oooi, galerouscomecem o capítulo ouvindo a música que está na mídia!
beijinhos e boa leitura!
________________________________________________________________________________
Emily
Encaro o livro que está em minhas mãos, sem conseguir mais me concentrar. O sono está me matando. Olho a hora no aparelho da TV, são uma da manhã e Brian ainda não me ligou, nem mandou nenhuma mensagem, o que possivelmente significa que eu poderei dormir hoje.
Suspiro, levantando do sofá e deixando o livro na mesa de centro. Me encaminho para o meu quarto e vejo que a luz está acesa no quarto de Hugo. Ando até lá, vendo que ele já está dormindo, apago a luz e volto para o meu quarto.
Deito na cama e apago logo em seguida.
"Sweet and sour motivation
Wish I could keep concentration
I've been getting high"...
Não. Não. Não!
"I'm doing it alone now
I think I gotta slow down
And I know I"...
Rolo na cama, tentando ignorar a ligação para poder voltar a dormir.
"Cherry flavoured conversations with you
Got me hanging on"...
Bufo irritada, pegando o celular e atendendo sem nem mesmo olhar.
The Neighbourhood, nunca detestei tanto vocês!
— Olha, Brian, hoje não, tá me ouvindo?! Hoje não! – falo irritada por ter o sono interrompido
O outro lado da linha fica estranhamente silencioso e eu passo a estranhar.
— Brian? Cê tá me ouvindo? – pergunto
— Não é o Brian. Sou eu, Oliver.
— Ah – respondo simplesmente, surpresa
Oliver não costuma me ligar, principalmente a essa hora. Aliás, eu nem sei que horas são. Tiro o celular do ouvido rapidamente e vejo que são quatro horas e cinquenta e dois minutos.
Suspiro. Que ótimo.
— Oliver? – chamo em frente ao silêncio. Escuto somente sua respiração acelerada e passo a me preocupar.
— Estou aqui – responde. Grande coisa, viu.
— Aconteceu alguma coisa? – questiono, preocupada, mudando de posição na cama e me virando para a janela.
— Não, nada. Eu só... — respira fundo — não sei, na verdade. Só precisava ouvir sua voz. – Meu coração acelera e só não sorrio boba porque a preocupação fala mais alto.
— A essa hora? São quatro da manhã! – exclamo e o escuto rir do outro lado da chamada.
— Estou consciente da hora. Infelizmente — imagino-o fazendo careta. Ele fica em silêncio novamente, mas antes que eu consiga abrir minha boca para chamá-lo de novo, mas ele responde antes que eu fale algo.
— Eu vou me mudar, quinta-feira, ou seja, amanhã — conta, e eu fico surpresa, mas fico quieta. — E... não sei, sabe. Estou feliz pela mudança, de verdade, vai ser um alívio para mim. Mas... tenho medo de não ser esse o certo. Eu quero, mas não sei se devo. Minha mãe pode ser uma filha da puta, mas ainda é minha mãe. Entende?
Ok. Então ele vai se mudar para morar com o pai? E vai deixar a mãe? Bem, talvez disso eu entenda.
— Eu conheci o Hugo quando tinha onze anos. Nós estudávamos na mesma turma, e viramos amigos quase que de primeira, mas nem eu e nem ele fazíamos ideia de que éramos irmãos — começo a contar, respirando fundo. Faz muito tempo que não conto isso para alguém além da minha psicóloga. — Quer dizer, o Hugo sabia que o progenitor dele tinha outra família, e que ele tinha duas irmãs. Mas eu nunca soube de nada.
— Não sabia disso. Achei que vocês soubessem da existência uns dos outros desde sempre.
— Infelizmente, não — faço careta. — Eu só fui descobrir que o Hugo era meu irmão quando nós tivemos que fazer um trabalho em dupla e viemos para a casa dele. Nesse dia Scott não tinha ido para o hospital onde trabalhava e se surpreendeu quando me viu. Imagina a cara dele, tadinho. Scott ficou mais branco que a parede e desmaiou. Tipo, foi só olhar pra minha cara e pum! caiu.
— Deve ter sido apavorante.
— Um pouco — admito, rindo. — Mas também foi bom. Se isso não tivesse acontecido, eu nunca ia saber que tinha três irmãos.
— Três é demais.
— E quatro deveria ser um absurdo – brinco. – Mas enfim, depois disso, eu descobri uma série de coisas que não gostei, e viver na minha antiga casa se tornou impossível. Eu demorei muito tempo para decidir ir embora, tinha medo de estar tomando a decisão errada, mas esse ano finalmente consegui tomar uma iniciativa e me mudei para cá.
— Se arrepende de ter ido embora? – Oliver questiona.
— Não. Às vezes, ainda sinto saudades — confesso. — Mas não consigo me arrepender de ter tomado a decisão que tomei. Foi o melhor para mim.
Respiramos fundo ao mesmo tempo e sorrio. O silêncio se instaura novamente, mas dessa vez já é um silêncio bem-vindo.
Observo o nascer do sol e percebo, pela respiração leve, que Oliver dormiu. Sorrio.
— Bom dia, Oliver.
mais um dia boiolinha por esses dois 😩💛
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do Nosso Jeito - CONCLUÍDA
Jugendliteratur"Se eu pudesse tirar essa dor de você eu tirava, mas não posso, infelizmente. Tudo o que posso fazer é te ajudar a criar novas boas lembranças, deixe-me fazer isso, Emily" 🍁 Sinopse inserida no livro ⚠ Este livro contém gatilhos relacionados a estu...