Prólogo

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— Eu sonhei que a morte me fodia - admito, comprimindo os lábios numa linha reta ao analizar as feições das minhas amigas e perceber o olhar de decepção de cada uma em minha direção

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— Eu sonhei que a morte me fodia - admito, comprimindo os lábios numa linha reta ao analizar as feições das minhas amigas e perceber o olhar de decepção de cada uma em minha direção. — Eu disse que era complicado, mas vocês insistiram.

Desde que cheguei na casa de Harley para ter mais uma noite do pijama com as meninas, elas não pararam de perguntar o motivo de eu estar tão quieta, então resolvi contar o que tanto reprimia desde o início do dia.

Elas me olham em choque.

— Então quer dizer que você preveu a sua morte? ‐ Ella é a primeira a perguntar com as órbitas azuis totalmente arregaladas, e eu tenho inveja da sua inocência.

— Olha, Eli, isso é normal ‐ Harley me olha. Ela clica no seu perfil da Netflix e começa a procurar por um filme para aquela noite. — Quando morrermos a morte realmente irá nos fuder. É o preço que temos a pagar por todos os pecados cometidos aqui na terra.

Quê?

Eu imaginava que os efeitos colaterais de uma jovem garota forçada a ir para a igreja ainda prevaleciam nela, mas não dessa forma.

— Não, vocês não estão entendendo ‐ pego um punhado de pipoca e enfio na boca, para abafar o som das palavras que dito logo em seguida. — Ele me fodeu, me fodeu mesmo.

— Harley, retire o que disse - Ella nos olha em choque. — mais um pecado para a lista da Eli.

Harley me olha ainda tentando raciocinar o que eu disse.

— Elicha... não me diga que... - Harley soltou o controle, me encarando como se pudesse possuir o meu corpo. — Você namora!

— Eu não controlo os meus sonhos, não tenho culpa se sonhei com outro cara! - respondo com uma careta.

— Explica isso direito.

— Gente, eu quero assistir... - choraminga Ella, vendo que o controle agora está jogado no chão, mas eu a ignoro.

— Era um cara fantasiado de morte. Estávamos em uma casa de praia, parecida com a do Howard. — Andrew Howard é o meu namorado. — Ele me levava para o quarto dele e a gente fazia amor.

Amor era uma palavra totalmente contrária do que aquela morte fazia comigo. Era doloroso mas ao mesmo tempo gostoso.

— Faziam amor? No quarto do seu namorado?! - Ella grita apavorada. Vejo que não está mais querendo assistir.

Reviro os olhos.

— Shiii! Fala baixo, os pais da Harley estão na sala! E foi só um sonho, desnecessário esse caos todo.

— Isso por acaso não faz parte de uma fantasia louca sua? - Harley indaga. Qual é, ela não tá do meu lado? — Algum fetiche maluco seu que pensou demais e acabou sonhando?

— Não, claro que não, Arle! - Fiz careta. Como ela podia imaginar que eu faria uma coisa dessas? — Andrew é o meu namorado, eu nunca faria algo assim com ele.

— Não?

— Não. - Respondi. Pelo menos eu acho que não. — Mas se eu estivesse bêbada... aí eu não posso opinar por mim mesma.

— Eca, Eli! Você é nojenta!

— Tá, tá. Deixa eu explicar porque essa não é a pior parte.

— Tem como piorar?

— Sim - respiro fundo, me prontificando para dizer o resto e já sentindo o meu rosto corar. — Quando acordei, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi escrever no meu diário. Eu escrevi detalhe por detalhe cada cena erótica que vivenciei naquele sonho. E voltei a dormir. Porém, todavia, entretanto, como o universo parece estar de bunda virada para mim, Lucas descobriu o lugar secreto onde guardo o meu diário. E adivinhem pra quem ele mostrou, hum?

— Não... Aquele pestinha não seria capaz de...

— Exatamente. Eu acordei com a dona Ana me xingando até a quinta geração, me perguntando que porra era aquilo escrito no meu caderno.

— Céus, Eli! - Ella tentou parecer preocupada, mas seu sorriso denunciava o quanto ela queria rir da minha cara. — E o que você disse?

— Eu disse que o diário era seu, claro!

— O quê?!

— Mas ela não acreditou.

— Isso... isso é ótimo - suspira aliviada. — Mas não tanto, claro. O seu irmão mostrou o seu diário para a sua mãe, e ela leu... imagino o quão terrível deve ser.

— Privacidade mandou lembranças ‐ Harley murmura.

Claro que minha mãe não acreditaria, Ella é a garota mais inocente do grupo, nem parece que quem é da igreja é a Harley. Eu fui tola ao pensar que a mamãe nunca invadiria o meu espaço pessoal, isso é algo que nunca irá acontecer.

— Agora podemos assistir? - Ella abre um grande sorriso, e Harley pega o controle do chão.

— Como quiser. - Harley responde. — O que vamos assistir hoje?

— Terror.

— Ah não, Elicha... - as duas choramingam.

— Terror.

Por que eu estou tão empolgada para essa fic????

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Por que eu estou tão empolgada para essa fic????

Normalmente eu nunca consigo continuar com as histórias, o bloqueio criativo me mata, mas eu vou me esforçar nessa, eu precisoooooo

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