Capítulo 50

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O capítulo possui 835 palavras

Páris

Eu sentia como se tivesse sido atropelado por dezenas de cavalos descontrolados. Todo o meu corpo doía e eu não conseguia me mexer. Minha boca estava seca e lambi meus lábios para tentar tirar aquela sensação horrível.

Eu podia escutar algumas vozes falando e eu me concentrei para tentar entender o que elas diziam, mas isso foi a pior das escolhas. Eles estavam tendo um momento romântico bem do meu lado. Logo eu, a pessoa que estava se sentindo um lixo. Nunca tive que passar pela experiência de sentir tanta dor. Eu não sabia lidar com isso.

Tentei falar mas nada saiu. Engoli em seco.

Era só o que faltava. Agora eles se amam.

Alguém me trás um copo d'água?

Eu queria rir da situação. Eu estava feliz por eles estarem bem e que se amam, mas eu estava me sentindo horrível aqui. Isso só me fez ficar de mal humor e um pouco desesperado. Porque eu não consigo nem me mexer? Até o menor movimento enviava um choque de dor pelo meu corpo.

- Vocês são tão doces. - Falei, quando finalmente consegui fazer minha garganta funcionar. - Acho que vou vomitar.

Era só uma brincadeira, mas eu realmente achava que ia vomitar. Um dos lados do meu corpo ardia e eu não sabia dizer qual era porque parecia que estava se espalhando.

Samuel aparece no meu campo de visão e eu posso ver seu sorriso. Ele deve ter ficado preocupado e eu aqui com raiva porque todo meu corpo doía. Eu estava sendo egoísta demais? Eu não conseguia pensar direito. Eu estava vivo afinal, embora eu estivesse odiando sentir dor.

Kátia aparece com um copo com água na minha frente. Finalmente. Minha boca seca estava me deixando agoniado. Samuel me ajuda a levantar a cabeça para beber e o que eu pensei que era água era um tipo de líquido verde e esquisito. Eu tento virar a cabeça, mas eles me fazem beber tudo. Eu realmente quero vomitar agora.

Eu não consigo me lembrar quando foi a última vez que eu me senti tão mal. Acho que nunca. Kátia me trouxe água de verdade dessa vez e ela fez o gosto ruim passar um pouco.

- Eu vou pedir que preparem algo que você possa comer. - Disse Kátia. - O remédio vai fazer você se sentir melhor. Você estava mesmo com uma cara horrível.

Ela sai depois de me dar um sorriso preocupado.

Eu os preocupei muito, não é? Eu não vou mais ficar chateado. De agora em diante eu vou beber todas as coisas nojentas que ela me forçar a engolir. Eu me sinto mal por fazê-los passar por isso.

Eu não sei quanto tempo eu tenho até Sabrina descobrir o que aconteceu e querer me matar. Então eu tenho que aproveitar meu tempo com meus amigos. Eu tremo, mas não de dor. Estou com medo do que ela vai fazer quando descobrir o que aconteceu. Ela geralmente é calma, mas quando fica com raiva..... Bem, era assustador.

As lembranças do que aconteceu voltam aos poucos, mas uma coisa que eu tenho certeza, eu pensei que ia morrer. Eu lembro do meu irmão.

- Onde está o meu irmão? - Perguntei a Samuel. - Ele está bem?

Eu me lembro de tentar salvá-lo do Hannibal, mas eu não sei se ele se machucou. Para alguém que parecia estar sempre chateado com ele, eu sou mesmo muito sentimental. Eu não pensei no que estava fazendo direito, e acabei sendo atingido.

- Ele está descansando. - Disse Samuel com um olhar de simpatia. - Ele ficou ao seu lado por um dia e meio antes da Kátia expulsá-lo.

Samuel riu e continuou.

- Ela disse que o arrastaria pelos cabelos se ele não desse o fora e fosse descansar. Disse que cuidaria de você e não precisava que ele ficasse doente para que ela tivesse que cuidar dele também.

Eu me surpreendo com meu irmão obedecendo alguém, mas acho engraçado quando vejo Samuel rindo dele. Então me dei conta de algo que ele disse. Eu dormi um dia e meio?

- Eu dormi esse tempo todo? Onde está Sabrina? - Perguntei.

- Estamos limpando as coisas por aqui antes de trazer as pessoas de volta, provavelmente amanhã todos estarão aqui. - Ele disse e sorriu. - Mas ela ficou sabendo o que aconteceu com você e soube que ela está furiosa, queria voltar antes, mas foi impedida quando viram como ela estava alterada. Então é bom se preparar.

Eu suspirei e sorri. Essa era uma Sabria que poucos conheciam.

- Quer saber? - Digo a ele. - Eu realmente sinto falta dela aqui.

- Então já se preparou. - Disse Samuel rindo.

- Na verdade não, mas eu a amo.

- Quem está sendo doce agora?

Eu ri. A dor realmente tinha diminuído e eu me sentia bem melhor.

Sim, eu era doce também.

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