Capítulo 17

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ELICHA ANGEL
Washington - Seattle

— Cadê o bolo queimado, Elicha Angel?

— E-eu... - Travo na hora de falar, vendo minha mãe semiserrar os olhos claros em minha direção. — joguei na pia.

Aponto para a pia, que estava um brinco de tão limpa. Reviro os olhos para Nach e ele faz o mesmo, como se tudo aquilo fosse culpa minha.

Por que eu fui lavar a louça antes dela chegar?

— Meu Deus, Angel. - mas minha mãe não presta atenção nos detalhes e se conforma com a minha desculpa. — Você deu sorte que essa pia tritura tudo que joga nela, porque senão iria estar ferrada.

— Tava muito quente... - faço carinha de coitada olhando para as mãos como se tivesse me machucado, e sinto Nach rir baixinho do meu lado. — Você ainda não se livrou de mim, se pensa assim está enganado. - falo entre dentes.

— Você é uma ótima atriz, Angel. - Ele sussurra de volta.

— Eu espero que vocês não tenham quebrado nada meu. - a Srta. Ampbell se dirige para os armários, abrindo alguns e tirando materiais para fazer a comida. — Eu sei o que vocês estavam fazendo.

Engasgo com minha própria saliva ao escutar aquela mínima frase que faz meu coração decolar para outra dimensão.

— O que foi? Eu já fui uma jovem garota apaixonada, Eli.

— Mãe...

— Eu entendo vocês, mas isso não significa que podem fazer isso na minha cozinha. - com a faca na mão, ela aponta para Nach, que dá um passo lento pra trás. — E, Nach, trate-se de esconder isso no pescoço.

Ela indica a parte perto da garganta e faz careta. Nach passa a mão no local e então abre um sorriso. Hesito em olhar para ele, sei que estou morrendo de vergonha.

Caramba, quando foi que eu deixei um chupão nele?

— E vê se pede pra Eli ser menos agressiva.

— É que eu gosto, Srta. Ampbell. - Nach diz e eu me encolho.

— Meu Deus, você precisa de uma igreja, Nach. Sua mãe sabe disso? Porque eu sei da Eli, sabe... cai entre nós ela tem um diário que...

— Mãe, ele não quer saber! - respiro fundo irritada, como ela pode fazer isso comigo?

Eu sou sua filha.

E uma tarada.

Tudo bem, eu vou parar de escrever sobre a minha vida no meu diário, porque parece que a minha mãe fez dele um livro erótico para se ler todos os sábados a noite.

— Ah, esses jovens de hoje em dia... - ela se vira para a bancada, incrédula, continuando a cortar o tomate, que era o que eu estava parecendo no momento, um tomate. — Agora saiam daqui, pirralhos! E não se esqueçam que estou de olho em vocês.

Saio da cozinha primeiro, sem olhar para trás e nem encarar Nach. Meu Deus, que merda ele foi dizer?!

[...]

Transando Com A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora