Capítulo 22

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O capítulo possui 1729 palavras

Bônus Ana

Enquanto isso no outro mundo.........

Finalmente tinha falado com o meu amigo e depois de muita insistência minha e de ele me chamar de louca, ele decidiu me ajudar. Mas principalmente, foi porque eu disse que iria sozinha se ele não me ajudasse. Eu sabia onde o idiota morava e nós combinamos de nos encontrar em um café lá perto.

- Você tem certeza disso Ana? - Ele perguntou. - Isso pode se complicar para nós dois.

- Quieto Samuel, você aceitou me ajudar, então não volta atrás agora. - Respondi.

- Eu não saí da minha cidade para trabalhar como policial aqui, só para acabar preso porque fui ajudar uma lunática.

- Você pode alegar insanidade depois.

- Com certeza isso vai solucionar tudo. - Ele disse sarcástico.

Conheci Samuel quando eu quase fui presa porque um dos meus "amigos" da universidade usava drogas e numa parada policial no carro em que estávamos o policial encontrou drogas na bolsa dele. Foi por pouco que todos nós não acabamos na mesma cela apertada por um tempo. Graças a Samuel apenas o garoto com as drogas foi preso eu eu fiquei com a ficha limpa. Meses depois, quando fui fazer um B.O. depois de ser assaltada eu encontrei com ele novamente.

- Você acabou aqui mesmo não é? - Ele disse assim que nos vimos.

- Eu não fui presa. - Falei irritada. - Eu fui assaltada.

Depois que eu disse isso ele me perguntou como eu estava e me ajudou com o que eu precisei. Não sei como, mas de algum modo acabamos amigos e agora estávamos aqui, esperando o meu ex passar pela rua enquanto voltava do trabalho para irmos atrás dele e descobrir o que aconteceu com a Kátia.

Nem sabia porque estava fazendo aquilo por ela, talvez fosse por causa da Fabiana, que estava muito preocupada. E já que eu devia muito a ela, eu não poderia deixar de ajudar. No fundo eu sempre tive um pouco de inveja da Kátia por ter uma mãe tão legal, mas não era por isso que eu agia de forma rude com ela.

Eu era tão ruim para a Kátia porque desde que ela apareceu minha vida piorou. Eu sofria muito mais por causa dela. O pior é que ela nem fazia ideia do que me fez passar, mas ainda sim, eu não podia deixar de sentir essa coisa ruim.

Já passou tanto tempo. Porque eu não consigo parar de me sentir assim? Talvez seja verdade que carregamos pela vida toda os traumas da infância. A verdade é que o que eu passei depois que a Kátia foi só uma parte pequena de tudo que aconteceu. Se não fosse pela Fabiana eu não sabia se teria chegado tão longe na minha minha vida. Trabalhava como arquiteta e, modelo de vez em quando, tinha minha casa e podia seguir a minha vida como bem entendesse, mas de certa forma ainda existia a tristeza que eu tinha do passado.

Eu deveria apenas deixar isso de lado e seguir em frente, mas de alguma forma isso ainda estava a mim. Como eu poderia me livrar de algo com o que eu convivi durante toda a minha vida?

Eu não me sentia feliz por maltratar a Kátia e a amiga dela, mas eu também queria mostrar que estava muito melhor do que elas e que eu poderia superar tudo que estivesse no meu caminho. Só que eu sabia que não tinha superado nada. Era apenas uma tola ilusão que eu tinha criado na minha mente.

Talvez eu devesse me libertar das amarras que me prendem ao passado, mas como?

- O que você tanto pensa? - Perguntou Samuel. Ele me observava como se tentasse entender o que se passava na minha mente. Mal sabe ele como a minha mente é bagunçada.

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