Capítulo 41

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Emily

— Tá pronta? – Hugo pergunta enquanto se apoia no batente da porta do meu quarto.

Me olho mais uma vez no espelho e me viro para ele.

— Acho que vou vomitar – lamento e ponho as mãos na barriga.

Hugo revira os olhos e ri de mim.

— Para com isso! O pai dele nem vai estar lá!

Ele conta, fazendo com que eu me jogue na cama.

— Ah! Graças a Deus! – comemoro aliviada e meu irmão volta a rir.

— Ele não te disse? – ele pergunta e se senta ao lado do meu corpo na cama.

Balanço a cabeça, negando.

— Ele fez de propósito, não fez? – pergunto

— Provavelmente – meu irmão diz, sorrindo e eu bufo.

Hoje é sábado e Oliver convidou todo mundo para passar o dia na nova casa dele. Quando perguntei se o pai dele estaria lá, ele disse "não sei, acho que sim. Afinal, é sábado".

— O pai dele trabalha até nos finais de semana? – questiono indignada.

— Não sei. Acho que não. – Hugo responde.

Ainda sem coragem para levantar, continuo deitada na cama, fazendo meu irmão deitar ao meu lado.

— Sabe que quando vocês oficializarem o namoro você vai ter que conhecer o pai dele de qualquer jeito, não sabe? – ele pergunta

— Não tem nada para oficializar, não estamos namorando. – Retruco e tenho quase certeza de que meu irmão está revirando os olhos nesse momento.

— Emily, vocês já estão ficando há mais de um mês – ele rebate.

— Isso não quer dizer nada.

— Vocês estão ficando com outras pessoas, ou são ficantes fixos?

— Eu não fiquei com mais ninguém, mas isso é coisa minha! — teimo. — Ele pode ficar com quem ele quiser!

— Ah, pode? — meu irmão debocha. — E você vai ficar feliz vendo-o beijar outra pessoa?

— Não – lamento, me contorcendo na cama.

— Então pronto! Deixe de ser medrosa e assuma logo isso.

— Não precisamos de rótulos – retruco.

— Você tem medo deles, é diferente.

Me calo. O que Hugo disse está certo. Tenho medo de rotular alguma coisa e tudo dar errado.

— Você está apaixonada, e ele também, então não tem motivo para isso – ele retoma, dessa vez mais calmo.

Balanço a cabeça, negando.

— Eu gosto dele. Não estou apaixonada — afirmo, me sentando na cama. Hugo me encara cético, com uma sobrancelha arqueada. — Podemos ir? Se não vamos nos atrasar.

— Já estamos atrasados – responde e eu rio.

— Normal.

Fico de pé, me olhando mais uma vez no espelho. Escolhi um vestido preto, de alcinha, com dois bolsos, onde há uma flor bordada em branco.

— Tá de short por baixo!? – Hugo questiona, me fazendo abrir o armário.

— Não, tinha esquecido. Valeu! – agradeço, já enfiando os pés dentro do short.

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