Capítulo 15

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ELICHA ANGEL
Washington - Seattle

Agora eu sei para que Nach serve, qual a sua função na minha vida além de me influenciar a cometer pecados.

Ele existe para, simplesmente, me foder bem gostoso.

Mas aquilo não passava de uma transa bem feita. Qualquer outro garoto de programa conseguia fazer o que ele faz.

Eu pensava.

— Tem certeza de que tomou seus remédios hoje, anjinho? - Nach faz careta ao me analisar após eu brigar com ele por ter tirado o meu filme preferido da tv.

O olho ofendida.

— Como você sabe dos meus remédios?

— Que remédios? - o moreno ergue uma sobrancelha, fingindo inocência, mas seu olhar perspicaz me faz perceber que ele está mentindo.

Sim, Nach foi a pessoa destinada a cuidar de mim hoje, já que a sua mãe estava ocupada com o trabalho.

E infelizmente eu tenho que aturar esse idiota que, se bestar, é mais irresponsável que eu.

Reviro os olhos, irritada com sua provocação constante.

Por que ele sempre tem que cutucar minhas feridas?

— Não interessa. — Respondo secamente, pegando os sanduíches e o suco de maracujá de cima da mesa de centro e levando para a cozinha já que ninguém irá comer.

Infelizmente, não tenho tanta sorte. Nach me segue até o outro cômodo, parecendo determinado a continuar me incomodando.

Ouço seus passos lentos e irritantes andando pela cozinha.

— Tudo bem, eu sei sobre os remédios... A minha mãe me contou. - ele diz, parecendo genuinamente preocupado. O que?! Kyla me paga! — E apesar de não gostar deles, você deve tomá-los, Eli.

— Cala a boca, Nach. Você não sabe de nada. E eu não sei o que tia Kyla quis fazer contando isso pra você. Era segredo. - resmungo, lavando alguns copos que estão na pia.

Olhei bem para aonde joguei aquelas pílulas mais cedo.

Não é novidade que Nach consegue me tirar do sério com apenas algumas palavras, mas hoje parece estar especialmente irritante.

— Angel. Isso não deveria ser um segredo. - Nach se aproxima ainda mais, e eu evito olhar para trás. — O problema que você tem é grave.

— Agora eu tenho problema? Ótimo! - viro-me para ele e aponto o dedo em seu peito. — Por isso eu decidi não contar pra ninguém, porque vocês acham pessoas como nós doentes!

— Eu não quis dizer isso, Angel.

— Mas foi o que pareceu.

— É para o seu bem, angel... tomar os remédios - ele insiste.

É por causa dessas coisas que eu queria que a terra fosse plana.

Para eu pular da borda.

— Eu já disse pra você parar de me chamar de Angel! E não ouse me dizer o que fazer. - dito as palavras lentamente, como se estivesse falando com uma criança. — Você não sabe o que está falando.

Transando Com A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora