Capítulo 47

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O capítulo possui 1732  palavras

Páris

O soldado que estava a frente e liderando aqueles traidores era o Hannibal. Eu sempre soube que ele era impulsivo e não gerava muita confiança, mas foi uma surpresa quando eu descobri que ele também era um traidor. Eu comecei a achar sua atitude estranha quando ele parecia muito insistente com relação a Kátia. Ele nunca tinha mostrado tanta vontade de matar alguém como no momento que capturamos a Kátia, meses atrás. A primeira vez que ele se encontrou com ela, ele foi extremamente agressivo, e isso não foi exatamente surpresa, mas na segunda vez ele tentou matá-la. Isso me fez acreditar que havia algo estranho.

Os soldados escolheram ser leais e servir a seu rei. Então mesmo que não exista um ordem sobre alguma coisa, se algo poderia desagradar aquele que servimos nós não fazemos, e se a ordem parece deixar brechas deixamos a decisão para o rei. Em troca, o rei não pode prejudicar seu povo ou deixá-lo em perigo por seus próprios motivos egoístas. Essa é a lei estabelecida pelo primeiro rei, que tem a função de fiscalizar e punir os demais reis sobre suas ordens.

Hannibal violou as regras por decidir matar Kátia, sendo que a ordem do rei era de capturá-la. Samuel fez vista grossa com isso porque estávamos todos insatisfeitos com aquela mulher que pensamos ser aquela que causou todo aquele tumulto. Foi necessário um tempo para que todos se acostumassem com ela e aceitassem. Porém, alguns ainda a queriam morta, a Kátia do Samuel. Essa pessoas queriam causar mal a família real e queria que a outra Kátia assumisse, e por isso não podiam aceitar que seus planos não deram certo.

Eu respirei fundo enquanto eles se aproximavam. Não haveria segunda chance ou perdão para aqueles traidores. Eu teria que deixar para trás tudo que um dia eles representaram para mim e acabar com isso agora.

- Se ficarem em perigo usem o dispositivo que Lobo entregou. Apenas apertem o botão e joguem. - Disse Kelly. - Apenas lembre de prender a respiração.

Kelly estava sorrindo e seus olhos brilhavam pela perspectiva da caçada.

- O que quer dizer com prender a respiração? - Perguntei. - O que isso faz?

- É apenas um trunfo. - Ela falou. - Eles estão em maior número e não esperávamos por isso. Considere isso seu plano B. Você não vai morrer o usando. Apenas faça o que eu disse.

Preparamos nossas espadas e os soldados traidores fizeram o mesmo.

- A quanto tempo não te vejo. - Disse meu irmão. - Você não mudou nada. Hannibal, não é? Esse é seu nome agora?

Olhei assustado para o meu irmão. O que Maycon estava fazendo? Eles se conhecem?

- Eu até esperava te encontrar aqui, mas não podia ter certeza que apareceria. - Hannibal falou passando a mão pela cicatriz em seu rosto. - Está na hora de te cobrar por essa cicatriz.

- Por isso se juntou a ela? - Perguntou Maycon. - Por vingança.

- Não foi só por isso. - Respondeu Hannibal. - Ela tem planos maiores do que só ficar parada nesse lugar pequeno. Vamos conquistar tudo. Tudo será nosso um dia. E assim que eu matar vocês, aquele velho, vai ser o próximo.

- Não vai conseguir matar o rei Rogério tão fácil. - Falei.

- Ele já deve estar morto. - Ouvi uma voz feminina atrás de mim. Era a outra Kátia. - Sianurab tem um exército enorme. É melhor desistir. O velho que vai morrer será o pai do primeiro rei. Ele não terá como passar o poder para outro antes de seu fim chegar e nós, como bons cidadãos, vamos cuidar de tudo.

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