Meu programa de TV favorito - Sarolffo

Capítulo 55

Narrado pela Autora

Depois de mais de uma semana de insistência do seu chefe, Sarah finalmente aceitou que ele fosse busca-la para irem juntos ao trabalho. Porém, ao sair de casa, Sarah viu Rodolffo parado em sua porta.

Seu coração gelou! Não estava preparada para ver Rodolffo ainda. Ao vê-lo, veio junto também a cena do beijo com Rafa, aquela que queria apagar da sua memória.

— Sarah... – Rodolffo lhe chamou.

— Rodolffo?

Os dois ouviram o cumprimento de um rapaz que acabara de estacionar o carro na frente deles.

— O que faz aqui? — Sarah perguntou com rispidez para Rodolffo.

Rodolffo olhou para o carro e sentiu ódio em ver Augusto ali esperando por Sarah. Não queria acreditar que ela havia dado uma chance ao seu chefe assim tão rápido.

— O que ELE faz aqui? – Rodolffo perguntou nervoso.

— Veio me buscar para ir no serviço, que por acaso já estou atrasada.

Sarah foi em direção ao carro, mas Rodolffo a segurou pelo braço para impedi-la. Não foi forte, mas como reação de raiva, Sarah expressou dor e respondeu com a mesma rispidez em seu tom de voz.

— Para! Me solta!

Na mesma hora, Augusto saiu do carro a fim de defender Sarah, achando que Rodolffo estava machucando-a.

— O que pensa que está fazendo? – Augusto subiu a voz para cima de Rodolffo.

Ele a soltou na mesma hora, sem acreditar que Sarah estava fazendo aquilo.

— Sarah, eu não te machuquei. – disse decepcionado.

— No meu braço? Não... Você machucou em outro lugar...

Augusto abraçou Sarah com um braço, conduzindo-a para entrar no carro.

— Vamos, Sarah!

Sarah até estranhou aquela atitude vinda dele. Apesar de tentar sempre se aproximar, ele não fazia esse tipo comportamento. Ela sabia que ele tinha a intenção de provocar o rapaz.

A vontade de Rodolffo era bater em Augusto, mas sabia que aquilo seria pior, pois perderia a razão. Mesmo assim, tirou o braço dele de cima de Sarah e entrou na sua frente.

— Sarah, eu sei você não é assim! A gente precisa conversar...

— Não tenho tempo para conversar agora, eu preciso trabalhar. — Sarah falou, tentando ser o mais fria possível.

— Então hoje, depois do trabalho, por favor! — ele segurou as suas mãos. — Por favor!

Sarah balançou a cabeça prendendo o choro. Não tinha forças para falar com ele.

— Se você não quiser me perdoar, eu entendo... Mas, por favor, dá a chance de pelo menos eu explicar o que aconteceu...

Sarah abaixou a cabeça, na tentativa de não encara-lo mais.

— Tudo bem... – Rodolffo voltou a dizer. - Tudo bem se não quiser falar comigo por enquanto. É seu direito! Mas não corta o vínculo com a minha mãe. Ela está sofrendo muito com a sua ausência e voltou a ficar triste. Tenho muito medo que ela adoeça por causa disso.

Sarah continuou com a cabeça baixa.

— Eu... — engoliu seco. — perdi meu filho.... Eu não estou preparado para perder minha mãe. Eu não aguento mais perder as pessoas que eu amo!

Aquelas palavras tocaram, Sarah. Ela sabia que aquilo não era mentira e nem interpretação. Ele realmente estava mal! Sentiu uma vontade de abraça-lo, mas seu corpo travou.

— Vamos, Sarah? — Augusto disse, interrompendo os seus pensamentos.

Sarah afirmou com a cabeça, ainda olhando para o chão.

— Não entra nesse carro, Sarah... — Rodolffo pediu com a voz baixa. — por favor, não entra nesse carro...

Ela ficou sem saber o que fazer. Prendia o choro. Um lado seu dizia para entrar no carro como forma de se vingar do Rodolffo, mas seu coração pedia para que continuasse ali, desse um abraço em Rodolffo e apenas ficasse ao seu lado.

Pensou em fingir um desmaio, assim não precisaria decidir nada.

Soltando um largo suspiro para colocar suas ideias no lugar, soltou-se de Rodolffo, respirou mais uma vez e olhou para o Augusto.

— Eu não estou me sentindo bem... Posso faltar no trabalho hoje?

Augusto olhou desconfiado e achou que era apenas uma desculpa para ficar com Rodolffo.

— Tem muitas entrevistas agendadas, não tem ninguém para te cobrir assim em cima da hora. – ele respondeu.

Ela deu um suspiro e continuou de cabeça baixa.

— Eu vou chamar um Uber então. Não quero ir como Rodolffo e... — refletiu. — É melhor eu não ir com você...

— Por que não quer ir comigo? – Rodolffo perguntou.

— Simplesmente não quero...

Ele deu um suspiro tentando liberar a tensão. O que aliviava era que ela não iria com o chefe. Mesmo que eles fossem se ver o dia todo, não queria aquela aproximação entre os dois. Outra coisa que aliviava era ela ter respeitado um pedido seu.

— Mas promete que vai falar com a minha mãe? – ele perguntou.

— Eu vou ligar para ela...

— Ok, muito obrigado.

Sarah tirou o celular, mas Augusto interveio.

— Não precisa pedir. Eu vou pedir aqui no meu celular, assim já cai no meu cartão de crédito direto. Não precisa se preocupar com isso!

Rodolffo olhava Augusto com raiva e, mesmo sem olha-lo, Sarah percebia o clima de tensão.

— Pronto, já chamei. Eu espero com você até ele chegar.

— Eu também espero. — Rodolffo disse o encarando.

Sarah permaneceu de cabeça baixa. Sentiu alguém fazer carinho em sua cabeça e sabia que era a mão de Rodolffo. Conhecia muito bem aquele toque.

Rodolffo lhe deu um beijo em sua testa e se aproximou mais do seu olhar.

— Eu te amo!

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Ela não pegou o chefe e nem pensou em pegar

Era só uma caroninha do chefe. Mas, para a infelicidade dele, não deu certo!