Capítulo 46

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O capítulo possui 1027 palavras

Páris

Nunca imaginei que iria acabar lutando ao lado do meu irmão, mas a vida sempre pode nos surpreender. Quando Maycon começou a trabalhar para o primeiro Rei eu pensei que isso não duraria muito tempo. Achei que ele estava enganando o rei e que iria abandoná-lo, como fez comigo, mas isso não aconteceu. Me perguntava o motivo disso.

- O que foi? - Perguntou Maycon e sorriu. - Eu sou tão bonito assim que você não consegue parar de me olhar?

Ainda era estranho conversar com ele. Eu tinha tentado antes, mas não tinha conseguido falar nada. Isso era frustrante, porém, eu sequer sabia por onde começar. Esse foi um ponto doloroso para mim por muito tempo. Era algo que eu sempre evitava mexer e no fim, só sentia que doía mais a cada vez que eu tentava enfrentar isso.

Eu virei para checar se os equipamentos estavam onde deveria e evitei, novamente, o assunto.

- Vamos falar sobre isso quando todo esse problema acabar. - Disse Maycon e eu não me mexi, nem olhei para ele.

Samuel saiu com o segundo rei, Lobo e mais dois guardas. Enquanto isso, nós, que estávamos na residência real, preparamos a nossa defesa. Os semi humanos estavam espalhados pela floresta e os soldados estavam fazendo a vigia de todos os lugares.

Duas horas depois as pessoas da cidade já haviam sido evacuadas e só restava aqueles que estavam fazendo a defesa da residência real e os prisioneiros que estavam sendo mantidos na prisão real.

Poucas pessoas sabiam do plano que estava sendo executado agora. Fora os semi humanos, apenas eu, os reis, Samuel e Maycon sabiam o que faríamos. Os outros apenas acham que estamos cuidando mais da segurança por causa da saída do segundo rei. Mas na verdade, estávamos esperando os traidores virem buscar a outra Kátia. E vamos pegá-los enquanto eles tentam libertar os presos e escapar.

Estávamos em uma sala próxima a entrada da prisão real. Uma semi humana, meio lobo, chamada Kelly estava nos ajudando. Ela ia nos informar de qualquer sinal que ocorresse do lado de fora.

Maycon estava ao meu lado e não dizia nenhuma palavra, assim como eu. Não havia espaço para distrações. Tínhamos um trabalho a cumprir e eu me sentia melhor sabendo que era só isso que eu precisava ter em mente agora.

Eu sabia que estava sendo covarde, mas não podia evitar. Eu não tinha certeza se queria saber os motivos dele para ir embora. Eu queria que tudo voltasse a ser como antes. Isso é impossível?

O Rei Henrique apareceu e se juntou a nós para esperar o nosso sinal. Mais uma hora se passou até que Kelly disse que a torre de vigia tinha emitido o sinal. Para um humano comum seria difícil escutar o aviso de alerta daquela sala, mas um semi humano não tinha nenhum problema com isso. Então pegamos as espadas e os dispositivos que Lobo tinha nos entregado antes de sair, eles eram pequenos, redondos e de cor prata. Tinham um pequeno botão na lateral que ele nos disse para usar em caso de emergência. Então eu guardei no bolso, assim como os demais.

Quando Kelly deu o sinal, nós saímos e vimos três soldados do rei Rogério além de dois soldados do rei Enoque. Esses traidores iriam pagar por sua falta de lealdade. Quando eles nos viram, vieram na nossa direção para nos atacar, já que estávamos em menor número. Apenas um deles ficou para abrir a cela da outra Kátia;

Kelly avançou na direção deles e lutou com os dois soldados de Sianurab. Ela era muito rápida e conseguia desviar facilmente dos ataques que eram investidos contra ela. Parecia que ela estava dançando, de tão rápido que ela desviava dos golpes. Até que eles começaram a atacá-la ao mesmo tempo e ela parou a espada dos dois com a sua.

Os soldados, que até pouco tempo eram meus colegas, vieram para lutar comigo, Maycon e Henrique. Eles pareciam muito confiantes e não transpareciam qualquer remorso ao terem sido pegos traindo seu rei.

- Vocês vão mesmo trair o seu rei? - Perguntei. - Ainda dá tempo de se arrepender.

Eu podia ver do meu lado Maycon me olhando com tristeza.

Eles olharam um para o outro e em seguida puxaram suas espadas. Eles não iriam se render. Eu me sentia um pouco mal por lutar com pessoas que a pouco tempo era parte da mesma equipe que eu estava. Eles sequer levantaram suspeitas de serem traidores, mas agora eles estavam mostrando suas verdadeiras intenções.

- Traição se paga com sangue. - Avisei enquanto eles vinham na minha direção.

Meu irmão parou um deles e eu enfrentei o outro. Eu o conhecia a muito tempo e sabia que ele tinha um bom ataque, mas a defesa dele era fraca. Eu parei as investidas que ele fez com a espada e assim que eu vi uma brecha eu atravessei ele com a minha espada. Ele arregalou os olhos enquanto o sangue escorria. Ele sempre foi muito arrogante com suas próprias habilidades e agora esse era seu fim. Quando olhei em volta. Meu irmão e Kelly também tinha derrubado os soldados com quem eles lutavam e o Rei Henrique olhava para a gente como se fosse uma criança que foi ignorada.

- Eu estou fazendo papel de estátua aqui, não liguem para mim. - Henrique falou quando eu o olhei.

Me perguntei se ele estava se comportando assim por influência do meu irmão.

Kelly foi até o último soldado que estava abrindo a porta da cela da outra Kátia. Ele abriu a cela e puxou a espada em seguida, mas ela foi mais rápida e o nocauteou antes que ele fizesse qualquer coisa.

Kátia ainda estava em sua cela e não tentou escapar mesmo com a porta aberta. Não tinha como ela passar pela Kelly.

Foi aí que ouvimos um barulho alto e mais pessoas começaram a entrar pela porta da prisão real. Não tinha como eles terem passado pelo bloqueio com semi humanos e soldados. Só havia uma forma de chegar até aqui sem passar por ele. Eles também conheciam a passagem secreta da residência real.

 Eles também conheciam a passagem secreta da residência real

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