meu filho. Imaginei encontrar ele e a Bárbara lá, mas não estavam.

Segui os risos até encontrá-los, vendo um musical infantil na sala de cinema.

V: Achei que esse fosse o nosso lugar. — Sorri quando meus olhos encontraram os dela.

B: Michael gosta daqui. Estava olhando no armário e tem muitos filmes para criança.

V: Sim, a minha mãe passava para mim.

B: Por que não deixá-lo assistir também? — Deu de ombros.

V: Você sabe ser convincente.

B: Só peço com jeitinho.

V: Conheço esse seu jeitinho.

Era difícil conter a minha vontade de tomá-la nos braços quando estávamos diante do meu filho. Desde que Bárbara e eu começamos a nos envolver, eu não conseguia passar muito tempo sem sentir seu cheiro, tocar seu corpo ou beijar seus lábios. Tínhamos o nosso momento quando ela voltava da faculdade e o Michael estava dormindo e, durante o último mês, eu aguardava ansioso por ele todos os dias.

B: Agora você precisa ficar com o papai, porque eu vou para faculdade.

M: Não! — Meu filho se agarrou ao braço dela. — Fica.

B: Preciso ir, Mick.

M: Fica, mamãe! Assisti filme.

preparados para querer matar o Victor ??
Sorry kkkkk

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora