Capítulo 14

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O capítulo possui 1409 palavras

Encontrei Sabrina e expliquei para ela o meu dilema. Todos os vestidos de festa que eu tinha provado eram horríveis e me deixavam pavorosa. Ela entendeu a situação e ficou feliz em ajudar. Falou que deveríamos ir a casa dela para que pudéssemos ver os tecidos que ficariam melhor em mim e perguntou a minha opinião durante o andamento do desenho do vestido. Ela faria o que eu quisesse vestir e eu estava agradecida.

Eu disse que ia na casa dela, mas lembrei do favor que eu disse que ia fazer a Páris e falei que precisava de alguém que nos levasse. Não expliquei o motivo para não preocupá-la e porque não queria que ela ficasse com medo de ficar perto de mim.

- O que vocês estão fazendo? - Escutei uma voz forte perguntar.

- Oi Samuel. - Disse Sabrina. - Estamos pensando em como vai ser o vestido da Kátia. Ela vai até minha casa para escolher os tecidos.

Virei e vi Samuel parado me olhando e todos os meus irmãos estavam atrás dele. Ele me olhava como se estivesse pensando no que fazer comigo. O que foi que eu fiz dessa vez? Será que é sobre o que Páris disse de não sair sozinha.

- Páris vai acompanhar vocês. - Disse Samuel.

Sabrina sorriu e concordou. Samuel foi embora com os meus irmãos e nem falou comigo. O que será que ele tinha? Não ia ficar remoendo as razões dele agir dessa maneira, ia tirar isso logo a limpo. Fui atrás dele e encontrei todos eles saindo pela porta da frente.

- Samuel. - Eu chamei e ele virou. - Posso falar com você?

Meus irmãos estavam nos olhando e eu não tinha pensado em como isso seria constrangedor.

- Claro. - Ele respondeu e depois falou para os outros. - Vão na frente, encontro vocês daqui a pouco.

Eles sorriram e saíram sem dizer nada, esperando estarem longe o bastante para começar a falar da minha vida. Samuel veio na minha direção e chegou perto de mim. Perto até demais.

- Então. - Ele disse. - O que quer falar comigo?

Ele ia acreditar se eu dissesse que eu esqueci? Provavelmente não.

- Eu..... é. - Tentei começar alguma fase coerente, mas não consegui. O que era mesmo? Ele estava muito perto e eu podia sentir o cheiro de floresta depois da chuva que vinha dele. Olhei naqueles olhos negros e eu nem me lembrava da última vez que eu senti medo deles.

- Kátia. - Ele me chamou e eu lembrei que ele estava esperando a minha resposta.

- Humm..... - Pensei se poderia ficar mais constrangedora essa situação. - É..... Eu queria saber porque você está com raiva de mim.

Ele me olhou confuso e eu até entendo, eu também não me entendia.

- Eu estou com raiva de você? - Ele perguntou sorrindo.

- Está. - Respondi firme, como se realmente eu estivesse fazendo sentido

- Eu não sabia. Sinto muito. - Ele debocha de mim e não sem motivo.

- Não seja tão debochado. - Falei.

Porque eu estava discutindo isso? Ah é, lembrei. Ele não........

Ele se aproximou mais e colocou a mão ao lado da minha cabeça. O que era mesmo que estava acontecendo? Os olhos negros pareciam brilhar ainda mais.

- Prometo não ser debochado, mas me explica uma coisa. De onde surgiu essa ideia que eu estou com raiva de você? - Ele falou.

- Foi a sua atitude. - Respondi.

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