Capítulo 2

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Lucy Uckermann

Peguei o café e sentei numa das mesas ao lado da janela olhando para a forte chuva que caía na cidade do Rio de Janeiro. A cafeteria não estava cheia, além de mim, tinha mais outras três pessoas numa mesa conversando e rindo.

Desviei os olhos e encarei o céu nublado e frio. Tomei um gole do meu café quente e fechei os olhos pedindo, ou melhor, implorando para Deus para que hoje, Christopher me deixasse ficar no apartamento junto com ele.

Um mês.

Um mês que ele estava trancado e sozinho no apartamento. Bebendo, fumando e se machucando. Ele não comia, não dormia, não tomava banho, não falava com ninguém, não via nem a propria a luz do sol.

Senti meus olhos encherem de lágrimas mais uma vez naquela semana. O meu irmão estava definhando a cada dia, a última vez que me deixou ve-lo tinha perdido pelo menos sete quilos.

Christopher, o meu irmão, estava acabado fisicamente e completamente destruído psicologicamente e tudo o que eu conseguia fazer era: nada. Todas as vezes que tentamos ve-lo, falar com ele ou ajuda-lo ele gritava e nós expulsava do apartamento dele completamente fora de si.

Isso acontecia comigo, Julie, Brayan, os amigos dele, Alexandra e até mesmo com Mary. Desde que soubemos da tragédia, todos nós estávamos no Brasil tentando ajuda-lo, tentando ser seu apoio, mas ninguém conseguia salva-lo da escuridão na qual se encontrava.

Derramei uma lágrima ao me lembrar de Dulce. Ainda não tinha caído a ficha que ela estava morta. A linda mulher doce e gentil, a noiva do meu irmão, minha cunhada e a mulher pela qual meu irmão é louco estava.. morta.

Senti outra pontada em meu coração.

Eu tinha sido a primeira saber da tragédia, fiquei em choque quando o gerente do hotel que meu irmão estava no México me ligou contando o quê tinha acontecido e implorando para que eu fosse até lá resgatar meu irmão

Christopher tinha enlouquecido.

Ele destruiu o quarto inteiro aos gritos e choro, bateu em todos que tentavam para-lo e destruiu a metade do hotel num ataque de fúria por conta da bebida, precisou que o médico que tinha atendido ele quando soube da notícia e desmaiou, desse umas três doses de calmante na veia dele.

Quatro seguranças do hotel o segurou, enquanto o médico aplicava as doses o fazendo dormir na hora. Quando cheguei no México, soube com mais detalhes de tudo o quê aconteceu.

O avião onde minha cunhada estava indo para o México caiu numa das pequenas cidades de Nicarágua, ela ainda estava viva quando pegou um barco para ir para capital de Nicarágua, quando o barco explodiu.

Matando ela, o professor dela e o capitão do barco. A perícia encontrou três diferentes cinzas no barco. Eu que cuidei de todos os transmites legais, eu que recebi as cinzas da minha cunhada dentro de um vaso e do professor dela.

Igor Rickli tinha pegado carona no avião dela, ele teve problemas com a passagem dele e ela ofereceu a carona,  já que ele também ia para o México à trabalho, ele aceitou e viajaram juntos, caíram juntos, pegaram o barco juntos e morreram...juntos.

Meu Deus!

Que tragédia!

Quando apareci com o vaso Christopher surtou de novo, aos gritos dizia que não era a Dulce, que ela estava viva, que ela estava bem. Ele precisou ser dopado novamente.

Quando chegamos ao Brasil, todos o esperava no apartamento, até nossa mãe, mas ele teve outra crise e quebrou todo o apartamento, tudo foi jogado e ele expulsou todos.

Almas Opostas (2°temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora