O casamento islâmico é completamente diferente do nosso tradicional, mas o meu vestido para aquele momento é branco e lembra um vestido de noiva americano, só que todo fechado e comportado. E claro, meus cabelos são cobertos por um hijabe, algo que eu precisaria me acostumar a usar todas as vezes que fosse ficar perto de homens, já que agora sou uma mulher casada.
O local do casamento também não foge muito dos nossos costumes, só que a igreja é substituída por uma mesquita, o que não deixa de ser uma igreja para eles. Ou então, a cerimônia é feita em casa. Tradiconalmente na casa do pai da noiva, mas no caso de hoje, será na casa do pai do Rael.
Todo o lugar é decorado com muito luxo, e a casa, na verdade, é um palácio gigantesco com um salão de festa que conseguia ser três vezes maior do que da casa onde eu iria morar, e duas vezes mais luxuoso.
E o salão de festas do palácio estava cheio, me pegando completamente de surpresa. Mas todas aquelas pessoas somem quando vejo o homem ao meu lado.
Eu posso estar vivendo tudo aquilo a contra gosto, posso estar desejando fugir dali e correr para o mais longe dele, mas toda vez que eu o vejo, um frio percorre minha barriga e eu sinto meus batimentos mais acelerados. Mas também pode ser o nervosismo do momento, então foco no oficial mulçumano a nossa frente que começa a falar coisas que não compreendo, mas sei que são trecos do alcorão porque Aisha me explicou essa parte. Porém o alcorão proíbe o casamento com pagão e para provar que eu acredito em Deus, ou Allah, o deus deles, eles me fazem recitar um trecho do livro sagrado, o que Aisha também havia me preparado.
Depois da cerimônia ainda passamos por mais alguns rituais simbólicos, e quando tudo aquilo acaba em uma chuva de moedas sobre mim, que simboliza sorte e prosperidade para a noiva, Rael me conduz para uma sala reservada antes dele me levar para o local onde aconteceria a festa do nosso casamento
- Voce se saiu bem. - essas foram suas primeiras palavras oficialmente como meu marido depois que ficamos a sós.
- Obrigada.
Agradeço e sigo até o sofá onde me sento sentindo o cansaço e a fraqueza das minhas pernas, as dores nas minhas costas e a tontura e enjoo que estavam querendo voltar.
- Você está se sentindo bem? - ouço sua voz aparentemente preocupada, mas fecho meus olhos recostando minha cabeça na poltrona.
- Estou cansada. Logo deve passar. Foi um longo dia. Quer dizer... - me corrijo sem olhar para ele de volta, mas sinto seu olhar em mim - estão sendo longos dias.
Rael não me responde imediatamente, mas então sinto que ele se senta do meu lado no enorme sofá de couro branco daquela sala que nem me dou ao trabalho de registrar os detalhes. Estou cansada e tudo ali deveria ser surreal demais e completamente fora de qualquer coisa que eu estivesse acostumada.
- Me desculpe por fazer isso tão em cima da hora sem lhe preparar. Mas precisávamos ter feito.
Respiro fundo sentindo que além do meu corpo a minha mente também está exausta, e acabo lhe respondendo no automático sem nem prestar atenção no que lhe digo.
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ASCENDÊNCIA - O Jogo de Conquista II (Quebrando Tradições)
RomanceJá se viu em um dilema de ser criado para uma coisa e o futuro reservar algo totalmente diferente para você? Essa é minha história. Sou Rael Al-Naryan, primogênito e herdeiro das empresas da família Al-Naryan, um legado de sheiks, homem fortes e imp...