EP 50

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Maratona 05/10

B: Bem! Estou aprendendo coisas muito interessantes no âmbito do direito inglês e internacional, que foram as disciplinas que me inscrevi.

V: Isso é bom!

B: Sim. — Sorriu de um jeito que me contagiou.— E o seu trabalho?

V: O que tem meu trabalho?

B: Como é? O que você faz? Sei que é dono de uma empresa de carros, mas é tudo muito vago para mim.

V: A Alliance Cars é uma locadora de carros que atua em toda a Europa, nos Estados Unidos e em alguns outros países pelo mundo. Foi criada pela minha família e eu administro desde a morte do meu pai.

B: Você tem algum irmão?

Balancei a cabeça em negativa.

B: Então temos algo em comum.

V: Parece que sim.

Depois do nosso almoço, voltamos a observar a cidade através dos vidros e Bárbara tirou muitas fotos com o celular.

B: Tira uma comigo. — Ela me puxou para perto e encostei a cabeça na dela para posar para a selfie.

Xxx: Vocês são uma família muito bonita — comentou uma senhora com traços asiáticos. Bárbara e eu nos entreolhamos, mas nenhum dos dois soube como reagir.

Fechei a expressão e tirei a mão da cintura dela, segurando apenas a mão do meu filho, para que ele não saísse correndo cambaleante e acabasse sumindo de vista.

Bárbara alternou o olhar entre mim e a senhora, mas não disse nada.

V: Acho melhor nós irmos embora. Você precisa estudar.

B: Okay! — Ela se agachou para pegar o Michael no colo, mas eu estava arredio e peguei o meu filho primeiro.

Não controlei a forma como agi. Era um comentário aleatório e inocente, mas que tocou tão fundo na minha ferida, que me fez perder a cabeça e rosnar. Peguei o Michael no colo e fui para o elevador. Com um ar de espanto e confusão, Bárbara me seguiu.

BÁRBARA

Em um momento, achei que estivéssemos nos entendendo, até nos conectando, mas, no seguinte, ele se afastou para tão longe quanto possível.

Durante o percurso de volta para a Sky House, Victor não disse uma única palavra.

Doeu pensar que um simples comentário de uma senhora pudesse ter nos afastado mais do que antes daquele encontro começar. No entanto, o que eu estava pensando? Ele não era um príncipe encantado e eu não estava vivendo um conto de fadas. Victor poderia ser um homem rico que sempre teve tudo, mas ele também havia perdido muita coisa, pessoas que lhe eram caras, o que havia causado um buraco no coração dele que não seria fácil de reparar.

Quando pisquei os olhos, vi que estava parada ao lado do carro e Victor já havia entrado. Respirei fundo e pensei no que deveria fazer a seguir. Se ele havia me afastado, era melhor deixá-lo sozinho. Tudo o que eu poderia fazer era ir para o meu quarto estudar.

Passei pela sala vazia e subi até o meu quarto. Escorei na porta ao fechá-la e tirei o cachecol. Respirei fundo ao me livrar do casaco e da blusa de lã, encolhendo-me no reconfortante calor do aquecedor. Fiquei sentada na cama por um momento até me animar a pegar os textos que precisava estudar para o seminário.

Meu celular tocou e eu me espichei para pegá-lo de cima da escrivaninha, onde também estavam meus livros, e atendê-lo.

Flávia: Bárbara!

B: Oi, mamãe.

F: Querida, como você está?

B: Bem- dei o meu melhor sorriso

F: Está muito frio aí?

B: Bastante.

F: Eu disse que você deveria ter levado mais roupas de frio.

B: Não tinha espaço na mala, mãe.

F: Deveria ter organizado melhor.

B: Tem limite de peso, mãe! Não se preocupa, tudo bem? Não estou passando frio, comprei mais roupa aqui.

F: Você tinha dinheiro o suficiente?

B: Mãe! Eu estou bem.

F: Não me recrimine por me preocupar com você.

B: É que as vezes a senhora exagera.

F: Mães nunca exageram.

B: Tenho as minhas dúvidas. Como está o papai?

F: Se esparramou no sofá para ver o jogo, mas acabou dormindo.

B: É domingo, ele deve estar cansado.

F: Sim.

B: Eu preciso estudar, mãe. Amanhã, mais cedo, eu ligo para você, tudo bem?

F: Tudo bem. Não deixe de dar notícias, minha filha, ficamos preocupados.

B: Estou bem, mãe.

F: Mas não vou saber se você não falar.

B: Pode deixar.

F: Não vejo a hora de você voltar para casa e acabar com esse sofrimento.

B: Mãe, sem drama, por favor.

F: Assim parece que nem liga para gente.

B: Ligo, sim.

F: Deveria estar com saudades.

B: Eu estou.

F: Não parece.

B: Mãe, para de drama.

F: Vou deixar você estudar.

B: Obrigada.

F: Como está o menino que você cuida?

B: Bem.

F: Não some.

B: Pode deixar.

F: Amo você, Babi.

B: Também te amo, mamãe.

Poxa senhorinha , atrapalhou meu casal 😕

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora