Prólogo

233 53 392
                                    

O prólogo possui 731 palavras

Eu tinha 13 anos quando o pior dia da minha vida aconteceu. Não sei como aquilo foi acontecer justamente comigo. Que mal eu havia feito para perder meus dois irmãos de uma única vez? William e José, eles tinham 7 e 5 anos respectivamente.

Estávamos na feira de artesanato perto da nossa casa e eu queria comprar para eles chaveiros para eles colocarem nas mochilas deles. Eu amava comprar chaveiros e queria que eles tivessem algo para sempre lembrar de mim e saber que eu vou estar sempre com eles, mesmo que eu vá estudar em uma escola diferente agora.

A feira era enorme e contava com corredores cheios de lojas vendendo os mais variados produtos, além de barracas de comida. Eu estava em uma das lojas com os meus irmãos, olhando para os vários chaveiros de metal pendurados na parede.

- Você gosta desse pequeno Will? - Perguntei.

Mostrei para ele um chaveiro em forma de moto, que eu sabia que ele gostava, e ele sorriu. Decidi que seria esse que eu ia levar para ele. Eu precisava encontrar algo para o José e ele era mais complicado, já que ele não gostava de muita coisa.

- José? - Chamei. - Vem escolher algo para você.

Ele estava parado só olhando os vários chaveiros pendurados a um passo de distância de mim e do William.

- Eu não gostei de nenhum Kat. - Ele respondeu.

- Você nem olhou. - Rebati.

- O que eu vi já não gostei.

Ia ser difícil, mas estávamos em uma loja grande e quem sabe ele poderia escolher algo que o agradasse mais.

- Porque não olha pela loja e tenta achar algo que goste? - Perguntei.

- Posso escolher qualquer coisa? - Ele perguntou.

- Claro. - Respondi.

Eu tinha juntado o dinheiro do lanche a semana toda para comprar algo para eles e eu imaginava que ele não escolheria nada tão caro que eu não conseguisse pagar.

José saiu andando pela loja inteira e William foi com ele, fiquei observando e vi quando William parou em frente a uma miniatura de moto feita toda de metal. Ele gostava mesmo de motos.

José se interessou mais por um conjunto de seis bolas metálicas que ficavam, cada uma, amarradas a uma haste de metal. José afastou uma das bolas e soltou, deixando que ela batesse na outra e a bola da ponta se afastou um pouco e voltou batendo no resto, fazendo com que o movimento que José fez se repetisse de forma automática. Meu irmão estava fascinado com o pêndulo e eu levaria isso para ele.

Peguei o pêndulo, o chaveiro de moto e um chaveiro com a letra J, além da moto de metal que William olhava e levei para o caixa. Gastei quase tudo que eu tinha, mas valeu a pena. Meus irmãos estavam felizes e era isso que importava.

Saímos para as barracas que ficavam perto da rua e decidi comprar churros com o dinheiro que sobrou. Enquanto esperava para os churros ficarem prontos eu escutei um barulho e depois os gritos. Olhei para trás, mas não tive tempo para pensar com clareza e tomar uma decisão rápida, porque estava em choque. Acho que quase todos estavam.

Um carro estava vindo na nossa direção em alta velocidade. A pessoa no volante não se importou com o desespero das pessoas e ele acelerou. Passou por cima das barracas e das pessoas sem se importar com nada e agora viria para cima de mim e dos meus irmãos. Larguei as sacolas das compras e tentei puxar meus irmãos para longe do carro que não parecia que ia parar. Fiz isso muito tarde e o carro nos acertou. Eu bati na lateral do carro e fui jogada para longe com muita força, caindo sobre a calçada de lado e tirando o ombro do lugar, juntando isso as dores que estavam no meu corpo por causa da pancada.

Meus irmão não tiveram a mesma sorte, apesar de terem sido arremessados como eu o corpo frágil deles não suportou a pancada e quando eu os olhei, eles estavam desacordados.

- William. - Eu gritei. - José.

Lágrimas de dor e desespero escorriam pelo meu rosto enquanto eu olhava para os meus irmãos desacordados.

- Não. - Eu gritei. - Falem comigo. Por favor.

Tentei chegar até eles, mas os meu corpo parecia pesado e a dor grande demais.

- William. - Sussurrei, já estava sem forças. - José...... Resistam....... Por favor.

Depois disso tudo ficou escuro.

Depois disso tudo ficou escuro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Espero que tenham gostado.

Deixem comentários, o feedback de vocês é muito importante.

Cliquem na estrelinha se gostarem.

Beijos.

Mundos Opostos - Perdida (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora