Capítulo 4

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Narrado por Sarah

Rodolffo me olhou e eu tenho a certeza que ele percebeu que eu não era fã dela. Nem a Lívia! A questão era que ela queria tirar foto com a Juliette e eu queria era falar com o Rodolffo! Nenhum assunto ainda vinha na mente e eu apenas precisava falar algo que fosse útil e produtivo.

Meu coração continuava acelerado e isso dificultava ainda mais que meus pensamentos conseguissem produzir alguma pergunta.

— Rodolffo... — falei finalmente, porém, sem nenhum assunto formado. Pensa, Sarah, pensa... Qualquer coisa... Você precisa falar qualquer coisa!

— Oi! — ele me olhou novamente com aquele olhar penetrante. Eu ficava hipnotizada e isso só piorava a minha situação. Pensa, Sarah... Pensa...

— Quando eu lançar o livro, posso mesmo vir no seu programa? Mesmo eu não sendo famosa?

— Sim, sim! Claro! – ele disse.

Que homem maravilhoso!

— Mas como eu faço para entrar em contato? — perguntei.

— Você pode me mandar uma mensagem pelo twitter.

Ele já tinha me dito aquilo. Eu não queria que a conversa ficasse monótona ou redundante.

— São muitas mensagens que você recebe. — eu disse. — Será que eu não poderia mandar para alguém da produção ou algo assim?

— Pode mandar no site da Globo. — ele disse. — Eles entrarão em contato.

Olhei para o Rogério ao seu lado. Estava estampado na cara dele que aquilo era mentira. Era como se ele quisesse dizer: "não vai dar em nada!". De fato, eu também achava que era mentira e não daria em nada, mas outra parte de mim queria se iludir, acreditando que tudo daria certo.

Falando em mentiras, poderíamos começar com a primeira, afinal nem existia livro ainda e não estava "prestes a sair" coisa nenhuma. Existiam apenas alguns rascunhos e nada mais.

Só que por onde eu ia, eu sempre fazia questão de falar que eu tinha o sonho de publicar um livro. Com certeza as pessoas nem me levavam mais a sério porque sempre falei desse livro e ele nunca saiu!

Eu precisava me focar e colocar aquilo como era uma meta. Bom, agora mais que isso, eu tinha uma promessa feita ao Rodolffo: eu precisava publicar o livro para ser entrevistada por ele. Se ele lembraria dessa promessa até fevereiro? Com certeza não, mas me iludir é uma das coisas que sei fazer de melhor.

Nesse momento chegou quem eu menos queria ver na minha frente e na do Rodolffo: Juliette Freire.

Sabe o que era pior? Ela era linda! Já estava sem maquiagem, com o cabelo preso em um coque desarrumado, deixando alguns fios soltos. Vestia uma legging e blusa preta, com uma jaqueta jeans por cima. Estava super simples e mesmo assim continuava linda! Como pode? Com certeza o Rodolffo deveria estar achando a mesma coisa...

Ela passou por nós e assim que viu o Rodolffo, abriu um sorriso.

— Rodolffo! — ela disse.

Meu coração apertou. Era a nítida a mudança no olhar dele, no jeito, na postura. Dava para ver que foi óbvio que aquelas brincadeiras na entrevista era a mais pura verdade. Ele estava sim interessado nela.

— Oi, Juliette! Já está indo?

— Estava, mas... — soltou um sorriso preso – Eu vou ter que aceitar a sua carona! O carro que iria vir me buscar se perdeu no caminho.

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