Capítulo 10

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ELICHA ANGEL
Washington - Seattle

A campainha toca, e eu respiro fundo antes criar coragem para abrir a porta novamente.

Calma, é só agir normalmente, Elicha. Não é nada demais.

Giro a maçaneta lentamente, podendo avistar seus cabelos negros e os olhos ainda mais escuros quando a abro o suficiente para poder fitá-lo por completo.

— O que você está fazendo aqui? - pergunto, já na defensiva.

Ok, talvez eu não devesse ser tão agressiva assim logo pela manhã, mas só de olhar aquela face intimidadora dava vontade de sair correndo.

Tento o olhar séria, mas seu sorriso malicioso faz meus olhos descerem involuntariamente para os seus lábios rosados.

Me lembro do quão macios eles podem ser. E como trabalham bem lá em...

Foco Elicha!

— Bom dia, Elicha - diz ele e a minha expressão se torna imediatamente confusa, reparando que Nach Kyler fala meu nome ao invés de "Angel" pela primeira vez em muito tempo. Estranho. — A Srta. Bree está aí?

Pisco algumas vezes, e olho em volta.

— Não.

— Não?

Nach ergueu as sobrancelhas perfeitamente feitas em minha direção. E a missão de manter a face intacta sem dar aquele tic nervoso na sobrancelha — o que acontece sempre que estou mentindo —, foi totalmente falha por mim.

— Eu sei que está mentindo, Angel.

Revirei os olhos.

Ele sabe mais sobre mim do que eu mesma.

também conviver junto com esse idiota desde a infância não foi moleza, é por isso que ele tem tanta liberdade na minha casa.

— Eu não estou mentindo.

— Então porque está fazendo isso com a sobrancelha? - ele me imita.

Reviro os olhos, tentando disfarçar a vergonha e torcendo para ele não reparar na vermelhidão do meu pescoço.

— Isso o q...

— Mãe! - Nach passa por mim sem nem pedir licença.

Bufo.

— Ei. Você não pode gritar desse jeito na minha casa! - corro atrás dele, apesar de ter que dar alguns passos mais rápidos para alcançá-lo. — E a sua mãe está ocupada, você não tem educação?!

— Oi, meu querido! - adentro a cozinha já podendo ver tia Kyla dar um abraço no moreno irritantemente alto a minha frente. — O que está fazendo aqui? Você disse que ia no mercado.

A observo sorrir nervosamente, e quando me olha por cima do ombro do Nach, faz um movimento com a boca.

"Ele sabe?"

Sabe do que? — sussurrei de volta. A mãe de Nach faz um gesto imitando chifres por cima da cabeça dele. Então, lembrei.

Assenti com a cabeça, sem falar nada.

E quase sorri internamente.

Mal ela sabe...

— Eu fui buscar algumas coisas na casa do Drew - disse e eu percebi que ele carregava uma bolsinha prata na mão. — Esqueci lá ontem a noite. - ele me olha e eu faço careta.

Isso é meu.

— Ah, sim, o Drew? Como ele está? - Kyla pergunta cínicamente. Aposto que por dentro está se roendo por não xingar o filho da puta em voz alta.

Transando Com A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora