Capítulo 29

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O capítulo possui 1426 palavras

Finalmente chegou o dia da festa e eu estava nervosa. Tudo que Cícera fez ficou muito bonito e delicado. Esperava apenas que todo o esforço dela fosse reconhecido e todos ficassem felizes com o tempo que passariam aqui. Sabia que deveria esperar por problemas, mas torcia para que eles não fossem muito grandes e que eu pudesse lidar com as pessoas que com certeza não iriam gostar de mim.

Desde logo cedo, pessoas de todos os lugares de Igminar começaram a chegar no palácio e se acomodavam antes da festa. Foi melhor do que eu imaginava que seria a chegada deles. Tinham muitos reis muito gentis e atenciosos. Eles me trataram bem e disseram estar felizes com a minha inclusão na família. As filhas e filhos desses reis foram muito educados comigo e pareciam estar curiosos sobre mim, porém, como a viagem deles tinha sido longa, eles foram descansar e deixamos as conversas para mais tarde.

Samuel apareceu um pouco e perguntou como tudo estava. Eu disse que tudo bem, mas ele estava inquieto. Eu podia ver que algo não estava bem. Provavelmente ele estava com medo de algo acontecer e isso era compreensível. Eu estava nervosa também, mas sabia que tinha que ficar atenta e tentar manter o controle da situação. E até o momento estava tudo sobre controle.

A segurança do palácio estava triplicada e eu não conseguia dar dois passos sem encontrar um guarda por perto. Sentia-me um pouco mais segura quando os via. Só gostaria que Samuel não tivesse tanta coisa para resolver e pudesse ficar mais tempo por perto.

Meus irmãos e meu pai estavam resolvendo coisas pelo castelo e só apareciam quando algum convidado chegava. Fora esses momentos éramos apenas eu, Cícera, Ana e Gisele. O que não era ruim, pelo menos não estava sozinha.

Pouco tempo depois do meio dia apareceram três senhores muito sérios. Eles eram os homens que Sabrina tinha me avisado que não gostavam do meu pai. Eles vieram juntos e se dirigiram direto para os quartos. Não trouxeram a família deles e nos trataram de forma seca.

Educação mandou lembranças.

Eu não gostei nada deles, mas ia ter que engolir a seco. Não ia estragar todo o esforço a Cícera em tornar tudo alegre e agradável para todos, mesmo que esses senhores queiram estragar tudo.

Depois que eles chegaram nós, as garotas, fomos nos arrumar para festa. Uma garota que trabalhava como maquiadora veio de um país vizinho para nos preparar para a festa. Foi muito divertido passar esse tempo e me arrumar com todas elas. Pena que a minha melhor amiga e a minha mãe não estavam presentes. Se elas estivessem eu poderia dizer que foi uma tarde perfeita. Porém, mesmo não sendo perfeita, chegou bem perto.

Horas depois de toda aquela arrumação estávamos prontas e estava anoitecendo. Em poucas horas a festa teria início. Minha ansiedade voltou com tudo, porque eu teria que estar em um local com muitas pessoas que eu nunca tinha visto na vida e não sabia o que elas poderiam me dizer ou perguntar. Eu só sabia que contar a história da minha vida não era uma opção.

Antes de descermos para o salão de festas, Cícera mandou que Ana e Gisele descessem na frente. Ela queria conversar comigo sozinha.

- Querida. - Ela disse e segurou a minha mão. - Lembra que falei que tinha descoberto um jeito de ir para o seu mundo?

Eu me lembrava disso, apesar de que quando ela falou eu não prestei muita atenção nesse detalhe. Eu só queria saber o que tinha acontecido. Mesmo com saudade da minha mãe e de Gisele eu percebi agora que nunca tentei realmente encontrar um jeito de voltar. Eu gostava de estar aqui, eu percebi.

- Lembro que você mencionou isso sim. - Falei. - Mas por que está me falando isso agora?

- Eu sei que todos nós queremos que tudo corra bem hoje, mas Rogério conversou comigo sobre suas preocupações com alguém poder te machucar. Então, eu pensei que a melhor atitude seria te preparar para que se o pior acontecesse, você poderia ter um jeito de escapar disso.

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