Capítulo 52

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Emily

— Como estou? – Hugo põe as mãos no quadril, fazendo pose.

— Gostoso – pontuo antes de voltar a mexer na bolsinha de maquiagem que trouxe.

— Eu sei. — Meu irmão responde convencido e reviro os olhos. — O que você tanto procura?

— Um delineador — conto. — Quero que você faça um gatinho em mim.

Estamos nos arrumando para a despedida de solteiro, que vai ser no salão de festas do hotel. Não tem tema, graças a Deus. O convite simplesmente dizia: "venha brilhando!" e meus amigos e eu estamos levando isso ao pé da letra, todo mundo escolheu uma roupa ou um acessório brilhante para usar hoje.

Hugo senta ao meu lado na cama, puxando a bolsinha da minha mão para procurar ele mesmo. Ele está vestindo calça jeans preta, com um cinto fino de glitter dourado e camisa social preta.

— Vira para mim e fecha os olhos – ele ordena, pondo a mão no meu queixo para me manter na posição que ele quer.

— Será que já começou? – pergunto, abrindo um olho só para ver a hora no celular.

— Provavelmente, mas quanto mais tarde, melhor.

Alguém bate na porta do quarto, fazendo meu irmão parar o delineado no meio do caminho.

— Quem é? – questiono, falando alto

— Sou eu – a voz abafada de Oliver chega até nós e saio da cama para abrir a porta para ele.

Assobio ao ver Oliver.

— Miau miau, gatinho – elogio e ele revira os olhos, sorrindo.

— Miau miau para você também, linda.

Sorrio de volta, dando espaço para ele entrar no quarto.

— Você sabe que a Lara está aí, né? – Oliver indaga, fazendo com que eu pare de andar e me vire para ele.

Hã!? – minha fala sai um pouco engasgada e meu irmão assente da cama, antes de me puxar pelo braço para voltar a sentar.

— Achei que você soubesse – Hugo finge normalidade, retomando a maquiagem de onde parou.

— Você sabe que não – retruco.

Pego um espelho para ver o resultado do delineado branco em mim e também para tentar fugir do assunto.

— Vocês vão ficar bem, sabe disso – Hugo levanta, estendendo a mão para me ajudar a levantar também.

— Eu sei. Sinto saudades dela – confesso e ele assente.

— No fundo todo mundo sente – meu irmão diz.

— Eu não sinto – Oliver rebate.

— Oliver... – começo, mas ele me corta antes mesmo que eu possa dizer algo.

— Não sinto mesmo. Só vou perdoá-la no dia em que as vacas voarem.

— Mas na Argentina existem Bois nos Ares.

Rio da minha própria piada, e ponho a mão sobre a boca para tentar parar de rir ao perceber que só eu estou rindo.

Encolho os ombros sob o olhar descrente dos dois.

— É uma boa piada, poxa – me defendo.

— É horrível, Emily – Hugo fala indignado enquanto ri.

Eu me viro para Oliver, procurando um apoio, mas ele nega com a cabeça, apertando os lábios para não rir também.

— Até você, Oliver!? – cruzo os braços e ele dá de ombros.

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