Capítulo 14

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Christopher Uckermann


Mary andava de um lado para o outro nervosa, estávamos na sala de espera no hospital à mais de duas horas. Ela tinha entrado em pânico quando ligaram pra ela informando sobre o atropelamento de Cheryl.

Eu já tinha desistido de tentar acalmar minha babá. Ela não ouvia uma palavra do que eu dizia. Encarei meus pulsos ainda enfaixados e com pontos. Ia retira-lás apenas semana que vêm, era difícil tomar banho sem molha-las e ainda mais difícil fazer os próprios curativos em mim mesmo.

Eu dispensava os cuidados da Mary, das minhas irmãs e da minha mãe. Alexandra insistiu para me acompanhar até o apartamento quando recebi alta, quando chegamos nele eu a explusei. A verdade foi que explusei todo mundo, apenas Lucy que estava morando comigo e Mary ficaram.

O psiquiátrica me deu alta e me fez assinar alguns papéis, nele eu me comprometia à vir para as consultas com ele duas vezes na semana e por mais que eu disesse que não iria mas cometer nenhum besteira, ele não acreditou em mim.

Não o culpo.

Olhei para a entrada do hospital vendo Julie e Lucy se aproximarem.

Lucy: Alguma notícia? - perguntou pra Mary que negou.

Julie: Não fica assim. - abraçou nossa babá - Sua filha é uma vaca. Vai sair dessa rapidinho.

Lucy: Concordo com a Julie. - falou sentando ao meu lado - Mais um jornalista me ligou querendo saber se é verdade aquela nota. - sussurrou.

Bufei.

Christopher: Se ela realmente estiver grávida. Não é meu. - sussurrei de volta.

Lucy cruzou os braços séria.

Lucy: Será que não?

Revirei os olhos.

Cheryl podia tentar enganar todo mundo dizendo que inventaram sobre a suposta gravidez, mas eu sabia que foi ela que vendeu a informação para a mídia, aquela cretina não conseguia me enganar. Nós últimos dias só se falava sobre isso, mas eu não ligava nem um pouco. Mary chegou a me perguntar sobre essa história e eu tive que mentir dizendo que os jornalistas estavam querendo fama.

Se ela de fato soubesse sobre o nosso envolvimento, não sabia qual seria a reação dela.

Christopher: Não estou preocupado com isso. - dei de ombros.

Lucy: Se ela realmente estiver grávida? 

Christopher: Não é meu.

Lucy bufou.

Christopher: E eu não quero falar sobre isso. - levantei irritado. - Preciso de uma bebida. - murmurei me afastando.

Uma médica apareceu chamando por familiares de Cheryl. Nós aproximamos e Mary se apresentou.

Xxx: Sou a doutora Ana, que atendeu sua filha. - encarou Mary - Ela está bem, quebrou uma perna e sofreu alguns arranhões superficiais. Fizemos uma tomografia já que ela bateu com a cabeça quando caiu e desmaiou, mas não lesionou nada. Ela e o bebê passam bem. - sorriu. - Cheryl está acordada querendo ver a mãe.

Mary: Bebê? - arregalou os olhos.

Meu Deus!

Ana: A senhora não sabia? Sua filha está grávida de apenas algumas semanas, está bem recente. Foi muita sorte não ter perdido o bebê.

Julie, Lucy e Mary me encararam.

Mary: Aquilo então é..verdade? Você engravidou a minha filha? 

Christopher: Mary..

Mary: Você me prometeu Christopher. Você jurou nunca se envolver com ela. - começou a falar alto e nervosa.

Christopher: Mary...

Mary: Como você pode fazer isso comigo? - começou a chorar.

Christopher: Mary, por favor me perdoa. - tentei tocar no braço dela, mas ela se afastou - Eu eu não queria que você soubesse desse jeito.

Mary: A quanto tempo vocês estão juntos? - me olhou magoada.

Senti uma pontada no coração.

Inferno!

Christopher: Não estamos juntos. Aconteceu uma vez em Chicago, quando ela voltou depois de anos fora e aconteceu à algumas semanas, mas eu estava bêbado e..

Mary: Além de mentir pra mim durante todo esse tempo, ter quebrado a promessa que me fez, ainda me enganou quando saiu sobre a gravidez na mídia? - falou decepcionada.

Christopher: Mary..

Mary: Quem é você Christopher? Desde quando se tornou uma pessoa mentirosa e sem palavra? A única coisa que te pedi nessa vida foi não se envolver com ela e o quê você faz? A engravida! - negou - Já não espero mas nada de você.

Os olhos cheios de lágrimas e o tom decepcionada acabaram de vez comigo. Ela ia me olhar diferente a partir de agora e com razão. Tinha jurado nunca me envolver com a filha ela e fiz isso duas vezes.

Christopher: Mary por f..

Mary: Não se atreva a dizer mais nada. - falou ríspida se afastando de mim e indo para fora da sala de espera.

Julie: Não acredito nisso Christopher. Que decepção! - falou antes de correr até Mary - Espera Mary, espera.. 

Quando ela se afastou encarei Lucy e a médica que tinha presenciado tudo.

Christopher: Ela está de quantas semanas? - encarei a médica.

Ana: Ela está entrando na sexta semana. - respondeu.

Merda! 

Esse bebê podia ser realmente meu.

Christopher: Quando posso fazer um exame de DNA? 

Ana: A partir da oitava semana. Coleto o sangue da mãe, onde existe na corrente sanguínea dela o DNA do bebê, separo ele e colete o seu sangue e comparo os dois. - explicou.

Bufei.

Inferno!

Só daqui à duas semanas!

Lucy: Obrigada doutora! - falou me empurrando para longe da médica - Está satisfeito? Agora esse bebê pode ser seu e Mary está extremamente decepcionada com você. - bateu na minha cabeça - O quê você tem na sua cabeça? Engravidou a pior vadia do mundo. Mas que porra Christopher..

Christopher: Lucy?

Lucy: O quê? - me encarou com raiva.

Christopher: Eu não quero esse bebê.

Eu não podia ter um filho.

Não.

Não.

A única mulher com quem queria uma família já não está aqui.

Lucy: Se for mesmo seu filho, sinto muito, mas você terá que asumi-lo.

Senti meus olhos encherem de lágrimas e Lucy me abraçou.

Lucy: Não fica assim. O bebê não tem culpa da mãe que têm. E tenho certeza que se você for o pai, você o amará com todas as suas forças e ele terá o melhor pai do mundo. 

Ou o pior deles.

Almas Opostas (2°temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora