Capítulo 14

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NACH KYLER
Washington - Seattle

Elicha Angel sorri ao me encarar, seus olhos verdes e brilhantes refletem a luz do corredor da escola enquanto ela coloca as mãos nos bolsos da jaqueta que está usando.

Ela espera calmamente na fila da cantina.

— De quem é a jaqueta, Ratinha? - pergunto, com um leve sorriso brincalhão no rosto.

— Não te interessa. - Angel resmunga, mudando a expressão e ficando séria. — O quer você quer, Nach?

— Assim... Logan Toy - murmuro, notando o nome do jogador da nossa equipe estampado na jaqueta que ela usava e passando a mão sobre a linha verde escuro. — O reserva do time?

— É, ele é o meu amigo. - diz, vendo-me em seguida fazer careta. — O que foi?

— Me surpreende ele ter uma jaqueta, normalmente os reservas não ganham. - cruzo os braços.

Algo diferente me atinge ao vê-la tão à vontade com a jaqueta de Logan. Mas ignoro esse desconforto e encaro seus olhos verde-avelã.

— Ou apenas não usam. - deu de ombros, entregando o dinheiro para a moça da cantina. — Ele me emprestou a dele porque não gosta de usar, e, claro, fica melhor em mim.

— Ele disse isso? - ergo as sobrancelhas.

— Ele não disse exatamente isso. Mas é o que eu gosto de pensar. - Ao ouvir sua resposta, respiro fundo não entendendo o alívio repentino que sinto.

— Você gosta de pensar que fica melhor em todas as roupas, não é? - falo, com um sorriso sarcástico brincando nos lábios.

Elicha sorri de volta e meus batimentos aceleram, sendo impossível não lembrar do nosso breve momento a sós no quarto do seu ex-namorado de merda que empatou a foda mais gostosa da minha vida.

Antes de tudo virar uma merda.

— Você é uma gostosa, sabia? - toco o rostinho da ruiva, afastando os fios de cabelos rebeldes que caiem sobre seus olhos brilhantes.

— Nach... por favor, nós estamos no meio da escola - ela murmura, tentando manter uma expressão séria, mas seu sorriso se insinua.

Percebo a cor em suas bochechas e sorri, reconhecendo o efeito que causo nela.

— Desculpe, não resisti. - movo a minha mão para a sua nuca, a puxando para mim, beijando levemente a sua testa e em seguida descendo para o seu ouvido. — Mas não pode me negar uma foda de novo, né?

— Nach, vaza fora!

***

ELICHA ANGEL

— Mãe, eu não sou mais uma criança! - vocifero pelo telefone enquanto ando pelo corredor largo da escola.

Sinto minha cabeça latejar com tantas vozes circulando em minha mente, uma cacofonia de pensamentos e emoções difíceis de controlar.

— Filha, você tem que tomar seus remédios corretamente. Quando você começar a fazer isso, eu a autorizo a ficar sozinha em casa!

A voz de minha mãe soa preocupada do outro lado da linha, cheia de ansiedade e cuidado.

Mas eu resisto. A sensação de ser sufocada pelos medicamentos é mais forte do que qualquer incentivo materno.

Mas ela não sabe disso.

Ela não sabe que estou deixando de tomar os remédios.

— Tá bom, mãe. Okay. Faça o que quiser. Mas saiba que eu não concordo com isso porque estou tomando eles corretamente...

— Desculpa meu anjo. Eu queria poder confiar em você, mas o que aconteceu da última vez... - desligo o telefone, não quero mais escutar essa merda.

Remédios

Remédios

Mas que merda! Por que?! Por que eu tenho que ficar presa a esses medicamentos idiotas?!

Eu quero ser livre, ela não entende?!

Eu sou melhor sem eles.

***

É meus amigos, dps de uma eternidade

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É meus amigos, dps de uma eternidade... bjs

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