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Desculpa o texto no meio da história, mas devido ao atual cenário achei necessário falar sobre.
Para quem já me conhece, eu, - Môa C - gosto de tratar assuntos polêmicos em minhas histórias. E nada mais atual do que a história de "Ascendência", com o que está acontecendo no mundo hoje.
Para quem está acompanhando as redes sociais e as mídias, sabe o atual cenário do Afeganistão.
Sim, sim. O lugar do vídeo do avião e as pessoas desesperadas para embarcar, ou até mesmo se arriscar em subir sobre suas asas para fugir do seu país.
Mas o que isso tem haver com a história? 🤔
Nada, e ao mesmo tempo tudo.E vocês acham esse é um assunto chato? 🙄
Falar sobre os problemas atuais em histórias do Wattpad é chato? 🙄
Então para, que ainda dá tempo, e espera pelo próximo capítulo. Mas aviso que através desse texto irei explicar melhor sobre a cultura mulçumana, com o que acontece no Afeganistão hoje.
Mas como assim? 🤷🏻♀️
Bem. Vamos começar falando sobre o grupo extremista Talibã e o que eles estão fazendo no Afeganistão.
Acredita-se que o Talibã foi fundado em 1989, e que se espalhou no Paquistão, e sobretudo no Afeganistão por volta de 1994. Formado por ex guerrilheiros islamitas, armados e treinados pela CIA, e militares paquistaneses, depois da derrubada do poder do antigo URSS e a retirada dos soviéticos.
De início o Talibã veio como uma reforma política para o país, que depois foi tomado por grupos extremistas de orientação religiosa e que se opunham a muitas leis da época.
E antes disso as mulheres no Afeganistão eram 70% dos professores, 50% dos funcionários públicos e estudantes universitários, e 15% do poder legislativo. Elas eram livres e tinham poder ao voto. Isso, até uma guerra civil se iniciar, que vai desde 1992 a 1996, dando assim mais poder ao Talibã e sua visão.
O grupo extremista usa uma versão distorcida da Sharia, uma lei Islâmica, como justificativa para as atrocidades que fazem com as mulheres.
E não só com as mulheres. Muitas das atrocidades cometidas são sobre todos aqueles que não seguem fielmente a lei Islâmica, e que se simpatizam com qualquer outra religião, ou ramificações do islâmimos que não seja a sunita.
A preocupação da população civil afegã, são por conta da interpretação e observação conservadora radical do sistema de lei Islâmica (Shari). E práticas condenadas e temidas pela população mulçumana do país e da região.
O Islâmismo sunita, é o maior ramo Islão, cerca de 80% a 90% dos mulçumanos hoje, e o ramo mais tradicional e ortodoxo. Eles até usam a expressão "Ahl al-Sunna"(O povo da tradição). E é baseado neles que criei a família do Rael. Que são islâmicos sunitas, mas com os mais jovens não tão tradicionais e ortodoxos como o pai do Rael. E o antigo nome do livro se refere as tradições islâmicas do Rael, que foram quebradas desde o momento que ele se apaixona por uma garota americana, a Isadora.
Segundo o grupo Talibã, e seu fanatismo sobre as suas leis religiosas, mulheres são impedidas de trabalhar, sair de casa sem permissão do marido, morar sozinha e devem se vestir com restrições (burqa ou similares). Aquelas que quebram as regras, são humilhadas, e espancadas em público pela polícia religiosa.
Meninas e mulheres a partir dos doze anos são proibidas de estudar. Escolas foram destruídas pelo grupo, e meninas foram mortas.
Algumas dessas restrições não foram adotadas na história justamente por se tratar de fanatismo, então optei por seguir um modo mais "light" dessas restrições. O que é muito comum nas famílias islãmicas atualmente.
Um fato famoso que foi noticiado recentemente foi Malala Yousafzai, que foi uma vítima do Talibã.
Lembra, no Paquistão, a ativista pela educação, levou um tiro enquanto ia para a escola em 2012. E em 2014 recebeu o prêmio Nobel da Paz pela sua luta contra a supressão das crianças e dos jovens e pelo direito de todos à educação.
E querem mais absurdos?
Em julho, após dominarem duas regiões, o Talibã pediu aos líderes religiosos locais que providenciassem uma lista de meninas acima de quinze anos, e viúvas a baixo de quarenta e cinco anos para casarem com guerrilheiros do grupo. Fazer as mulheres escravas sexuais também é comum entre eles, além dos costumeiros casamentos forçados.
E o grupo vem criando cada vez mais força, desde que assinou o acordo de paz com os Estados Unidos, com a retirada das tropas americanas e da OTAN do Afeganistão, que dominava a região e continha a expansão do grupo, e um compromisso do Talibã impedir a Al-Qaeda operar em áreas sob o seu controle, e conversações entre os Talibãs e o governo afegão. Mas parte do acordo não foi cumprido depois da retirada das tropas americanas, aumentando as operações ofensivas após o período de "redução da violência", que são os fatos atuais.
E deixo claro aqui, que apesar de toda a mídia, e a nossa cultura ocidental, se falar muito sobre a quebra dos direitos das mulheres em relação ao grupo Talibã, usando as mulheres mulçumanas como motivo para se conter um grupo extremista. Vale lembrar que a cultura mulçumana também deve ser levada em conta.
Usar véu, hijab, burqa, ou ser obediente ao marido e muitas vezes submissa, não é visto pelas próprias mulheres mulçumanas como repressão, já que isso vem da cultura delas e da própria religião. Assim como para outras culturas, andar sem roupas é comum.
Precisamos ver o lado cultural e religioso, que só por ser muito diferente do nosso, também vem sendo atingido devido a extremistas e fanáticos que usam versões distorcidas das próprias leis.
E o que mais esse assunto tem haver com a história?
O grupo Talibã tem seu poder reconhecido, e financiado, por três países, Emirados Árabes Unidos, Paquistão e Arábia Saudita (onde se passa a história de "Ascendência"). E adivinha de onde vem maior parte do dinheiro que os financia...
Além de que, a história se passar em um país onde a maioria segue o islamismo sunita, e tem muito em comum com o que o grupo extremista tenta pregar por onde passa. Assim grupos islamitas adeptos de uma visão do islã como método político e radical, são financiados por países como esse, que tem a intensão de minar experiências socialistas na região.
Agora, se eu continuar falando sobre isso vou dar muitos spoilers do que vem por aí.
Mas deixo claro que em nenhum momento concordo com esses acontecimentos, respeito toda a cultura mulçumana, assim como todas as outras, e tenho estudado muito sobre o assunto, para tentar trazê-lo de forma mais leve para dentro da história.
Porém vamos continuar assistindo e orando pelas pessoas que vivem nessas condições, e que autoridades venham intervir pelo povo desses locais que estão sendo atacados a anos, e não para destruir ainda mais populações e cidades que já sofreram tanto, respeitando cada um o seu modo de vida.
Enquanto isso, continuamos com nossa história, e vocês não vão querer perder os próximos capítulos. Não sou o Roberto Carlos, mas prometo muitas emoções.
Ascendência está caminhando para a fase final, e tem muito o que acontecer...
Inchallah fursa tenie!
(Se Deus quiser até a próxima)Beijinhos
Môa 💋
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ASCENDÊNCIA - O Jogo de Conquista II (Quebrando Tradições)
RomanceJá se viu em um dilema de ser criado para uma coisa e o futuro reservar algo totalmente diferente para você? Essa é minha história. Sou Rael Al-Naryan, primogênito e herdeiro das empresas da família Al-Naryan, um legado de sheiks, homem fortes e imp...