Capítulo 45

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Dulce Maria

A dor que eu estava sentindo era leve, ia e voltava, as contrações tinham um intervalo de mais ou menos dez minutos. Sabia que a dor ia ficar insuportável em breve. Como tudo estava pronto, Chris apenas pegou a mala da maternidade e durante o caminho ligou para Elizabeth, ela já estava no hospital atendendo.

Alexandra nos seguia em outro carro.

Respirei fundo sentindo a dor começar aumentar. Estávamos à poucos minutos do hospital. Christopher segurava minha mão enquanto o motorista acelerava o carro à pedido do meu noivo.

Christopher: Calma! Está tudo como planejado. - me tranquilizava.

Forcei um sorriso.

Dulce: Quase tudo. Não quero sua mãe perto de mim.- apertei com força sua mão ao sentir a dor ficar mais forte.

Porra!

Fechei os olhos!

Christopher: Ela não vai. Não se preocupe com isso. Se concentre apenas em nossa filha, ela é a mais importante. Hum...- murmurou quando quase destrocei a mão dele por causa da dor - Tem certeza que não prefere a cesa..- começou a falar preocupado, mais eu o interrompi.

Dulce: Não. Não. Não. - respirei fundo - Eu posso muito bem trazer minha filha ao mundo Christopher Uckermann - rosnei.

Christopher: Eu sei meu amor. Só que..

Dulce: Só que nada! - bufei irritada soltando minha mão na dele e me encolhendo - Cala a boca! - respirei fundo - Acha que sou fraca..? - o encarei com raiva e com muita dor.

Porra!

Muita dor!

Christopher: Claro que n..

Dulce: Cala a boca! Ahhh - fechei os olhos gemendo de dor - Só cala a boca!

Ele ficou em silêncio.

Se ele quisesse permenacer vivo, era melhor ficar bem quietinho mesmo.

Encostei minha cabeça no banco e respirei fundo incontáveis vezes.

Christopher: Acelera isso. - mandou pela décima vez para o motorista.

Dulce: Ele não pode fazer o carro voar Uckermann. - bufei e encarei o motorista - Vai com calma. Algo me diz que essa menina vai demorar para nascer.

Mesmo com o meu pedido, o motorista acelerou o carro.

Bufei.

Christopher: Amor..

Dulce: Quieto! - toquei na minha barriga.

Porra!

Me controlei para não chorar! Antes que as lágrimas descessem, fechei os olhos e respirei fundo. Eu não podia ser fraca agora, aguentei tantas coisas piores na vida, eu poderia aguentar trazer a minha filha para esse mundo. Isso não era nada para te-lá comigo. Nada.

O resto do caminho até o hospital foi com meus gemidos e Christopher sem piscar me encarando preocupado e quieto. O celular dele tocou algumas vezes, mas ele nem ao menos o pegou do bolso, seus olhos não saiam de mim nem por um segundo, apenas ignorou as ligações. Uma enfermeira com uma cadeira de rodas me esperavam assim que o carro parou. Eu estava com tanta dor naquela hora, que eu juro mal podia sentir minhas pernas.

Assim que sentei, Christopher fez questão de empurrar a cadeira dando ordens para o motorista pegar a mala e encheu de perguntas a enfermeira sobre a Elizabeth enquanto adentramos o hospital agitado. Senti o clima frio e me encolhi ainda mais.

Almas Opostas (2°temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora