Oliver
Toc toc.
Me remexo na cama, ignorando a batida na porta.
— Eu sei que você está acordado, Oliver – a voz de Enzo atravessa a madeira.
Bufo, mas levanto da cama. Abro a porta para ele e volto para minha cama.
— Você está horrível – Enzo acusa e eu dou de ombros.
— O que você está fazendo aqui? – pergunto e ele senta ao meu lado, na cama.
— O que aconteceu ontem? – ele rebate
Finjo não entender a pergunta.
— Não aconteceu nada.
— Você está mentindo, solta logo – ele finge tédio, mas sei que está preocupado.
Conto a ele o que aconteceu, sem muitos detalhes, porque senão precisarei explicar sobre meu problema, e não quero isso. Enzo escuta atento, sem perder nenhum detalhe.
— Deixa eu ver se entendi certo — ele me interrompe. — Vocês brigaram por causa de um remédio que velho usa?
— Sim – resmungo.
— E não era seu?
— Não.
Ele parece sem saber no que acreditar e tento não me sentir ofendido.
— Tem certeza...?
— Sim, Enzo, eu tenho certeza — ele arquea uma sobrancelha para mim. — Eu só tomei isso uma vez, quando estava com a Penélope, depois disso nunca mais.
Eu tomei Viagra uma vez, quando namorava Penélope. Eu não tinha uma ereção e me forcei a tomar o remédio para conseguir ter relações com ela. Foi nojento e horrível para mim. Nós terminamos logo em seguida.
Enzo era meu único amigo na época, e sempre tivemos uma amizade boa, então eu acabei contando para ele, que primeiro riu de mim e depois quis me bater por ter sido tão idiota.
A verdade é que nunca me passou pela cabeça tomar nenhum tipo de remédio para ter ereção com Emily, já que as ereções estavam acontecendo de forma natural.
— E se você não acredita em mim — eu prossigo —, eu liguei para a recepção reclamando que as gavetas não foram limpas e eles admitiram que provavelmente a faxineira esqueceu de tirar.
Enzo abre a gaveta e olha para os objetos ali: o remédio para ereção, um isqueiro, um cortador de unha e um pacote de cigarro, que são coisas que eu nunca traria, já que eu nunca toquei em um cigarro na vida.
— Ok, foi mal, eu só estou perguntando — assinto e ele respira fundo. — Você vai procurar ela?
Coço o queixo.
— Não sei. Sinto que deveria, mas não sei como ela está e se vai querer falar comigo.
— Ela deve estar péssima e com raiva, mas eu acho que você deveria falar com ela ou pelo menos tentar.
Assinto.
— Eu vou. São que horas? – tento mudar de assunto.
— São três e meia e nem tente fugir — ele me corta e eu bufo. — Sabe o que eu acho?
— Não e nem quero saber.
— Eu acho que você poderia procurar um psicólogo – ele sugere.
O encaro, descrente.
— Eu não preciso de psicólogo. Não estou doente – retruco, irritado.
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Do Nosso Jeito - CONCLUÍDA
Teen Fiction"Se eu pudesse tirar essa dor de você eu tirava, mas não posso, infelizmente. Tudo o que posso fazer é te ajudar a criar novas boas lembranças, deixe-me fazer isso, Emily" 🍁 Sinopse inserida no livro ⚠ Este livro contém gatilhos relacionados a estu...