Capítulo 3

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O capítulo possui 1571  palavras

Ok.

Talvez esse lugar não fosse tão ruim.

Eu nunca, em toda a minha vida, vi árvores tão verdes quanto as desse lugar. As cores pareciam ser mais vibrantes por aqui. Até o preto da roupa daqueles homens era de outro mundo. Um preto muito similar a escuridão da noite. Tão similar, que esse foi o motivo de eu não ter visto imediatamente todos aqueles homens na floresta.

Paramos depois de muitas horas de viagem. Eu não estava sentindo as minhas pernas mais. O homem sentado no cavalo junto comigo desceu e depois estirou o braço para me ajudar. Minhas pernas doíam e eu mal conseguia me mexer. Acho que o homem na minha frente percebeu isso, porque ele se aproximou mais de mim e me ajudou a descer. Só que quando eu desci, quase caí no chão e se ele não tivesse me segurado pela cintura eu realmente teria caído. Por causa disso eu acabei praticamente grudada a ele.

- Obrigada. - Agradeci a ele sem graça, mesmo sabendo que ele não entenderia.

Ele se afastou de mim e foi cuidar das coisas dele, me deixando sozinha. Tentei achar o meu irmão em algum lugar, mas tinham muitas pessoas em volta e eu não sabia o que faria se o achasse. Em tese, eu sabia o que estava acontecendo, mas na realidade, eu estava perdida.

- Gisele. - Gritei quando vi o rosto familiar da minha amiga.

Quase não acreditei quando Gisele passou por mim. Ela sim me ajudaria a entender o que estava acontecendo.

- O que quer? Nos colocar nessa situação não foi o suficiente para você? - Gisele disse e depois foi embora.

Ou não me ajudaria.

O que eu fiz para ser alvo de tanto ódio?

Estava sozinha nessa, aparentemente.

E agora a Ana estava se aproximando de mim com um grande sorriso. O mundo devia ter enlouquecido.

- Quero te agradecer Kátia. - Ana disse.

- Pelo quê? - Perguntei por causa do choque de ver a Ana me agradecer alguma coisa.

- Pelo que fez ontem. - Respondeu Willian parando atrás dela. - Foi bem impressionante. Principalmente para você.

Gente. Que que eu estava fazendo nesse mundo? Eu devia ser uma pessoa horrível, antes. As pessoas sorriam para a Ana e me olhavam como se eu tivesse culpa de estarmos nessa situação.

O mundo estava mesmo um lugar estranho.

Ainda não acreditava que meu irmão estava vivo.

- Como está o braço? - Perguntei ao meu irmão.

- Melhor. - Ele respondeu sorrindo. - Ana limpou o ferimento e cuidou de mim.

Nossa. Isso era tão estranho.

- Fico feliz. - Respondi.

- Fica? - Ele perguntou.

- Não sei o que você pensa de mim William. - Disse a ele. - Mas eu amo você e José e não tem nada que eu queira mais do que ver vocês em segurança. Você são meus irmãos.

- Se pensa assim, porque fez tudo isso? - Ele perguntou. - Poderia ter nos matado.

- Eu não sei o que fiz. - Respondi com a voz fraca.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Meus irmãos não acreditavam que eu os amava. O que eu fiz de tão ruim? Além daquele momento do meu passado de que eu me arrependo, claro. Meu irmão se aproximou e me abraçou, o que me fez chorar ainda mais.

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