ELICHA ANGEL
Washington - SeattleA campainha toca, e eu respiro fundo antes criar coragem para abrir a porta novamente.
Calma, é só agir normalmente, Elicha. Não é nada demais.
Giro a maçaneta lentamente, podendo avistar seus cabelos negros e os olhos ainda mais escuros quando a abro o suficiente para poder fitá-lo por completo.
— O que você está fazendo aqui? - pergunto, já na defensiva.
Ok, talvez eu não devesse ser tão agressiva assim logo pela manhã, mas só de olhar aquela face intimidadora dava vontade de sair correndo.
Tento o olhar séria, mas seu sorriso malicioso faz meus olhos descerem involuntariamente para os seus lábios rosados.
Me lembro do quão macios eles podem ser. E como trabalham bem lá em...
Foco Elicha!
— Bom dia, Elicha - diz ele e a minha expressão se torna imediatamente confusa, reparando que Nach Kyler fala meu nome ao invés de "Angel" pela primeira vez em muito tempo. Estranho. — A Srta. Bree está aí?
Pisco algumas vezes, e olho em volta.
— Não.
— Não?
Nach ergueu as sobrancelhas perfeitamente feitas em minha direção. E a missão de manter a face intacta sem dar aquele tic nervoso na sobrancelha — o que acontece sempre que estou mentindo —, foi totalmente falha por mim.
— Eu sei que está mentindo, Angel.
Revirei os olhos.
Ele sabe mais sobre mim do que eu mesma.
também conviver junto com esse idiota desde a infância não foi moleza, é por isso que ele tem tanta liberdade na minha casa.
— Eu não estou mentindo.
— Então porque está fazendo isso com a sobrancelha? - ele me imita.
Reviro os olhos, tentando disfarçar a vergonha e torcendo para ele não reparar na vermelhidão do meu pescoço.
— Isso o q...
— Mãe! - Nach passa por mim sem nem pedir licença.
Bufo.
— Ei. Você não pode gritar desse jeito na minha casa! - corro atrás dele, apesar de ter que dar alguns passos mais rápidos para alcançá-lo. — E a sua mãe está ocupada, você não tem educação?!
— Oi, meu querido! - adentro a cozinha já podendo ver tia Kyla dar um abraço no moreno irritantemente alto a minha frente. — O que está fazendo aqui? Você disse que ia no mercado.
A observo sorrir nervosamente, e quando me olha por cima do ombro do Nach, faz um movimento com a boca.
"Ele sabe?"
— Sabe do que? — sussurrei de volta. A mãe de Nach faz um gesto imitando chifres por cima da cabeça dele. Então, lembrei.
Assenti com a cabeça, sem falar nada.
E quase sorri internamente.
Mal ela sabe...
— Eu fui buscar algumas coisas na casa do Drew - disse e eu percebi que ele carregava uma bolsinha prata na mão. — Esqueci lá ontem a noite. - ele me olha e eu faço careta.
Isso é meu.
— Ah, sim, o Drew? Como ele está? - Kyla pergunta cínicamente. Aposto que por dentro está se roendo por não xingar o filho da puta em voz alta.
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Transando Com A Morte
FanfictionTransar com a morte não é como ser agredida ou ferida como Ella Quinn, a amiga inocente de Elicha Angel, imaginava. Transar com a morte ia muito além do que só pecar como Harley Morgan pensava. Transar com a morte é como estar no topo da maior mont...