Capítulo 4

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O capítulo possui 1447 palavras

Após o jantar, eu e as pessoas que estavam presas pelo que "eu" fiz foram levadas para uma das cabanas que estava cercada por vários homens de Samuel. Não conseguia ver William em lugar algum. As pessoas se acomodavam como podiam no local e o mais longe de mim que conseguiam.

Me sentia triste e mais sozinha do que me senti em toda a minha vida. Sentia falta da minha amiga. Ela teria encontrado respostas para tudo isso se estivesse aqui.

Passei poucos minutos dentro da cabana até que o homem com cicatriz que tinha batido na Ana entra e me arrasta de lá. Entrei em pânico. Tinha a sensação de que qualquer que fosse o objetivo dele não era algo bom. Os homem que vigiavam olharam e disseram algo no idioma que eu não conhecia, o homem da cicatriz respondeu e continuou me arrastando até que ficamos longe de todos. Não sabia onde ele me levava, meu braço doía por causa da força com que ele o segurava e eu tentei me soltar para escapar, mas ele era muito mais forte do que eu.

- Não. - Falei e depois continuei falando mais alto. - Me solta.

Chutei a perna dele e ele disse algo com irritação e apertou mais o meu braço. A dor estava ao ponto de se tornar insuportável quando ele me jogou para frente, liberando meu braço e me fazendo com que eu me chocasse com uma árvore. Bati a cabeça e me senti tonta por um momento. Ele me pressionou contra a árvore e apertou o meu pescoço. Queria me mexer. Fazer alguma coisa para me livrar dele, mas não consegui nem sair do lugar. Só restava uma alternativa. Eu gritei o mais alto que eu consegui. O homem da cicatriz apertou mais forte o meu pescoço e isso me fez perder o fôlego e ver pontos escuros nos meus olhos. Ia perder a consciência em pouco tempo. Tremi de medo só de pensar no que ele faria comigo se eu ficasse inconsciente.

- Cale a boca. - Escuto ele falar. - Acha que pode me desafiar e eu vou deixar por isso mesmo. Você vai ter o que merece.

Estou quase perdendo a consciência quando escuto uma voz forte dizer algo.

Era Samuel.

Eu quase chorei de felicidade ao escutar a voz dele. De algum jeito eu sei que ele não iria me tratar de forma injusta. Desde que eu o encontrei pela primeira vez, ele nunca tentou me matar e até me ajudou algumas vezes. Não sei porque, já que todos os outros desconfiam de mim.

- Não é decisão sua o que ela merece. - Disse Páris, logo em seguida.

Samuel disse mais alguma coisa.

- Solte-a Hannibal. - Páris disse. - Samuel não vai pedir outra vez.

Hannibal estava furioso quando me largou e eu caí no chão sem forças e arfando em busca de ar. Parecia até que estava em uma crise de asma, coisa que eu não tinha desde criança. Tossi e respirei fundo algumas vezes. Depois de algum tempo eu consegui respirar normalmente, mas a minha cabeça, minhas costas e meu braço doíam muito.

Samuel se aproximou de mim e me levantou, ele passou os braços pelas minhas pernas e tronco antes de me levantar. Dessa vez ele não me jogou por cima do ombro. Ele carregou de volta para o lugar onde estavam as barracas, mas não foi em direção à que estava cercada. Ele foi em direção a um menor e entrou comigo.

Ele me colocou em pé e puxou uma cadeira fez eu me sentar nela. Eu sabia que eu fiquei muito perto de morrer hoje. Aquele homem não ia parar se Samuel não tivesse aparecido.

Queria um remédio para dor, mas acho que isso não tinha aqui, então eu teria que me contentar com esperar que a dor passasse e colocar algo no meu braço para imobilizar, já que doía cada vez que eu movia ele. Estava pensando quando Samuel volta e para ao meu lado com uma bacia com água e algo que eu não sabia o que era na outra mão. Ele se abaixa, tira um pano da bacia e limpa as minhas mãos, meus braços e algo na minha testa. Ele se levanta e pega algo no meio do seu quarto. Era um pano seco e ele passou aquilo que eu não sabia o que era no pano para depois enrolou no meu braço. Cheirei o pano e parecia que ele tinha colocado babosa, ou algum tipo de seiva de planta, nele.

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