Capítulo 56

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O capítulo possui 2829 palavras

Maycon

- Qual seu nome? - Perguntei a ela.

- Ops. Eu não disse, não é? - Ela falou. - Eu costumo falar muito. Esqueci de dizer meu nome. Vai se acostumando. E meu nome é Shizuru.

Ele estende a mão para mim e eu a aperto.

- Eu sou Douglas. - Falei o nome do dono de um dos locais onde eu trabalhei.

- Sem sobrenome? - Ela disse. - Bem, não importa. Já que você vai ser meu bichinho não precisa de um sobrenome. O que você precisa saber é que nosso grupo é muito diversificado. Mas você precisa ter um cuidado especial com o chefe. Se irritá-lo ele pode acabar matando você. Ele tem um temperamento ruim.

Engulo em seco. Isso é mais do que ser mal humorado. Quem mata uma pessoa por estar com raiva?

- Ele pode parecer calmo. - Ela continua. - Mas não confie nele. O meu último bichinho achou que poderia ganhar o favoritismo dele e morreu. Foi muito triste, me senti tão solitária depois que ele se foi.

- Você não ficou com raiva? - Perguntei.

- Porque ficaria? - Shizuru disse. - Ele morreu porque foi estúpido. Lembre-se disso bonitinho, se quiser viver, é bom ouvir o que eu digo.

Ela ficou em silêncio depois de dizer isso e em pouco tempo estávamos dentro da próxima cidade. Logo depois de entrarmos na cidade um homem apareceu ao nosso lado. O homem estava vestido de preto e um capuz cobria a cabeça, o que me permitia ver apenas a parte de baixo do seu rosto quando ele falou com Shizuru.

- Terminou o serviço? - Perguntou.

- Quando eu deixei algo incompleto? - Ela disse.

O homem sorriu.

- Qual o problema em conferir? - Ele disse. - Se aquele tivesse escapado estaríamos em problemas. As ordens foram de matar todos eles.

O homem vira os rosto para mim.

- Encontrou outro cachorro sem dono na rua? - Ele pergunta a ela, mas ainda me olhando. - Você não se cansa de se misturar com essa gente.

- Pra você tudo se resume em morte. - Ela responde. - Eu acho que as pessoas podem ter outras utilidades, além disso, eu não gosto de limpar sangue. Dá muito trabalho, e você que eu não gosto de ter que fazer trabalho desnecessário. Além disso, se eu o matasse, teria que fazer de graça e eu não faço trabalho voluntário.

O homem ri das palavras da mulher e balança a cabeça de um lado para o outro como se não acreditasse, mas aceitasse.

- Tenha cuidado com o Mu. Ele tem andado um pouco nervoso esses dias. Se ele se cansar de você recolhendo bichinhos de rua, pode ser que você e ele não consigam ver o sol brilhar amanhã.

Shizuru parou de andar e olhou para o céu. O entardecer estava começando e eu podia ver as cores vibrantes do pôr do sol começarem a aparecer no céu. Então, ela me olhou e eu pude reparar no brilho dourado dos olhos dela.

Ela estava preocupada comigo?

Eu acho que pareci muito chocado, já que ela sorriu e voltou a andar. Chegamos a uma casa que parecia velha, mas estava limpa. O homem foi embora e eu segui a Shizuru por todo o caminho até uma grande sala com uma mesa simples e vários papéis espalhados.

- Mari, preciso de uma identificação pro rapaz aqui. - Disse Shizuru para alguém que eu não via em lugar algum.

Olhei em volta, mas não havia ninguém. Essa mulher fala com fantasmas também?

Mundos Opostos - Perdida (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora