CAPÍTULO 61

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Tento encontrar meus batimentos, mas me sinto vazio, como se meu estivesse oco

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Tento encontrar meus batimentos, mas me sinto vazio, como se meu estivesse oco. Não há vida ali dentro, só uma enorme dor que rasga minha carne e faz com que eu me sinta anestesiado para qualquer outro sentimento.

Estou assim desde aquela noite. Desde que tomei a decisão de mandar a minha mulher e meus filhos para o mais longe de mim.

Jamal estava providenciando o vôo para levar eles de volta para os Estados Unidos, e quando passei pelo corredor encontrei as primeiras malas sendo empilhadas nas portas, e me despedi dos meus filhos no quarto deles, sentindo que eles estavam levando o resto de vida que havia até aquele momento dentro de mim. Eles iriam embora hoje, e por mais que eu ainda fosse ver meus filhos, eu evitaria o máximo olhar para a mãe deles. Ao menos até essa dor ser esquecida e parar de me destruir.

Assim que entro em meu quarto, retiro minha roupa deixando elas pelo caminho, e vou direto para o meu chuveiro, ligando a água fria, a qual me coloco de baixo e deixo que lave não só meu corpo, como também meus pensamentos. E espalmando minhas mãos na parede a minha frente, reclino minha cabeça para baixo, e fecho meus olhos, tentando não pensar em tudo o que estava acontecendo na minha volta, muito menos naqueles últimos dias.

E imerso naquele silêncio que era quebrado apenas pelo barulho da água caindo do chuveiro, ouço a porta do quarto ao longe, ser aberta, e nem preciso abrir meus olhos para ver quem era.

Isadora deve ter vindo para saber como íamos fazer com nossos filhos, mas se ela lesse o contrato de divórcio, saberia que além de todas as roupas e jóias que ela havia ganho, ela também levaria os dois, mas me dando ao direito de ficar com eles uma semana por mês, as quais eu traria eles para a minha casa, assim que ela não os amamentasse mais, e até lá, eu os veria todas as vezes que fosse aos Estados Unidos.

Mas enquanto estou ali me preparando para seu interrogatório, ouço que ela entra no banheiro e fica em silêncio, o que faz meus olhos se abrirem e meu rosto virar em sua direção, enquanto continuo na mesma posição. E o que vejo não é nada do que eu esperava.

- Não me diga nada. Só me beije como antes.

Eu atendo seu pedido, e puxo seu corpo nu junto com o meu de baixo da água, e a beijo da forma mais faminta e apaixonada, como se essa fosse a nossa última vez. E talvez realmente fosse.

 E talvez realmente fosse

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ASCENDÊNCIA - O Jogo de Conquista II (Quebrando Tradições)Onde histórias criam vida. Descubra agora