Capítulo 90

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Narrado por Sarah

Calma Sarah, calma... — eu repetia para mim mesmo.

Calma, é essa mídia sensacionalista.

Calma...

Mas não dava! Era impossível ficar calma!

— Vera..... — gritei.

Eu falava "Clari"... no "ce" ela já estava no quarto. E sempre super preocupada.

— O que foi, querida? O que aconteceu? — disse preocupada, me inspecionando.

— Eu te acordei?

— Não, eu não durmo enquanto o Rodolffo não vem... O que aconteceu? – ela perguntou aflita.

— Bom... — mostrei o celular para ela. — Olha isso!

Ela deu uma rápida passada de olhos pela notícia e parou nas fotos.

— Aah, Sarah... Você não acha que isso significa algo, né? — ela sentou na cama e me entregou o celular.

— Montagem não foi. – respondi.

— Mas ele deve ter só cumprimentado!

— Cumprimentar essas oferecidas? – falei nervosa. — Desculpa, não deveria falar assim! Mas olha isso! Rafa Kalimann?? E essa outra doida aí!

— A Juliette também está aqui! — disse apontando para a foto, que era a mais comprometedora, por sinal.

— Olha, nem sei o que dizer! Não quero pensar mal da Juliette de jeito nenhum, mas ontem mesmo ela disse que iriam começar a falar dela e do Rodolffo! Não é de se estranhar? E se ela estava me preparando para as notícias que iriam aparecer!

— Não diga bobagem, Sarah! – Vera disse com carinho. — Espere ele chegar e você conversa com ele.

Peguei o celular, pois queria ligar para Carla, perguntar o que o Rodolffo estava fazendo, mas sabia que não adiantaria nada. Ligar para Juliette também estava fora de cogitação. A única coisa que tinha a fazer era ligar para Rodolffo.

— Oi amor! — atendeu prontamente.

— Que horas você vem? — disse secamente.

— Tenho que ficar mais um pouco e depois já vou. Aconteceu alguma coisa?

— Sim, estou passando mal!

— Que?? O que você se sente? Minha mãe está com você?

— Náusea, dor de cabeça...

— Muito forte? Já estou indo! Se quiser chame um táxi e nos encontramos no hospital. — falava com desespero.

— Eu vou te esperar! — disse e desligou em seguida.

Vera viu a cena e deu risada.

— Sarah, você não deveria ter dito assim, ele está desesperado, tadinho! Deu para ouvir daqui!

— Eu também estou! — disse bufando irritada.

Quando chamei Vera, eu sabia que ela não era a melhor pessoa para ouvir o meu desabafo, mas eu não tinha outra opção naquele momento.



Narrado pela Autora

Mesmo sem querer, os olhos de Juliette sempre seguiam Selton pela festa. Seu coração acelerava sempre que via alguma mulher ao seu lado conversando, mas logo aliviava ao ver que não era nada.

Selton nunca havia ficado com ninguém na sua frente, mesmo quando ela estava acompanhada.

— Fiuk, vou ao banheiro! – Juliette disse ao companheiro.

Ele estava com sua bebida e apenas assentiu com a cabeça. Juliette foi até o banheiro respirar um pouco. Queria tanto que tudo fosse diferente.

Saiu do banheiro e de cara encontrou com Selton que lhe sorria.

— Nossos caminhos sempre se cruzam! – Selton disse.

Juliette riu e balançou a cabeça.

— É fácil cruzar o caminho de alguém quando fica esperando a pessoa na porta do banheiro até que ela saia.

— Você sempre acaba com meu romantismo... – Selton disse rindo.

Dando uma leve risada, Juliette balançou a cabeça, olhando sem graça para ele.

— Podemos conversar um pouco? – Selton perguntou.

Juliette olhou para a mesa onde estava Fiuk que a observava.

— Creio que aqui não seja o momento. Muitos jornalistas, você sabe! – Juliette lhe respondeu.

Ao perceber a agitação de Juliette, Selton olhou para o mesmo lado que ela estava olhando e viu Fiuk ali.

— Não quero estragar sua noite com ele. – Selton disse. — Imagino que ele fique irritado em nos ver juntos conversando.

— Sim, um pouco...

— Será que podemos... – Selton disse um pouco inseguro. — Sair... Não sei... Um café, talvez!

Lembrado mais uma vez da conversa com Sarah, Juliette respirou fundo e lhe respondeu.

— Podemos! – Juliette disse rapidamente — Vá no meu apartamento amanhã, é melhor.

— Seu apartamento? — sorriu, ainda que estranhasse a atitude de Juliette.

— Mas ah, não pense besteira! É só para fugirmos dos jornalistas.

— Fugir, claro! Por mim está ótimo! – Selton disse animado.

— Às dezessete horas, pode ser? – Juliette perguntou.

— Perfeito! Estarei lá!! — Selton disse sorrindo.

— Ok... — Juliette respondeu um pouco embaraçada — Vou indo lá agora... — indicou o lugar onde estava Fiuk.

— Sim, claro! Até amanhã!

— Até amanhã!

Ela estava caminhando em direção a Fiuk, quando viu Rodolffo passar apressado por ela.

— Rodolffo, o que foi? – Juliette perguntou.

— Sarah está passando mal! Tenho que ir!

— Nossa! Me mande notícias, por favor!

— Sim, sim... — disse enquanto andava.

Não avisou ninguém que iria embora. Depois, com mais calma, se explicaria.

Dirigiu tão rápido e estava tão nervoso que parecia que o carro estava no piloto automático, pois nem lembrava o caminho que tinha feito.

Seu coração estava disparado e o medo parecia que explodia dentro de si mesmo. Lembrava-se das palavras de Rafa Kalimann e a dor vinha ainda maior. Não queria perder seu filho de jeito nenhum. O que Sarah sentia? Náusea, dor de cabeça... Isso era sinal de que?? Não tinha tempo de pesquisar no Google, precisava chegar em casa e fazer algo. O que fosse!

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