Já se viu em um dilema de ser criado para uma coisa e o futuro reservar algo totalmente diferente para você?
Essa é minha história.
Sou Rael Al-Naryan, primogênito e herdeiro das empresas da família Al-Naryan, um legado de sheiks, homem fortes e imp...
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Chego no meu quarto no hotel e sinto meu telefone tocar em meu bolso. Já é a sexta vez que alguém me liga hoje e eu não atendo, então tiro ele e desta vez vejo o nome de Kalil na tela.
- Alô!
- Salaam Aleikum primo! Como está a Turquia? - Kalil dispara em falar assim que atendo.
- Está tudo tranquilo. E você por onde anda? - pergunto enquanto desabotoou meu blazer e o tiro logo em seguida.
- Já estou nos Estados Unidos para o casamento de Hanna. Você vem quando para cá?
Respirei fundo me lembrando do casamento de nossa prima, mas o qual eu ainda não havia confirmado minha presença por inúmeros motivos e um deles era minha total falta de tempo.
- Ainda não confirmei se conseguirei ir para os Estados Unidos. Tenho muitos compromissos da empresa e ainda preciso passar na Arábia Saudita levar os relatórios ao baba(pai).
Desabotoei as mangas da minha camisa e soltei os primeiros botões para me servir de uma dose de bebida no bar do quarto, enquanto equilibrava meu celular para continuar falando com Kalil.
- Envie esses relatórios por email e remarque seus compromissos. Maior parte da nossa família já não vem por Hanna estar se casando em um casamento americano e ela ficará muito chateada se poucos aparecerem.
Me lembrei da minha prima mais nova. Por mais que fossemos mais distantes e a mãe dela fosse irmã do nosso baba, nossas mães sempre foram como irmãs e nós nos encontrávamos em algumas visitas. Hanna sempre foi muito americanizada como sua mãe, com uma mente muito mais aberta que boa parte de nossa família, e como eu e Kalil éramos os mais velhos, sempre ficávamos de olho nela, em Aisha e Samira, que tinham a mesma idade e gostavam de sair. Lembro das vezes que levávamos as três ao mercado e ficávamos de olho nelas nas festas da família para que Hanna não fizesse nada fora de nossa tradição. Gostava dela e de sua família, e seu irmão Zyan era um rapaz muito bom e esperto. Ele queria fazer administração e trabalhar também nos negócios da nossa família e não nas do pai dele, e isso nos aproximou na última vez que ele veio a Arábia Saudita nos visitar. Mas mesmo assim, desmarcar tudo o que eu tinha em minha agenda era muito radical.
