Capítulo 43

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O capítulo possui 1506 palavras

Samuel

Estávamos a um quilômetros de distância do ponto de encontro e por todo o caminho eu repassava em minha cabeça o que eu teria que fazer para não errar. Eu sabia que os outros dependiam de mim para atacar as tropas inimigas e eu precisava tirar a mãe da Kátia das mãos deles se eu quisesse evitar que ela morresse durante a batalha. A ideia do Lobo foi a mais maluca que eu já escutei, mas ela contava com o elemento surpresa que ia nos dar vantagem.

Depois de alguns minutos chegamos ao ponto de encontro. O mensageiro, com quem havíamos falado, já estava lá com a Fabiana ao seu lado e mais distante, mas visível, estava seu exército pronto para nos atacar se fizéssemos algo. E provavelmente, dentro da floresta mais soldados estavam espalhados para nos atacar se fosse necessário.

Do nosso lado, estávamos o rei, eu, Lobo e mais dois guardas, que serviam a guarda pessoal de Rogério. Paramos a alguns passos de distância do mensageiro e Fabiana e descemos dos cavalos. Os guardas de Rogério se posicionaram ao lado dele imediatamente, enquanto eu e Lobo ficamos atrás. Seguimos até onde eles estavam.

- Eu sabia que vocês viriam. - Disse o mensageiro.

- Dissemos que iríamos vir, não é? - Disse Rogério e em nenhum momento ele olhou para Fabiana. - O rei não volta com a sua palavra. Você deve entender isso rei de Sianurab.

O homem riu.

- Parece que eu fui descoberto então. - Ele disse. - É um prazer finalmente conhecer um segundo rei de Igminar, rei Rogério, formalmente. Eu sou Enoque.

- Eu não posso dizer que foi bom te conhecer, na verdade, foi exatamente o contrário. - Disse Rogério.

- Entendo. Deve ter ficado chateado, mas todos podemos ganhar se cooperarmos, não é? - Enoque disse e olhou para Lobo. - Vejo que trouxe a fera com você. Está tentando ganhar a minha confiança?

Lobo encava Enoque e eu só podia imaginar o quanto ele queria vê-lo morto. Uma fúria assassina parecia emanar dele.

- Só desejamos resolver isso da melhor forma possível. - Disse Rogério. - Lobo quem insistiu em vir, ele queria olhar na cara do homem que ele tinha que matar.

Enoque se calou e eu vi algo como medo passar pelos seus olhos, mas sumiu rapidamente. Ele tinha razão para temer o Lobo e eu não tinha pena nenhuma do que ia acontecer com ele em breve.

Os soldados a distância estavam tensos com a presença do Lobo, e colocaram suas espadas em punho.

- Podemos nos aproximar mais ou ela vem até aqui? - Perguntou Rogério.

Enoque empurrou Fabiana para frente, a colocando a um braço de distância dele e disse para Rogério se aproximar e ver que aquela era a mulher que ele procurava. Eu tinha apenas que esperar o sinal de Rogério para agir.

Ele observou a mulher e eu fiz o mesmo. Era a primeira vez que eu via a mãe da Kátia e reparei em várias semelhanças que me fizeram lembrar dela e me perguntar se ela estava bem. A Fabiana tinha um olhar confuso e esperançoso para Rogério. Ela não parecia estar com medo, apesar de estar tremendo um pouco. Ela estava segurando bem as emoções.

Depois de observar bem a mulher, Rogério olhou diretamente para mim. Esse era o nosso sinal de que aquela mulher era a certa, se não fosse ela, ele teria olhado para Lobo. Agora era minha vez de tirá-la de lá de um jeito nada convencional. Rogério olhou novamente para Enoque e começou:

- Quem você está tentando enganar? - Ele perguntou sério.

- O que quer dizer? - Perguntou Enoque confuso.

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