Capitulo 9

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ELICHA ANGEL
Washington - Seattle

— Falando nele. Cadê o Drew?

A olhei e franzi o cenho, subindo as escadas.

— Na puta que pariu. - respondo, não querendo me lembrar do episódio do meu ex-namorado no banheiro com a minha melhor amiga.

— Angel. Me fala.

— Ah, a senhora é igualzinha a ele - revirei os olhos e ela sorriu. — Insistente.

Eu realmente odiava ser chamada de "Angel". Meu nome era Elicha e o apelido Eli. Aquilo só me fazia lembrar do Nach, que inclusive acabou de sair da frente da minha casa. Lembro que eu mal o agradeci pela carona mas fiquei com vergonha o suficiente pra não dizer nada.

— E por que você está toda desarrumada desse jeito e com essa camiseta de ho... Calma, Elicha... - me olhou com aquele olhar de puro julgamento. — Nach estava sem blusa! E essa máscara... - a Srta. Ampbell arregalou os olhos para a máscara na minha mão. — O que eu li no seu diário... Eli, não me diga que...

— Aff. Quanto questionamento - entro no banheiro batendo a porta. — Eu estou bem, mãe! Também te amo!

Eu gozei mais de cinco vezes em uma noite só.

Coloco a mão no rosto, encostando as costas na porta. Sinto todo o meu rosto esquentar, e quase grito com o intenso de frio na barriga que sinto.

Fui traída.

Transei com o cara que eu mais odiava na cama do meu ex-namorado, e depois fui flagrada no mesmo lugar.

Com certeza eu não escreveria aquilo no meu diário.

Aquele monte de merda que eu fiz ficaria bom nas listas de pecados cometidos na terra.

Exatamente. Meu quinquagésimo segundo pecado.

Sorrio maliciosamente, correndo para o meu quarto rapidamente e pegando... espera, cadê o meu celular?!

— Merda. Merda. Merda. Merda - sussurrei, movendo as minhas coisas de lugar e percebendo que eu havia chegado apenas com a máscara do Nach e sua blusa e meu vestido.

O resto eu esqueci na casa do Drew.

Inclusive meu celular.

Ótimo.

Era só o que me faltava.

[...]

Acordo com o sol só faltando torrar a minha cara de tão quente. Esqueci de fechar as cortinas ontem, como sempre. Mas o dia está lindo para um domingo entediante.

Sem meu celular.

Sem meu namorado.

Com dez chifres.

Mas pelo menos as panquecas da minha mãe não me decepcionam.

— Bom dia, filha. Como vai? - minha mãe pergunta ao me ver descendo as escadas. Observo seus olhos cor verde-avelã e então a vejo pôr sobre a mesa dois comprimidos. — Não se esqueça dos seus remédios.

Sorrio fracamente ainda sonolenta. Ainda bem que me lembrou, mamãe.

— Ei, o que é isso? - A irmã da minha mãe, tia Kyla, de repente invade a cozinha, arrancando os potinhos de comprimidos da minha mãe. — Fluoxetina, Olanzapina... — ela lê. — Meu Deus, Bree. Você está entupindo a menina de remédios de novo.

Transando Com A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora