Capítulo 19

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Dulce Maria


Minutos depois, nos afastamos e ele continuou com as mãos em meu rosto, me analisava e me tocava tudo ao mesmo tempo. Também o observei com mais atenção e pela maneira que estava, mais magro, com o cabelo e barba por fazer, dizia o quanto foi tudo muito difícil para ele.

Christopher: Como...? - negou - Você estava...- negou - Não importa! Você está aqui meu amor. Você está aqui! - voltou a me beijar, mas dessa vez apressado e com urgência.

O beijei da mesma forma.

Dulce: Temos tanto para falar..- falei com a testa colada na dele depois que nós afastamos minutos depois.

Christopher: Ainda não acredito que está aqui. - continuou me tocando deslumbrado em toda a parte do meu corpo - Por favor, diz que não é um sonho? Que não estou delirando?

Dulce: Eu sou real. Não está delirando. 

Christopher me abraçou.

Christopher: A sua voz, o seu cheiro, o seu gosto, senti tanta saudades de você..- a voz dele embargou - Eu achei que nunca mais ia te ver, que nunca mais ia ouvir sua voz de novo, que nunca mais ia te tocar..e agora você está aqui..- se afastou tocando na minha barriga - E está grávida! Meu Deus! Você está gravida! - voltou a chorar - Temos um bebê. Eu tenho um filho com você. Dul..

Dulce: Eu sei amor. Eu sei. - o interrompi - Você está se tremendo. Não estou muito diferente de você, mas precisamos nós acalmar. - o abracei - É real. Nunca morri, estou carregando o nosso bebê e nunca mais vou me separar de você. - falei as palavras que ele necessitava ouvir.

E eu também.

Christopher não disse mas nada.

Ficamos alguns minutos abraçados sentindo o cheiro um do outro. Fechei os olhos matando a saudade que tanto sentia de seus braços. O coração dele estava acelerado tanto quanto o meu.

Abri os olhos percebendo que estávamos sozinhos na sala.

Christopher: Como está aqui? - perguntou mais calmo - Eu..eu tenho seu atestado de óbito. - me encarou - Eu segurei as suas...cinzas. Eu..- respirou fundo - Onde estava? Por quê só apareceu agora? E o bebê? Está de quantos meses? 

Dulce: Calma. É melhor a gente sentar.

Christopher segurou na minha mão e me puxou para o único sofá da sala. Quando sentamos, continuamos de mãos dadas e com a mão livre ele tocou na minha barriga.

Observei uma cicatriz no pulso. E mais outra cicatriz no outro pulso.

Peguei os braços dele os analisando.

Dulce: O quê aconteceu? Por que está com isso? - o encarei preocupada.

Christopher: Conto depois. - me abraçou e com uma mão voltou a tocar na minha barriga.- O quê aconteceu, Dul? Por quê só apareceu agora?

Dulce: Estávamos sobrevoando Nicarágua quando o avião caiu e..- comecei a contar sobre tudo o que aconteceu, a queda, a explosão do barco, a jangada, um dia e meia à deriva, a ilha, o meu sangramento, Juliette e Esteban, os meses que ficamos presos na ilha.

A cada segundo ele me apertava em seus braços e me beijava e me tocava. 

A cada revelação, ele me apertava ainda mais. Ele me ouviu e fez diversas perguntas, respondi todas, não sei quanto tempo se passou, mas quando terminei de relatar tudo, sua reação foi me abraçar ainda mais apertado como se fosse possível.

Christopher: Você e o nosso bebê passaram por tudo isso. É uma loucura, todo esse tempo ilhada e sozinha. 

Dulce: Não estava sozinha. Mais foi muito difícil. Se não fosse o nosso bebê e a certeza que te veria novamente, não teria aguentado meu amor, foi bem difícil.

Almas Opostas (2°temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora