Capítulo 5

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O capítulo possui 2132 palavras

Algumas horas de cavalgada depois e eu estava quase caindo do cavalo de tanto sono. Teve umas duas vezes que eu estava caindo para frente por ter cochilado e eu só não caí porque Samuel me segurou. Depois da segunda quase queda, Samuel me aproximou mais do seu corpo e me segurou passando o braço em torno de mim, enquanto a sua outra mão ficou segurando as rédeas do cavalo. Nós íamos cavalgando devagar, tanto para não cansar demais os cavalos, como para fazer com que fique mais fácil se locomover em grupo.

Não sei quando isso aconteceu, mas eu dormi encostada ao corpo de Samuel. A noite mal dormida tinha cobrado o seu preço e eu apaguei. Acordei e quando o sol já estava alto no céu e eu imaginava que estava de tarde. Não era muito boa em me guiar pela posição do sol, mas pelo menos isso eu poderia deduzir. Paramos para comer e depois seguimos viagem.

Apesar de ter dormido muito eu ainda me sentia cansada. Eu só queria acordar na minha cama, mas em nenhum momento isso aconteceu.

- Quando a gente vai parar para descansar? - Perguntei a Páris quando anoiteceu e paramos novamente para comer.

- Quando chegarmos a Capital. - Ele disse. - Até lá nós vamos seguir estrada.

- Não vamos parar durante a noite?

- Não. Não podemos.

- Porque não?

Ele pareceu pensar um pouco se me diria ou não.

- Estão atrás de você Kátia. - Ele me disse.

- Porque? - Perguntei.

- Pelo que você fez.

Claro, mas o que foi isso? Não sabia se seu poderia perguntar ou não isso a ele. Ele vai me chamar de louca se eu disse que eu não sei de nada? Não custava nada tentar.

- O que eu fiz? - Perguntei.

- Você não sabe? - Ele pergunta rindo.

Ele deve me achar muito cínica.

- Não sei. - Disse a ele.

Ele me olha desconfiado.

- Você tramou contra o nosso rei e planejava ficar com o trono.

Eu ri. É o quê? A eu desse mundo era muito louca. Mais do que eu sou, e eu achava que isso não era possível.

- Isso é absurdo. Eu devia estar em um momento de loucura. - Falei.

Páris levantou a sobrancelha para mim.

- Acho que foi raiva. Saber que seu pai não vai te reconhecer como filha deve ser difícil.

Como é? Que história é essa de pai?

- Hein? Como assim o rei é meu pai? Eu tenho um pai e ele não é nenhum rei.

Me levanto e Páris se levanta também. Precisava achar o meu irmão. Ele tinha que me explicar essa história. Páris segura meu braço.

- Calma Kátia. Porque você está agindo assim?

É verdade. Eu já devia saber disso tudo.

- Desculpa. - Falei.

- Tudo bem. Vamos comer.

Ele sentou outra vez e eu também. Comemos em silêncio.

- Aonde você ia? - Ele me perguntou.

- Procurar meu irmão.

- Ele está no com os outros da sua aldeia. É só seguir por ali. - Ele indicou com a cabeça o lado esquerdo dele e depois foi embora.

Segui para o lado que ele havia me indicado e depois de andar um pouco vi meu irmão comendo ao lado da Ana. Eu não sei se queria entender o que tinha entre eles, já que a Ana do meu mundo me odiava. Essa Ana era diferente, mas eu ainda me sentia perdida com relação a ela, assim como acontecia com Gisele, que aqui me odiava.

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