Capítulo 10

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O capítulo possui 1837 palavras

Algumas horas depois o rei me chamou e eu o encontrei no escritório dele. Tudo era muito bem decorado no castelo e o escritório do rei não era diferente, sentei em uma das cadeiras em frente a sua mesa e ele se aproximou e sentou na outra cadeira ao meu lado.

- Dormiu bem? - Ele perguntou.

- Mais ou menos. - Respondi. - Não gosto de ficar curiosa.

- Isso você puxou a sua mãe.

Isso eu sabia, mas como ele sabia? A mulher desse mundo não é a minha mãe e ele não pode ter conhecido mesmo a minha mãe. Ou será que conheceu?

- Conheceu a minha mãe? - Perguntei.

- Ela esteve aqui. - Ele disse e eu quase não acreditei nele. - Foi a muito tempo. Eu a amava e um dia ela simplesmente desapareceu. A mulher que eu encontrei era muito diferente dela e eu sabia que sua mãe havia ido embora.

- Isso é loucura. Ela nunca me falou sobre isso.

- Fabiana era uma mulher especial. - Disse o rei com um sorriso. - Fiquei muito triste quando sua mãe desapareceu, e pior ainda, a que ficou no lugar dela queria me chantagear com a filha, mas aquela garota que estava atrás do trono não era minha filha. Você é.

- Porque a minha mãe me escondeu isso?

- Não sei. Ela descobriu de algum jeito como chegar aqui e ela nunca foi muito de contar coisas sobre a própria vida, mas ela queria ficar. Nunca entendi porque ela foi embora e mais importante ainda, nunca entendi porque ela me afastou de você, mas você está aqui agora filha. Eu estou muito feliz.

Eu parei de pensar muito tempo atrás sobre ter um pai. Até porque achei que nunca teria um, já que a minha mãe nunca falava sobre ele. Talvez ela só não quisesse que eu procurasse por ele ou apenas que eu não acabasse aqui. Não parece que o plano dela deu certo, seja lá qual fosse ele.

- Fico feliz em te conhecer também. - Falei.

- Posso te dar uma abraço? - Perguntou.

- Pode.

Nos levantamos e eu o abracei. Ele passava segurança e era muito bom conhecer o meu pai depois de tanto tempo. Apesar de ser um pouco estranho.

- Senti sua falta, minha princesa. - Ele disse.

- Você nem me conhecia. Como podia sentir a minha falta?

- Eu sabia que você estava por aí em algum lugar. Esperava apenas o dia em que estivesse aqui comigo. - Ele puxou meu rosto e me olhou nos olhos. - Tudo o que tenho é seu e dos seus seus irmãos. Essa casa é sua e eu quero te ver feliz. Pode me pedir tudo o que quiser, até o trono eu darei a você.

- O QUÊ? - Gritei e depois eu me acalmei. - Nem pensar. Eu não quero o trono. O que eu faria nele? Não cuido nem de mim, imagina dos outros.

- É seu por direito, mas se você não o deseja passarei ele para o Manoel.

- Eu agradeço. - Disse sorrindo.

- Tão diferente daquela mulher. - O rei "meu pai" falou e estava sorrindo, então acho que não ficou chateado por eu rejeitar o trono.

- Só não entendo uma coisa. - Disse. - Porque minha mãe omitiria isso? Porque não me disse a verdade de uma vez?

- Eu não sei, mas filha, você está aqui agora e é isso que importa.

Sorri, era bom ter um pai finalmente. Os maridos da minha mãe, tanto o pai do William e do José, como o pai da Ana, nunca foram foram para mim como um pai. Eles sempre foram como estranhos e eu sentia um pouco de inveja das pessoas que tinha uma boa relação com seus pais. Eu queria aquilo também. E agora, depois de tanto tempo, eu tinha aquilo que mais desejei. Apesar de ter começado como pé esquerdo. Ele me deu mais um abraço e me perguntou o que eu tinha planejado para hoje.

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