Capítulo 57

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O capítulo possui 2091 palavras

Maycon

Os homens do primeiro rei me colocaram em uma cela escura e suja. As masmorras da residência real provavelmente não eram usadas a muito tempo. Os guardas fecharam a cela e foram embora. Aquele ambiente me fazia sentir solitário e gelado. Por isso, sentei em um canto e passei os braços em torno de mim mesmo.

Shizuru ia ficar preocupada.

Balanceia a cabeça. Esse não era o momento de me preocupar com ela. Ela sabia se virar. Eu tinha que sair daqui antes que mandasse cortar a minha cabeça. Eu não conseguia entender porque todo esse fascínio dos reis em mandar cortar as cabeças dos condenados, será que era uma morte rápida? De todo modo isso não importava, eu só tinha que colocar minha cabeça no lugar e não deixá-la cair.

Por um tempo eu não escutei nenhum barulho além dos pequenos ratos de um ninho que estava por perto. Em torno do que eu imaginei ser uma hora depois, um homem apareceu. Ele se apresentou como filho do primeiro rei e disse que seu nome era Henrique. Eu fiquei em silêncio.

- Não vai se apresentar também? - Ele perguntou e eu continuei calado. - Tudo bem. Eu poderia acabar com isso rápido, mas se você não cooperar, não posso te ajudar.

Eu podia confiar nele? O que ele queria realmente?

- Entendo. - Ele continua. - Você deve estar se perguntando se pode confiar em mim? É óbvio que não.

Eu olhei espantado para ele e ele sorri.

- Você não me conhece e eu não te conheço. - Ele disse. - Porque você deveria confiar em mim? Eu também não confio em você. Mas talvez possamos nos ajudar.

- Porque, o grande primeiro rei não consegue exterminar os ratos da própria casa? - Perguntei.

- Algo do tipo, mas vamos apenas dizer que eu estou fazendo um favor a alguém. Eu não te mato, você se torna útil e de quebra ainda posso te conceder um favor. É a melhor oferta que você pode ter, se decidir aceitar claro.

Ele parecia relaxado e não parecia mentir. Ele estava fazendo um favor? Para quem?

Páris.

O nome surgiu em meus pensamentos. Eu não precisava mais protegê-lo, mas ele estava realmente me ajudando agora. Eu pensei que ele estaria furioso, na verdade, ele deve estar, mas ainda quer me proteger, só ele poderia me querer vivo. Eu sorri, parece que aquele meu pequeno irmão cresceu.

- Tudo bem. - Eu disse. - Vou te ajudar a acabar com todos eles. Eu tenho esperado isso há muito tempo, para falar a verdade. Não é nenhum problema para mim. Mas eu ainda vou querer aquele favor.

- Tudo bem. Guardas, soltem ele.

O príncipe me levou para um quarto e disse que eu poderia descansar. Ele mandou alguém me entregar comida e deixou guardas vigiando a entrada do quarto. Eu tomei banho, comi e dormi o resto do dia. Pouco depois que eu acordei alguém veio me chamar e eu pude conversar com Henrique. Aquele príncipe era diferente do que eu esperava. Ele tinha alguém na sua casa que até pouco tempo era inimigo, mas ele estava relaxado. Ele me convidou para o chá. Eu fiquei em pé olhando para ele.

- Não é muito tarde para a hora do chá? - Perguntei.

- Não é, se você decidir que não é. - Ele disse e sorriu. - Você não precisa fazer tudo por padrão como todo mundo.

Ele come um biscoito.

- Além disso, - Ele continua. - Minha irmã acabou de assar esses biscoitos e eu não ia deixar eles por aí, sozinhos.

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