Narrado por Rodolffo
A Rafa me ligou chorando, dizendo que algo terrível estava acontecendo e que o bebê estava em risco. Não consegui pensar em outra coisa a não ser no meu filho. Sei que deixei para trás a Sarah, os pais dela e minha mãe, porém eu também sabia que com certeza eles entenderiam o meu nervosismo. Afinal, o meu filho estava correndo risco de morte.
No hospital, Martha - mãe de Rafa - estava chorando na sala de espera e se levantou quando me viu.
- Rodolffo! Até que enfim você chegou! - ela disse nervosa.
- Oi, senhora Martha! Onde está a sua filha? Como ela está? E o bebê?
- Não estão nada bem... - ela voltou a chorar - Ela teve hemorragia interna!
- E isso significa o que? – perguntei extremamente preocupado.
Percebi que ela tentou segurar o choro, mas não conseguia.
- A vida dela está em risco... E ...- respirou novamente - de qualquer modo, ela já perdeu o bebê!
Eu engoli seco, pois não tinha saliva nenhuma. Parei por um instante. Meu bebê havia morrido, era isso?
— Ela perdeu? — perguntei de novo sem acreditar.
- Parece que o bebê não foi fertilizado no útero. Ele estava no local errado e é impossível acontecer uma gestação fora do útero. Só que ela demorou para sentir as reações e agora vai precisar fazer a cirurgia.
- Então meu filho morreu? - perguntei atordoado
- Rodolffo... - ela respirou fundo. - Acho que podemos dizer que o bebê não existiu. Não teve tempo suficiente de se formar e ser um "bebê de verdade"...
- Não há nenhuma chance de que ele sobreviva?
- Eu não sei Rodolffo, não sei... A única coisa que me importa agora é a vida da minha filha!
Eu sei o quanto a vida da Rafa era importante e eu não queria de jeito nenhum que a Rafa morresse. Mas uma angústia havia batido em mim: Eu havia perdido meu filho.
Começou a me dar uma raiva muito grande de Martha. Sei que estava preocupada com a filha, mas e o meu filho? Quem se importava com ele? Eu tinha acabado de perder o MEU filho. Já perdi meu pai, minha irmã e agora mais uma pessoa direta acabara de morrer: MEU FILHO!
Sentei no primeiro lugar vago que encontrei e senti uma imensa vontade de chorar. Mas não chorei. Apesar da tristeza, eu não chorei.
Eu estava mal, péssimo. Queria gritar, socar a parede, chutar a porta. Eu queria qualquer coisa. Mas eu permanecia ali, imóvel. Eu não poderia definir qual parte do meu corpo doía. Tudo ardia por dentro. Cada parte, cada músculo, cada célula.
Por que mais uma pessoa ia embora? E agora uma que eu nem ao menos tive chance de conhecer, sentir ou tocar.
As lágrimas queimavam dentro de mim. Eu queria muito que elas saíssem e eu finalmente pudesse me sentir aliviado. Mas eu não conseguia nem chorar.
Peguei meu celular, mas estava descarregado. Achei melhor. Não estava bem para falar com ninguém. Eu precisava desse momento.
Pensei na minha mãe: O quanto ela ficou feliz em saber que seria avó! - e eu imaginava que ela ficaria mais feliz ainda quando tivesse o neto em seus braços.
E eu também... Eu seria muito mais feliz com meu filho nos braços. Muito mais...
Foi a noite mais tensa da minha vida. Não venha me dizer que o bebê não estava formado ainda, eu já o amava.
Quando o pai perde um filho, continua sendo pai? Por algum tempo eu fui um pai. Agora eu não era mais nada.
Martha estava desesperada ao meu lado e eu nem tinha como consola-la. Já era de manhã quando o médico veio dar notícias: Rafa estava viva!
Quanto ao meu filho, era como se ele nunca tivesse existido para o médico. Ele disse que haviam retirado o feto das trompas... "Retiraram o feto das trompas"... Era assim que meu filho era tratado.
Pedi autorização para usar o telefone do hospital e liguei para a minha mãe. Ela atendeu prontamente, com certeza nem havia dormido.
- Filho?? Até que enfim!! O que houve?
- A Rafa perdeu o bebê!
- Perdeu??
- Sim... - engoli seco - Meu filho morreu!
Minha mãe ficou em silêncio por um tempo.
- Filho... Eu sinto muito! Quer que eu vá aí para ficar com você? Você está onde?
- Estou no hospital central, mas não precisa... Por favor, avisa a Sarah? - pedi.
- Aviso!
- Obrigado! Quando puder, eu falo com ela!
- Tudo bem filho! Qualquer coisa, me ligue! - ela disse.
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Oieee!
Pessoal... momentos tensos começaram a chegar....
Espero que vocês ainda me amem depois de tudo rs
Pessoal, os meus posts são sempre depois de 5 comentários de pessoas diferentes, por isso quem não tem o costume de comentar, manda pelo menos um emoji para ajudar as amigas leitoras que comentam! (e a autora também, porque apesar de tudo, eu sou ansiosa e também quero postar hahahah)
Beijooos
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Meu programa de TV favorito - Sarolffo
FanfictionSarah se descreveria como uma pessoa comum se não fosse o pequeno detalhe de sonhar demais. Suas maiores paixões eram: a família, a profissão, escrever e o Rodolffo, apresentador do melhor talk-show da TV brasileira. Sempre focada em seu trabalho...