Capítulo 49

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O capítulo possui 1035 palavras

Samuel

Eu respirei fundo.

Nunca pensei que ia me sentir tão sortudo na vida. Se eu não tivesse trazido a Kátia junto comigo, então provavelmente.....

Eu passo a mão pelo cabelo.

"Melhor nem completar o pensamento"

Quando eu vi o corpo do meu amigo no chão e a quantidade de sangue que ele perdeu, eu imaginei que não havia mais esperança. O que eu poderia fazer? Não havia qualquer coisa a se fazer, se até o próprio médico real disse que não tinha jeito.

Então, eu realmente aprendi algo novo. E foi a Kátia que me ensinou. Tudo só está perdido se você desistir de lutar pelo que quer. Enquanto você estiver lutando, ainda há esperança de uma vitória.

Eu sorrio com o pensamento. Só ela mesmo pra me fazer aprender algo mais quando eu pensei que já havia entendido tudo. Eu não poderia estar mais feliz por tê-la conhecido.

Enquanto observo o meu amigo, respirando de forma fraca, porém estável, eu realmente me sinto um homem sortudo. Páris é o meu melhor amigo e uma das poucas pessoas em que eu confio completamente. Se eu o perdesse, sentiria muita falta daquelas piadas sem graça dele. E então, de quem eu iria reclamar?

Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Eu deveria ter ficado aqui para ajudar, mas o que eu poderia fazer? Algumas coisas simplesmente deram errado. Claro que teria sido pior sem o plano do Lobo, mas ninguém esperava que fossem jogar aquelas coisas estranhas na gente.

Os relatos rápidos que eu ouvi eram de que algumas coisas estranhas tinham sido atiradas em direção a residência real com o objetivo de romper a nossa linha de defesa. Nem mesmo os semi-humanos conseguiram prever aquilo. Todas aquelas pessoas que protegiam o lado sul da residência real e que foram atingidas acabaram morrendo.

Muitos soldados de Millacente morreram hoje, mas meu consolo é que a maioria eram traidores. Ainda me enfurece saber que eles agiram de forma desleal, mas, pelo menos, eles não escaparam impunes.

Alguns soldados estão limpando tudo e enterrando os mortos, já outros cuidando das famílias que saíram na evacuação. Alguns pontos da cidade foram destruídos por causa dos soldados inimigos, que atearam fogo em alguns pontos da cidade como forma de distração, mas isso vai ser resolvido com a ajuda do rei. A cidade vai se reerguer e voltar a ser o que era antes em breve.

Um sussurro me tirou dos meus pensamentos.

Páris estava falando alguma coisa. Aproximo-me para escutar melhor.

- Sabrina...... - Escutei ele falar.

Sorrio ao escutar o meu amigo chamando por ela. Ela vai ficar com tanta raiva que vai querer matar o Hannibal de novo. Eu não a julgaria. Eu também queria tê-lo matado por fazer isso com Páris. Por ser um traidor. E por colocar todos que ele devia proteger em risco.

Ouvi um barulho e olhei para trás quando a porta se abriu. Kátia entra segurando algumas plantas e as coloca na mesa, junto com alguns recipientes que estavam ali. O que ela vai fazer?

Como se tivesse lido meus pensamentos, ela diz:

- Soube que algumas dessas plantas podem ajudá-lo a se recuperar. - Ela sorriu para mim. - Pelo que aquele médico disse, elas têm um gosto horrível, mas ele vai ter que beber.

- Ele não gosta de remédios. - Eu disse rindo.

- Quero nem saber. Vou ficar olhando até ele beber até a última gota.

Kátia se aproximou de mim e me olhou com preocupação.

- Você está bem? - Ela perguntou.

- Melhor agora que você está aqui.

Ela sorriu ainda mais.

- Você é um conquistador, não é? - Ela perguntou com um ar zombeteiro.

- Tudo que eu quero é conquistar você. - Respondi.

Ela se virou, mas eu pude ver que ela ficou vermelha. Eu sorri. Ela era tão bonita.

- Você já conseguiu isso. - Ela disse e foi até a mesa onde estavam as plantas que ela trouxe.

Meu coração batia rápido. Ela realmente disse isso? Elas estava de costas para mim e eu não podia ver seu rosto.

Eu me aproximei e passei meu braços em volta dela.

- Isso me deixa feliz. - Eu disse, enquanto encostei a minha cabeça em seu ombro. - Prometa-me que não irá sumir de novo. Eu me senti tão assustado quando você foi embora. Eu realmente não quero passar por isso de novo. Apenas fique comigo. Eu aceito qualquer termo pra ficar ao seu lado.

De repente eu escutei um barulho engasgado e a soltei. Será que eu a machuquei? Ela me olhou com lágrimas nos olhos.

- Sinto muito. - Falei. - Eu não devia........

Eu não terminei a frase porque ela me abraçou.

- Eu senti tanto a sua falta. - Ela me surpreendeu dizendo. - Eu pensei que nunca mais ia te ver. Eu fiquei com tanto medo. Eu estava tentando ser forte pra não sobrecarregar os outros, mas eu estava assustada, e ainda estou. Nunca imaginei esse tipo de coisa acontecendo. Eu só queria salvar as pessoas que eu amo.

Ela diz isso se me olhar e me abraça ainda mais apertado.

- Está tudo bem. - Disse e beijo a testa dela. - Você foi muito forte e salvou o Páris. Ninguém poderia ter feito o mesmo que você.

Ela suspirou, antes de levantar a cabeça e me olhar.

- Eu te amo Samuel. - Ela disse.

- O quê?

Meu coração até errou a batida agora. Eu escutei certo?

- Eu amo você. - Ela repetiu.

Eu aproximei meu rosto do dela e a beijei. Seus lábios estavam quentes sob os meus e a sensação de estar tão perto dela era tão boa. Eu também a amava.

- Eu também te amo. - Eu disse a ela.

Fui recompensado com um sorriso que seria capaz de fazer meu coração parar. Eu só queria que ela soubesse o quanto ela significava para mim.

Uma voz interrompeu meus pensamentos.

- Vocês são tão doces. - A voz familiar, porém cansada, de Páris chegou aos meus ouvidos. - Acho que vou vomitar.

Eu gargalhei depois do comentário. Não acredito que senti falta disso. Eu realmente sou um homem sortudo.

 Eu realmente sou um homem sortudo

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