Capítulo 43

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Emily

Estou apaixonada pelo Oliver.

Esse é o primeiro pensamento que me invade assim que abro os olhos. Merda. Mil vezes merda. Continuo encarando o teto, sem saber o que fazer com essa nova informação.

Quando foi que esse sentimento começou?, me pergunto. Não sei. E não sei mesmo, mas parando para analisar a situação, pode ter sido em qualquer momento desde que me permiti gostar de Oliver. Merda.

Não posso estar apaixonada, tudo está indo tão bem... Toda vez que me apaixono, tudo começa a dar errado e é só ladeira abaixo.

Não estou pronta para lidar com isso, não mesmo.

Preciso tomar um ar.

Tento me levantar da cama, mas sou impedida por um aperto na minha cintura. Com os olhos arregalados, olho para o lado, vendo Oliver dormir sereno ao meu lado, me fazendo recapitular sobre o dia.

Hoje é quinta-feira e como toda quinta-feira, eu fui para o curso de Inglês à tarde. Assim que a aula acabou e eu pisei para fora do prédio, Oliver apareceu.

— O que você tá fazendo aqui? – perguntei a ele, surpresa, que sorriu encolhendo os ombros

— Vim te ver? – devolveu

— Não era para você estar no pré? – relembrei. O pré vestibular de Oliver só terminava às seis da noite e ainda eram quatro da tarde.

— Não aguentava mais a voz dos meus professores — abri a boca para retrucar, mas ele foi mais rápido e continuou. — Eu já sei a matéria que eles vão dar hoje, não estou perdendo nada de importante – se defendeu.

Cedi e o chamei para vir para a minha casa comigo. Eu estava tão cansada, que depois de alguns minutos conversando devo ter dormido e nem percebi.

E agora eu acordei, mas Oliver continua dormindo ao meu lado. Passo as mãos no cabelo dele, fazendo um carinho no couro cabeludo. Seu cabelo está um pouco mais comprido que o normal e ele vem reclamando disso há dias, mas eu até que gostei.

— Se eu estiver sonhando, não me acorde – dou um pulinho ao ouvi-lo falar, ainda de olhos fechados.

— Você acordou – digo, parando o carinho e ele sorri.

— Ao que parece, sim – resmunga com a voz rouca de sono.

Ele tenta me puxar para mais perto, mas me forço a ficar no mesmo lugar. Ele franze o cenho, percebendo minha resistência.

— O que foi? – pergunta e abre os olhos para me olhar.

Me forço a manter a expressão neutra.

— Nada, ué.

Ele levanta uma sobrancelha, tentando fazer uma cara irônica, mesmo com o rosto amassado de sono. Lindo.

— Certeza? – insiste

Desvio os olhos dos dele, assentindo e pegando meu celular ao mesmo tempo.

— Sim, eu... — engulo em seco, tentando me acalmar. — Eu... eu preciso ir.

— Emy, a casa é sua – ele diz rindo e meu coração acelera ainda mais pelo uso do meu apelido.

— Sim, ahn... Então é você que precisa ir – respondo já pulando para fora da cama.

Dou as costas para ele, abrindo o armário. Respiro fundo, tentando me acalmar. Não sei como agir. Meu Deus, estou apaixonada.

Do Nosso Jeito - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora