Capítulo 36

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O capítulo possui 1050 palavras

Fabiana

Em outro mundo.........

[Lembrança]

Eu sempre me lembrava daquela garota linda, mas de olhos tristes que conheci. Ela parecia alguém que tinha sofrido mais do que qualquer um nesse mundo. Eu tinha uma filha, a Kátia, o meu maior tesouro, e tinha perdido dois filhos para um maluco que atropelou não só eles como várias outras pessoas. A dor de perder meus filhos foi a pior que eu já enfrentei, mas quando eu olhava para aquela garota eu sentia que a dor que ela carregava era ainda maior que a minha.

Eu tinha me casado a pouco tempo com o pai da garota, mas eu sentia que havia algo errado nela. Vários pensamentos horríveis passaram pela minha cabeça, e por isso eu resolvi investigar.

Depois de um tempo eu percebi que quando a Kátia agia de forma rude com o meu marido a garota ficava ainda mais triste e calada do que antes. Ela sempre se mantinha longe de todos e sempre que falava com a minha filha era rude. Porém, Kátia nunca a tinha tratado mal, logo isso só poderia ser coisa do pai dela. Por causa da Kátia ter suas próprias opiniões e não dar o braço a torcer o meu marido descontava na filha. Só podia ser isso, mas o que ele fazia?

Nunca me passou pela cabeça investigar alguém, mas quando eu via aquele garota eu tinha certeza que precisava descobrir o que pai dela fazia. Foi procurando por respostas que eu encontrei uma mulher numa delegacia que parecia conhecer a Ana e me contou sobre a saída da mãe dela de casa depois de uma discussão com o ex-marido.

Ela ter ido embora eu até entendia, mas deixar a filha? Isso estava muito errado. Além disso, segundo a policial, a garota não parecia achar que a mãe iria embora assim e ela demonstrou algumas vezes ter medo do pai.

A policial não pode fazer muito, já que não haviam provas de discussão entre os pais da garota que tenham levado a uma agressão física e nem que o medo dela era por causa disso e não só pela discussão.

Então resolvi encontrar provas por conta própria. Foi assim que eu encontrei uma mochila com vários pertences que parecia ser de uma mulher uma garota. Tinham roupas e brinquedos, mas principalmente, tinham os documentos de uma mulher que lembrava muito a Ana. Quem iria embora e deixaria os documentos? Além disso, porque isso estaria escondido em uma parede falsa em um quarto fechado e que quase nunca era aberto?

Levei os documentos até a policial e ela iniciou uma investigação por conta própria sobre aquela mulher. Ela acabou descobrindo que não haviam registros sobre aquela mulher em lugar nenhum, ela basicamente saiu de casa e desapareceu. Isso se levar em conta que o que o ex-marido dela disse era verdade.

Investigando mais um pouco ela achou registros do carro do pai da Ana passando por uma rodovia em alta velocidade naquele mesmo dia em que a mãe da garota supostamente foi embora.

Alguns dias depois o corpo da mulher foi encontrado em um terreno abandonado. Ele foi identificado como a mão da Ana, já que forneci um fio de cabelo da garota para o DNA.

Como contaria isso aquela garota? Ela nem deve saber o que aconteceu com a mãe. Isso iria destruir o pouco que ainda resta dela. Eu não podia deixar isso acontecer.

Devido a situação, a policial e eu concordamos em manter sigilo do caso. Eu faria a vida da Ana ser bem melhor, mas ela não ganharia nada indo para um orfanato ou algo do tipo. Eu não poderia fazer nada pela mulher morta, mas faria pela filha dele.

Quando eu voltei para casa mais cedo naquele dia eu descobri que aquele homem surrava a filha quando ninguém mais estava por perto. Eu olhei para aquilo com horror e ele disse que estava apenas a disciplinando. Eu não caí naquela conversa.

A garota estava com uma expressão de dor e um dos braços estava na lateral do corpo tentando aguentar a agressão que sofria. Eu mandei que Ana saísse e ela hesitou, saindo apenas quando eu insisti muito que ela fosse.

Eu xinguei e reclamei que aquilo não era forma de se tratar a filha e ele com raiva não conseguiu se controlar e veio na minha direção para me machucar.

- Se fizer isso todos vão saber o que você fez. - Eu disse, mas ele continuou se aproximando. - Eu sei sobre a mãe da Ana.

Ele então parou e respirou fundo. Existia uma ira profunda em seus olhos quando ele me olhou novamente e eu senti medo.

- Se eu te matar, essa informação morre com você. - Ele disse.

Eu dei um passo para trás.

- Eu não sou a única que sabe. Se me matar nada impedirá a pessoa que tem essa informação além de mim de divulgá-la.

- Mentirosa.

- Não é mentira. E ainda tem a sua filha que pode falar que me viu aqui se algo acontecer comigo.

- O que você quer? - Ele perguntou e parou longe de mim.

- Eu quero que você fique bem longe de mim, da minha filha e da Ana. Eu vou cuidar de nós e você pode cuidar da sua vida. Nunca mais levante a mão para bater em uma mulher ou eu vou denunciá-lo.

A expressão no rosto daquele homem era de pura fúria, mas ele se virou e saiu. Foi então que eu pude respirar aliviada.

Demorou muito tempo para Ana entender que ela não precisava viver com medo e que ela podia ser feliz. Foram anos de terapia e luta para superar aqueles traumas que ela viveu. Eu nunca contei o que de fato tinha acontecido com sua mãe, pois eu tinha medo de que a tristeza em seus olhos voltasse e ela se culpasse pela morte da mãe e por fugir naquele dia.

Eu sabia que ela descobriria isso em algum momento, mas eu não queria que ela sofresse, então eu escondi todas as informações que eu tinha no cofre e esperei o momento certo para contar, mas esse momento nunca chegou.

[Fim Da Lembrança]

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