Lucy Uckermann
Peguei o café e sentei numa das mesas ao lado da janela olhando para a forte chuva que caía na cidade do Rio de Janeiro. A cafeteria não estava cheia, além de mim, tinha mais outras três pessoas numa mesa conversando e rindo.
Desviei os olhos e encarei o céu nublado e frio. Tomei um gole do meu café quente e fechei os olhos pedindo, ou melhor, implorando para Deus para que hoje, Christopher me deixasse ficar no apartamento junto com ele.
Um mês.
Um mês que ele estava trancado e sozinho no apartamento. Bebendo, fumando e se machucando. Ele não comia, não dormia, não tomava banho, não falava com ninguém, não via nem a propria a luz do sol.
Senti meus olhos encherem de lágrimas mais uma vez naquela semana. O meu irmão estava definhando a cada dia, a última vez que me deixou ve-lo tinha perdido pelo menos sete quilos.
Christopher, o meu irmão, estava acabado fisicamente e completamente destruído psicologicamente e tudo o que eu conseguia fazer era: nada. Todas as vezes que tentamos ve-lo, falar com ele ou ajuda-lo ele gritava e nós expulsava do apartamento dele completamente fora de si.
Isso acontecia comigo, Julie, Brayan, os amigos dele, Alexandra e até mesmo com Mary. Desde que soubemos da tragédia, todos nós estávamos no Brasil tentando ajuda-lo, tentando ser seu apoio, mas ninguém conseguia salva-lo da escuridão na qual se encontrava.
Derramei uma lágrima ao me lembrar de Dulce. Ainda não tinha caído a ficha que ela estava morta. A linda mulher doce e gentil, a noiva do meu irmão, minha cunhada e a mulher pela qual meu irmão é louco estava.. morta.
Senti outra pontada em meu coração.
Eu tinha sido a primeira saber da tragédia, fiquei em choque quando o gerente do hotel que meu irmão estava no México me ligou contando o quê tinha acontecido e implorando para que eu fosse até lá resgatar meu irmão
Christopher tinha enlouquecido.
Ele destruiu o quarto inteiro aos gritos e choro, bateu em todos que tentavam para-lo e destruiu a metade do hotel num ataque de fúria por conta da bebida, precisou que o médico que tinha atendido ele quando soube da notícia e desmaiou, desse umas três doses de calmante na veia dele.
Quatro seguranças do hotel o segurou, enquanto o médico aplicava as doses o fazendo dormir na hora. Quando cheguei no México, soube com mais detalhes de tudo o quê aconteceu.
O avião onde minha cunhada estava indo para o México caiu numa das pequenas cidades de Nicarágua, ela ainda estava viva quando pegou um barco para ir para capital de Nicarágua, quando o barco explodiu.
Matando ela, o professor dela e o capitão do barco. A perícia encontrou três diferentes cinzas no barco. Eu que cuidei de todos os transmites legais, eu que recebi as cinzas da minha cunhada dentro de um vaso e do professor dela.
Igor Rickli tinha pegado carona no avião dela, ele teve problemas com a passagem dele e ela ofereceu a carona, já que ele também ia para o México à trabalho, ele aceitou e viajaram juntos, caíram juntos, pegaram o barco juntos e morreram...juntos.
Meu Deus!
Que tragédia!
Quando apareci com o vaso Christopher surtou de novo, aos gritos dizia que não era a Dulce, que ela estava viva, que ela estava bem. Ele precisou ser dopado novamente.
Quando chegamos ao Brasil, todos o esperava no apartamento, até nossa mãe, mas ele teve outra crise e quebrou todo o apartamento, tudo foi jogado e ele expulsou todos.
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Almas Opostas (2°temporada)
Romance2°temporada Com a suposta morte de Dulce, a vida de Christopher vira um tormento sem fim. Completamente abalado pela perda do amor de sua vida, ele acaba cometendo erros que trará consequências no futuro, além disso, ele está incansavelmente atrás...