Capítulo 11

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Não vi mais o Rodolffo nos corredores e nem no refeitório da Globo. Isso era bom e ruim. Bom porque eu ainda estava magoada, e ruim porque eu queria vê-lo. Ele era meu amorzinho platônico, né? Como eu poderia mentir para mim mesmo dizendo que eu não queria vê-lo?

Talvez eu só tivesse me iludido! Ele era meu ídolo e não meu "pretendente".

O Rodolffo não tinha nenhuma ligação comigo. Tudo o que a Carla tinha dito, era verdade. Éramos de mundo completamente diferentes, mesmo que agora trabalhássemos na mesma empresa. A diferença era que ele era um artista nacionalmente conhecido e eu uma simples funcionária.

Eu estava na porta, com o celular na mão, pronta para chamar um uber, quando senti alguém tocar meu ombro.

Olhei assustada e vi um cara lindo! Infelizmente não era Rodolffo...

— Olá! Acho que já nos encontramos por aqui... — disse Lucas.

Eu dei um sorriso preso.

— Sim, no refeitório... — falei bem sem graça.

— Sim, eu lembro de você!

— Pelo menos você lembra... — suspirei — Foi no dia em que fui falar com o Rodolffo e ele não se lembrou de mim...

Nem sei se deveria ter falado isso. Afinal, era uma história boba e seria bem constrangedor se Lucas soubesse de onde eu esperava que o Rodolffo lembrasse que nos conhecíamos. Com certeza o Lucas me acharia muito boba e infantil.

— Isso! Está indo embora? Onde você mora? — ele perguntou.

— Moro no Centro! – eu disse, me referindo ao bairro de São Paulo em que eu morava.

— Eu te levo! – disse me mostrando as chaves.

Tá! Calma... Lucas Viana era aquele ator que eu via sempre na televisão. Ele era lindo, famoso e... Estava me oferecendo uma carona? Era isso mesmo? Eu iria pegar carona com um ator da Globo?

Assim como o Rodolffo, o Lucas também não pertencia ao meu mundo. Ou pertencia? Bom, se era isso, quer dizer que o Rodolffo também pertencia, certo? E se Rodolffo ofereceu uma carona para a Juliette, também poderia oferecer uma carona para mim...

Ah! – suspirei em pensamento. – Por que não era o Rodolffo ali? Tudo bem que o Lucas era lindo, mas não era ele que eu amava e idealizava.

— Vamos? – disse levantando a sobrancelha, demonstrando que esperava uma resposta.

— Oi? Desculpa...é... – me despertei – Não, não precisa, não quero incomodar... Vou chamar um uber!

— O uber vai demorar! Vamos... — ele disse.

Bom, era o Lucas, né? E uma carona poderia ser apenas uma carona, porque eu estava vendo malícia nisso? Eu não era a oferecida da Juliette, as coisas poderiam ser diferentes.

— Então? — ele perguntou novamente.

— Tudo bem! Vamos! – sorri.

Fomos até seu carro e eu entrei em silêncio. Quando eu entrei, ele me olhou e sorriu ao me ver colocando o cinto.

— Vou até o centro e quando chegar lá você me explica o caminho, tudo bem?

— Claro! – sorri.

Eu estava meio sem graça. Era um ator e isso não saia da minha cabeça: o fato de não pertencermos ao mesmo mundo. Era isso que me matava. Não com o Lucas, com o Rodolffo!

— Então você é amiga do Rodolffo? – ele disse enquanto dirigia.

— Amiga? Não, não... – balancei a cabeça. — Não sou amiga!

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