— Me dê essa mala aqui, Emily! – diz Scott, o mais velho dos três
Bufo e entrego a mala para ele. Meus irmão estão conversando sobre alguma coisa que eu não faço questão de prestar atenção.
— Emy, você está me ouvindo!? – Hugo, o mais novo, me pergunta
— Estou te ouvindo, Hugo.
— Mentira! Do que eu estava falando então? – tento forçar a memória para me lembrar, mas por não estar prestando atenção, não lembro. — Desculpa, vou prestar mais atenção da próxima vez – digo e ele suspira, me abraçando de lado.
— Você sabe que nós te amamos, não é, Emy? - Brian, o irmão do meio, pergunta e eu o abraço também.
— Vamos logo, crianças! Venham me ajudar! - Scott diz enquanto tenta equilibrar as malas.
— Me dá isso aqui logo! - reclamo enquanto pego uma das malas
Entramos na casa e vamos direto para o andar de cima, onde ficam os quartos. O meu quarto já está arrumado e só me falta para que ele fique completo.
Termino de guardar uma parte das minhas coisas por volta de umas sete da noite e decido descer para comer alguma coisa.
— Até que enfim! Achamos que você tivesse morrido lá dentro! – Brian brinca
— Tô com fome! – reclamo
— Mata o homem e come. – Hugo diz, me fazendo revirar os olhos
— Scott está te chamando lá em cima, Emily. - Brian avisa
— Porra, mas eu acabei de descer, véi. Sério isso? E a minha fome? – reclamo, mas volto para o andar de cima mesmo assim
— Me chamou? – pergunto a Scott enquanto entro no escritório dele, que no caso é o lugar que a gente fica quando deseja um minuto de silêncio.
Porque acredite, silêncio nessa casa é algo difícil.
— Chamei. Onde estão as folhas da sua emancipação?
— Ali! — Aponto para a pasta vermelha que está em cima da mesa, ao lado do notebook dele. — Tá tudo aí, a cópia do testamento, a assinatura também está aí.
— Ok, você vai querer mesmo a moto? – Scott pergunta e eu concordo com a cabeça, o fazendo suspirar.
Comecei a aprender a dirigir a partir dos onze anos. Meu tio cismou que eu deveria aprender e eu nunca achei que realmente fosse precisar, até porque era muito novinha, mas hoje em dia agradeço por ele ter me ensinado, já que saber dirigir já me ajudou em algumas merdas.
— Tudo bem, tome as chaves da moto, mas ó, só quero ver você dirigindo em emergências, mesmo que você já saiba dirigir, não é permitido, você ainda é muito nova e sua emancipação não te dá o direito de dirigir. – Scott avisa e eu assinto, antes de correr para perto dele e o abraçar.
— Te amo, mano. Obrigada por tudo, não sei o que seria de mim sem vocês três. – Falo segurando as lágrimas, amo esses meninos mais que tudo, junto de Ágata.
— Para com isso, Emily, não quero você chorando por aí, tá bom? Você sabe que não precisa agradecer por nada. Eu que fico grato por ter nos unido de novo, sei que nunca facilitei nada, mas sempre me esforço para manter todos vocês bem. — Scott diz e percebo seus olhos ficando marejados, assim como os meus. — Agora sai daqui antes que quem comece a chorar seja eu. E já vou avisando que não sou bonito chorando.
Deixo que Scott fique sozinho com seus pensamentos e me sento no topo da escada para me recuperar da sessão quase-choro.
Dos três, Scott é o mais quieto e fechado. É difícil para ele deixar sua parte protetora de lado, às vezes. Eu não posso dizer que não o entendo. Meus irmãos perderam a mãe bem novinhos, em um acidente de carro.
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Do Nosso Jeito - CONCLUÍDA
Teen Fiction"Se eu pudesse tirar essa dor de você eu tirava, mas não posso, infelizmente. Tudo o que posso fazer é te ajudar a criar novas boas lembranças, deixe-me fazer isso, Emily" 🍁 Sinopse inserida no livro ⚠ Este livro contém gatilhos relacionados a estu...