Capítulo 29

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ELICHA ANGEL
Washington - Seattle

ELICHA ANGELWashington - Seattle

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— Nach... eu... - começo, sem saber muito bem como continuar. Sério que deveríamos ter essa conversa agora? Estava muito bem quando não tinha sentimentos envolvidos. — Estou confusa.

— Confusa?! - ele me encara e seus olhos escuros deixam de refletir aquele brilho habitual. — Por que?

Antes que ele abra a boca, o puxo pela mão, carregando Nach Kyler junto a mim para o vestiário masculino e livre de garotos, já que estão todos comemorando a vitória. Não queria que meus amigos vissem a minha d.r precipitada com o Kyler. Além de que a escola toda está no Campus, qualquer um poderia ouvir e espalhar uma fofoca.

Também tive tempo para pensar.

— Qual é o motivo, hum? - indaga quando paramos no meio dos armários, um de frente para o outro. Eu hesito em responder. — Elicha, fala comigo, porra!

— Porque você me deixa maluca, Nach! - explodo, sem sequer me preocupar se ele consegue me acompanhar. — Não entende?! - grito, a voz já embargada de frustração.  — Eu sou maluca por você desde o momento em que entrou todo encharcado na minha casa pedindo ajuda porque foi andar de bicicleta abaixo de uma tempestade nível 3, só porque queria me ver!

Faço uma pausa, o peso do passado pesando sobre mim.

— E agora... eu tenho medo de que o Nach de antes, aquele garotinho que gostava de mim, não exista mais, porque as coisas entre nós ficaram tão confusas... - desvio o olhar para baixo, mexendo nas mãos. — E só restou nós.

Nach permanece em silêncio por um instante, e aquilo me deixa mais desconfortável que o normal. Eu acabei de me declarar para ele. O garoto que eu julguei odiar porque namorou a minha melhor amiga e não parava de me encher o saco. Ele dá um passo na minha direção, mas eu recuo instintivamente.

— Angel... — ele começa, a voz dele mais suave do que eu esperava. — Você acha que eu mudei tanto assim?

Eu mordo o lábio, tentando segurar as lágrimas que ameaçam cair. Eu não esperava essa pergunta.

— Às vezes acho que sim. — Respondo baixinho, sem coragem de encará-lo. — Que você se tornou alguém que não reconheço mais. E, ao mesmo tempo, fico com medo de que o problema seja comigo... de que eu tenha mudado.

— Você mudou, Angel. — Ele admite, mas não com amargura. — Eu também mudei. Não somos mais aquelas crianças. Mas isso não significa que o que sinto por você mudou.

Levanto o olhar, surpresa com a sinceridade no tom dele.

— Não importa o quanto as coisas fiquem confusas, eu ainda sou o Nach que atravessaria uma tempestade só pra te ver. — Ele dá um passo à frente, mais perto do que antes. — Só que agora... agora eu te vejo de um jeito diferente. E é isso que está nos assustando, não é?

Transando Com A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora