Capítulo 36

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Oliver

Entro em casa decidido a conversar com Rosa e a encontro sentada na mesa da cozinha lendo alguma coisa.

— Oi, Rosa, onde está a Amora? – pergunto, para ganhar tempo.

Ela tira os olhos do livro, trazendo-os para mim e sorri.

— Dia da beleza – diz.

Reviro os olhos, sabendo que aquilo foi ideia da minha mãe.

Penso em como iniciar o próximo tópico e acabo nos deixando em silêncio.

Rosa bufa, fechando o livro.

— Desembucha. O que está havendo? – pergunta direta.

Puxo uma cadeira e me sento de frente para ela.

— Quero que você peça demissão.

Ela arregala os olhos, chocada. E eu me adianto para explicar.

— Não quero que você fique sem emprego, Rosa. Não é isso, — volto a falar, tentando escolher as palavras certas. — Mas também não quero mais que você trabalhe nessa casa. Eu e a Anitta vamos embora, e você poderia ir com a gente. Meu pai cobriria todos os gastos, e você não precisaria mais aturar a minha mãe – explico.

Rosa suspira e põe sua mão em cima da minha na mesa.

— Oh, meu filho... Sua oferta é boa, mas não posso aceitar.

— Por favor — peço. — Ninguém merece continuar aguentando minha mãe. Você pode vir com a gente, por favor.

— Eu aprecio muito a sua preocupação, Ollie, mas eu vou recusar.

— Por quê? Todo mundo sabe que você só continua trabalhando aqui por minha causa e pela Anitta! – Exclamo.

— Isso é verdade — pontua. — E é exatamente por isso que eu não preciso ir com vocês. Eu vou pedir demissão, sim, mas não vou nunca mais trabalhar como doméstica. — Minha boca se abre de surpresa, pronta para fazer mil e umas perguntas, porém Rosa me corta com um aceno. — Eu termino a faculdade daqui a dois meses e poderei finalmente trabalhar com o que eu sempre quis — ela conta, com um sorriso orgulhoso que espelha o meu.

— Fico muito feliz por você, Rosa. Sua filha também vai concluir?

Rosa tinha iniciado o curso de enfermagem há quatro anos. Minha mãe, claro, não ficou sabendo, mas eu e Anitta, sim.

Ela tem uma filha chamada Rebeca, de 19 anos, que está cursando Artes Plásticas na UFRJ.

— Sim! Mas só daqui a dois anos. Eu estou muito feliz. É um alívio ver que seu pai finalmente está assumindo o lugar dele de pai.

Concordo com a cabeça, sem querer alongar.

— Vou sentir sua falta — admito. — Você foi mais minha mãe do que a minha mãe – falo, com a voz embargada.

Rosa passa a mão no meu cabelo, ajeitando-o e me encara, com os olhos cheios d'água.

— Você é um menino de ouro, Oliver. Me orgulho muito de quem você e sua irmã estão se tornando, vão ser pessoas maravilhosas.

— Pare com isso – reclamo, limpando uma lágrima no canto dos olhos, fazendo ela rir de mim.

— Você que puxou o assunto! A culpa não é minha! – Ela diz, rindo, limpando as próprias lágrimas. Rio também.

— Amo você, Rosa – declaro e ela sorri.

— Também amo você, Ollie.

e eu me despeço com esse capítulo que aquece o coração feito microondas!

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e eu me despeço com esse capítulo que aquece o coração feito microondas!

feliz final de páscoa

eu volto de novo durante a semana, prometo! se eu não aparecer, podem cobrar pq sou esquecida

FUI!

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